1 E suportas, sem pausa, alma querida,
Doença, inquietação, infortúnio, tristeza,
No imenso desencanto da alma presa
No grande espinheiral de ansiedade e de dor…
2 Ninguém entende as lágrimas que choras,
Pois em tudo de bom que o mundo te oferece,
Retiras tão somente o socorro da prece,
Por doação de paz, no Céu, em teu favor.
3 Na vastidão da noite, entregue ao pensamento,
O silêncio é uma farpa em que te cortas…
Ajuntas esperanças semi-mortas,
Sem que a memória as possa carregar…
4 Onde os teus sonhos. Onde os teus projetos?
Todos se foram sob a ventania
Da provação que ruge e rodopia,
Extinguindo o prazer e deixando o pesar.
5 Entretanto, não temas. Luta e segue…
Alguém te escuta e vê a presença sofrida,
Resguardando-te a fé e amparando-te a vida,
Doando-te consolo, paz e luz.
6 Chora, sem atirar-te ao desespero,
Tolera a própria dor, por mais estranha,
No apoio desse alguém que te acompanha,
Que esse alguém é Jesus.
Maria Dolores
|