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Filipenses. † — Os nativos ou habitantes de Filipos (Fp 4.15). A epístola de Paulo aos Filipenses é a sexta das epístolas conforme o arranjo em nosso N. T. Foi escrita por Paulo e também Timóteo, associando-se a ele, para todos os santos em Cristo Jesus que estão em Filipos, com os bispos e diáconos (1.1); uma comunidade cristã a qual o próprio Paulo reuniu seu núcleo, e a primeira das igrejas que ele havia fundado na Europa. Quando Paulo escreveu a epístola, ele era um prisioneiro (1.7, 13, 14, 16). Mas onde, em Cesareia ou em Roma? Ele estava aparentemente sob a custódia da guarda pretoriana (1.13), e envia saudações aos santos que são da casa de César (4.22). Muitos deles tomavam parte ativa na propagação do Cristianismo (1.14-18). Estas referências, assim como também o caráter inteiro da carta, deixam claro que a epístola foi escrita durante o primeiro encarceramento do apóstolo em Roma; v. PAULO. Deve também o mais provavelmente ser datado para o fim desse período, em A. D. 62 ou 63. Acompanhemos os vários fatos. 1. Ele tinha estado por algum tempo em Roma (1.12). 2. Esperava sua liberação (1.25; 2.23,24). 3. Os Filipenses haviam-lhe enviado provisões (4.10) pelas mãos de Epafrodito (2.25); Epafrodito, no entanto, tinha ficado doente em Roma, sabendo disto os Filipenses muito se entristeceram, e Epafrodito quando enfermo soube disto (2.26). Um tempo considerável portanto, tinha decorrido até que Paulo alcançasse a capital.
A epístola foi escrita para agradecer principalmente o presente que os Filipenses tinham enviado a Paulo. Contrário a seu costume, ele por mais de uma vez recebeu tais provimentos deles (4.15). Mas o apóstolo também aproveitou a oportunidade para dizer a eles sobre si e adverti-los contra erros. É a carta de um pastor para seu rebanho. Não veio à tona, como muitas de suas epístolas, por qualquer crise na igreja. Abunda em conselhos espirituais para a vida cristã. Ao mesmo tempo é valiosa luz para aclarar a situação de Paulo em Roma. Foi enviada em mãos por Epafrodito (2.25, 30) que, tendo-se recuperado de sua enfermidade, estava para retornar a Filipos. Pode ser dividida nas seguintes seções:
1. Introdução (1.1,2). 2. Gratidão por sua fidelidade; expressão de seu amor para com eles; oração por sua santificação (1.3-11). 3. Conta como Deus tinha-o usado, embora sendo prisioneiro, para espalhar o Evangelho; da oposição a ele por parte de alguns, mas de seu próprio contentamento; de seu desejo às vezes de morrer, mas da sua devoção e da confiança dispensada a eles; e do seu desejo sincero que eles permaneçam firmes (1.12-30). 4. Conclama-os para unidade espiritual, pelo esquecimento próprio e amor, após o exemplo do Cristo, que eles podem aperfeiçoar a obra do ministério que ele já tinha posto diante deles (2.1-18). 5. Promete enviar-lhes a Timóteo e, se possível, ir ele mesmo brevemente; entrementes enviará Epafrodito (2.19-30). 6. Exorta-os para perseguirem alegremente a vida cristã, baseada na própria alegria de sua rendição ao Cristo e na busca ávida pela recompensa que o Cristo oferece; a que ele adiciona um aviso contra esses que abusam da liberdade do Evangelho para cederem aos seus apetites carnais (3). 7. Concluindo exorta-os individualmente e a todos, permanecerem na alegria, contentamento e santidade (4.1-9). 8. Confirma a recepção final das provisões que eles tinham-lhe enviado, sua alegria e seu amor, com algumas saudações diversas (10-23). G. T. P. (Editou).
A unidade da epístola foi questionada. Policarpo, que era discípulo do apóstolo João, em uma carta aos Filipenses escrita entre A. D. 110 e 115, casualmente alude a Paulo como tendo escrito cartas a ele (Policarpo 3.2, “a quem lhe escreveu também cartas”); e assim, foi feita a tentativa de estabelecer a existência de duas cartas unidas numa mesma epístola como agora existe, unindo por exemplo os capítulos 1 a 3.1 à segunda carta que consistia em 3.2, até 4.23. A autenticidade de cada uma das duas cartas é hipotética, naturalmente, uma parte da teoria. As palavras de Policarpo, no entanto, são mal entendidas, pois ele aparentemente só conheceu a epístola em sua forma atual, e era um uso comum referir-se às cartas, no plural, em vez do singular que teria parecido menos vívido. Além do mais, os esforços que foram feitos para dividir a epístola, no capítulo 3.1 ou em outra parte, não foi considerado como bem sucedido pelo júri dos acadêmicos. A epístola, em si, rende uma análise satisfatória. Transições abruptas de assuntos pessoais a questões gerais, ou para a apresentação de um novo pensamento quando o escritor parece estar encerrando, como no começo do capítulo 3, são comuns em cartas de correspondência pessoal, tal como esta epístola se apresenta. (Cp. EPÍSTOLAS). — (Dicionário da Bíblia de John D. Davis) ©
Vide mais sobre a epístola aos filipenses nos Estudos Espíritas.
Vide também: Introdução à Carta aos Filipenses.