1 Estudando a renúncia que o Evangelho nos traça por senda de ascensão, ( † ) examinemos como se fazia a renúncia na conduta do Cristo para que a nossa exibição de virtude não se converta em falta de caridade.
2 Porque as portas do vilarejo em que surgiu entre os homens se Lhe fechassem à necessidade de socorro e refúgio, não se esquivou ao propósito de auxiliar as criaturas da Terra e valeu-se da estrebaria para começar o Seu Divino Apostolado de Redenção.
3 Porque os doutores de Jerusalém Lhe furtassem concurso intelectual na divulgação da Boa Nova, não abandonou a ideia de iluminar-lhes o passo com a luz da Revelação Sublime e aceitou a colaboração de pescadores singelos para ofertar-lhes o ensinamento.
4 Porque sentisse Judas transtornado pela tentação de domínio, não desistiu de auxiliá-lo, até o instante em que o próprio discípulo desertasse da preciosa tarefa de que se achava investido.
5 Porque Pedro O negasse na extrema hora, não lhe recusa mão firme no reajuste.
6 E porque os homens O tivessem crucificado, impondo-Lhe injúria e morte, em retribuição de Sua Ternura e Devotamento, não se afasta da Terra em definitivo, a pretexto de glorificar-Se no Céu, reaparecendo aos companheiros, plenamente redivivo, esquecendo as sombras e ofensas, a recompor os serviços da Sua Bandeira de Aperfeiçoamento das Almas, prometendo-lhes cooperação e amor até o fim dos séculos.
7 Lembremo-nos de que Jesus renunciou sempre à felicidade de ser compreendido para melhor compreender e de ser amado para amar com mais amplos recursos de entendimento.
8 Faze, assim, semelhante renúncia ao pé daqueles que a vida te confiou, permanecendo sempre em teu posto de sacrifício para melhor servi-los no campo da evolução e terás aprendido que renunciar com o Senhor é trocar o prazer efêmero da superfície para construir no imo da própria alma a Soberana Alegria da Vida Eterna.
Emmanuel