1 Acusado sem culpa ante a calúnia infrene,
Explico-me a chorar, no entanto é assim que eu morro…
“Deus! Ampara-me, ó Deus!” — exoro por socorro, n
Sem que a força do Céu me responda ou me acene.
2 N’alma, remorso algum… Nada que me condene… n
Nas raias da agonia, em pranto jorro a jorro,
A bênção da oração é o teto a que recorro,
A render-me, sem mágoa, ao minuto solene.
3 Mas quando o corpo tomba exânime, cansado,
Vejo-me, austero algoz, a rugir no passado,
Em vômitos de lama e cólera assassina…
4 O lobo então que eu fora, o suplício desterra!
Glória à reencarnação! Glória às dores da Terra,
Em que se cumpre a Lei da Justiça Divina!…
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