O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Antologia dos Imortais — Autores diversos — 1ª Parte — Francisco C. Xavier


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Amaral Ornellas n

SERVIR

1 Servir é a grande lei… Todo o Universo ensina (1) n

A retê-la por luz que vem da Eterna Chama.

Observa a Natureza… É o Céu que se derrama (3)

Para a glória do Amor como essência divina.


2 Toda força do bem, por fraca e pequenina,

Não foge de atender na senda que a reclama…

Um só lírio no charco é jardim sobre a lama,

Basta um raio de sol e a furna se ilumina.


3 Não conserves a vida indiferente, muda.

Desperta e estende as mãos! Alenta, ampara, ajuda,

Semeando na estrada a alegria incorpórea!…


4 E sonhando, qual verme a trabalhar de rastros, n

Remontarás, um dia, à imensidão dos astros,

Para servir com Deus em suprema vitória.


OUVE

1 Escuta! Enquanto a paz da oração te domina,
Qual melodia excelsa, a fremir, doce e mansa,
Há quem padeça e morra à míngua de esperança,
Rogando amparo, em vão, no lençol de neblina.


2 Ouve! A sombra tem voz que clama e desatina…
É a provação que ruge… A dor que não descansa…
Desce do pedestal da fria segurança,
Transfigura a bondade em fonte cristalina.


3 Estende o coração!… Serve, instrui, alivia…
Das sementes sutis de ternura e alegria
Prepararás, agora, o jardim do futuro…


4 Um dia, voltarás à pátria de onde vieste n
E apenas colherás na luz do Lar Celeste
O que dás de ti mesmo ao solo do amor puro.



[1] Adolfo Oscar do AMARAL ORNELLAS — Prosador, poeta e teatrólogo, Amaral Ornellas foi, por sete anos consecutivos, secretário da revista “Reformador”, órgão da Federação Espírita Brasileira, e membro da Comissão de Assistência aos Necessitados dessa mesma Casa. Vice-presidente do “Grupo Espírita Fé, Amor e Caridade Agostinho”, instituição de amparo aos doentes do corpo e da alma. Homem bom e extremamente caridoso, deixou, como médium receitista, um nome benquisto por milhares de beneficiados. Na Diretoria de Estatística Comercial foi funcionário distinto e exemplar. Teatrólogo, escreveu várias peças admiráveis, uma das quais, “O Gaturamo”, foi premiada pela Academia Brasileira de Letras. “Em suas poesias” — diz Manuel Quintão, à pág, 181 do Reformador de 1918 — “ele canta serena e dignamente as suas emoções, sem cair em delíquio de exuberância, em malabarismo palavroso.” (Rio de Janeiro, Gb, 20 de Outubro de 1885 — Rio de Janeiro, Gb, 5 de Janeiro de 1923.)
BIBLIOGRAFIA: Poesias (1ª Série); Poesias (2ª Série); Iluminuras; etc., além de excelentes trabalhos doutrinários em Reformador e outros órgãos espíritas.


[2] Versos 1 e 3 - Cf. nota nº 1, pág. 44.


[3] Verso 12 - de rastros: “rastejando, arrastando-se”. Rastro é variante de rasto, forma de uso corrente entre nós.


[4] Verso 26 - Ler em duas sílabas: vies-te.


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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