1 Não esquecermos em tempo algum o poder criativo da palavra. 2 O que falas é dito com toda a força daquilo que és. 3 Por isso, o problema não se limita unicamente a falar, mas a falar para o bem, com a poda de tudo o que se faça inconveniente ao equilíbrio ou à segurança do próximo.
4 Precioso é o ministério daqueles que suprimem a penúria material, e sublime será sempre o apostolado daqueles que ensinam, dissolvendo o nevoeiro da ignorância; entretanto, não menos valioso é o trabalho daqueles outros que facilitam a estrada dos semelhantes.
5 Qualquer de nós sabe remover um perigo na via pública ou extirpar a planta venenosa no chão doméstico, atentos à nossa responsabilidade na vida comunitária.
6 Como não auxiliar o companheiro de experiência, calando o apontamento capaz de amargar-lhe a existência, tão sequiosa de paz quanto a nossa? 7 Para isso não é necessário cultivar indisposições com aqueles amigos outros que ainda falam desconhecendo, muita vez, as realidades do espírito. 8 Basta instalar o filtro da compreensão na acústica da alma. Tudo o que nos traumatize os sentimentos é justo arredar do nosso intercâmbio com os demais, porquanto a regra áurea deve ser chamada a legislar no assunto, a fim de que não venhamos a falar a outrem aquilo que não desejamos que outrem nos fale.
9 Observemos, sobretudo, na condição de criaturas terrestres, o equipamento de que a Sabedoria Divina nos revestiu para controle dos recursos verbais: dois olhos, dois ouvidos; todavia, tão somente uma boca e, assim mesmo, antes que a palavra se prefigure nos lábios, temos os impulsos do coração a se projetarem para o cérebro e, no cérebro, esses mesmos impulsos se transformam em pensamentos, suscetíveis de sofrer rigorosa seleção, qual acontece aos alimentos em casa.
10 Examinemos todas as ideias que nos surjam à cabeça, e, assim como sabemos evitar as batatas deterioradas, toda vez que as ideias não edifiquem, desliguemos as tomadas da atenção, a fim de que nos decidamos a empregar esquecimento e distância com elas.
Emmanuel