“E dizia Jesus: — Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.” — (Lucas, 23.34)
1 Ouvem-se as opiniões mais disparatadas no que concerne ao perdão e à tolerância de Deus.
2 Aprendizes levianos, a todo instante, referem-se ao problema, com mais infantilidade que espírito de observação e obediência.
3 São raros os que se compenetram da magnitude do assunto.
4 O perdão divino jamais será entendido no quadro da preguiça, do egoísmo pessoal ou da inconstância da criatura.
5 As palavras do Mestre, na cruz, oferecem um roteiro de pensamentos profundos, nesse sentido:
— “Perdoa-lhes, meu Pai, porque não sabem o que fazem”, representa uma sentença básica da responsabilidade que o assunto envolve em si mesmo.
6 Num momento, qual o do Calvário, em que a dor se lhe impunha ao Espírito Divino, Jesus roga o perdão de Deus para as criaturas, mas não esquece de assinalar o porquê de Sua solicitação.
7 Seu motivo profundo era o da ignorância em que os homens se mergulhavam.
8 O Mestre compreendia que não se deve invocar a tolerância de Deus sem razão justa, como nunca se abusa de um Pai abnegado e carinhoso.
9 Tornava-se preciso explicar que o drama do Gólgota era forma de animalidade de quantos o rodeavam.
10 E a expressão do Cristo foi guardada no Evangelho, a fim de que todos os aprendizes venham a compreender que tolerância e perdão de Deus não são forças que se reclamem a esmo.
Emmanuel