1 Escuta, amigo, o meu canto
Enamorado do encanto
De um rincão que me seduz.
Brilham páramos de sonho
Além, no espaço risonho,
Vestidos de paz e luz!…
2 Lá, seres alvinitentes
São como vivas nascentes
De indefinível fulgor.
Jorram bênçãos, lado a lado,
Quais estrelas no relvado
Florindo bondade e amor.
3 Em toda a parte fulgura
Clarão de doce ternura
Nas almas que vão e vêm.
Há canções e melodias
Por mensagens e alegrias
Nas vozes do Eterno Bem.
4 E por mais o homem na Terra
Pense e sonhe, não descerra
Os amplos e espessos véus
Que envolvem as maravilhas
Desses ninhos, dessas ilhas, n
No azul imenso dos céus.
5 Há perenes primaveras
Pelos edens sem quimeras,
Refulgentes na amplidão.
Formosos e ternos lares
Guardam anjos tutelares
Dos perdidos na aflição.
6 Lábios puros, cristalinos,
Dizem preces, cantam hinos,
Bendizendo Nosso Pai.
A musa que enleva e chora,
Em louvores vibra e ora, n
E exclama: — “Regozijai!…”
7 Quem andeja pelo mundo
Repartindo o bem fecundo
Por ali vai residir,
Esperando vidas novas
De prazeres e de provas,
Ao sol do Grande Porvir.
8 Escuta, amigo, o meu canto
Enamorado do encanto
De um rincão que me seduz.
Brilham páramos de sonho
Além, no espaço risonho,
Vestidos de paz e luz! n
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