1 Recorda a caridade oculta em que te equilibras, por amor da Providência Divina, e não desdenhes auxiliar sem repouso para que teus passos não se percam nos labirintos da ingratidão.
2 Desde o alicerce do templo da carne em que te refugias, ampara-te o Senhor de mil modos…
3 Não há preço amoedado para o colo maternal em que se plasma o corpo, 4 não há retribuição humana com que possas solver as dívidas do berço 5 e nem existe ouro terrestre capaz de redimir-te, perante a mão carinhosa que te orientou os passos primeiros…
6 Toda a experiência no mundo não é mais que um dilúvio de graças do Céu, benfazejas e anônimas, assegurando-te estabilidade e alegria sem pagamento e sem propaganda…
7 A terra em que te apoias…
O aconchego do lar…
Os tesouros da escola…
O ar que alimenta…
O pão que nutre a mesa…
A fonte que te alivia…
O trabalho que te auxilia…
O amigo que te abençoa…
8 Não digas, assim, que o infortúnio de teu irmão é incômodo aos teus dias, porque teus dias, em si mesmos, não são mais que o Socorro Divino, em forma de ensejo santo…
9 Aprende a auxiliar a todo momento para que não desmereças do auxílio em que te fazes devedor em todo instante da vida…
10 Lembra-te de que todos os valores reais da senda não possuem preço na Terra e dispõe-te a estender, sem alarde, os recursos que o teu serviço possa criar em favor dos outros.
11 Sobretudo, não cobres o imposto do reconhecimento a quem conduzas a migalha de teu consolo, entendendo que o Erário Divino nunca te reclamou gratidão pela assistência contínua com que te assegura a bênção da própria marcha.
12 Não olvides, assim, que o Universo é o eterno “doar-se de Nosso Pai” e, que cerceando a corrente divina do amor em seu fluxo infatigável, a pretexto de atender nossos inferiores caprichos, nada mais fazemos que impor ao organismo excelso da vida a cristalização de nossa própria sombra, fugindo à glória da luz e decretando para nós mesmos longos períodos de reajuste no vale tenebroso da purgação e da morte.
Emmanuel