No dia 15 de março de 1865, em Cambridge † (Massachusetts) nasceram duas gêmeas, filhas do casal Lewis E. Waterman. Somente uma sobreviveu, a quem deram o nome de Rose. Nessa época já tinham duas filhas de quatro anos. O casal acreditava nos ensinos da doutrina ortodoxa; mas conhecia o espiritualismo e o considerava como uma irrisão, particularmente a Sra. Waterman. Se porventura assistia a uma conferência ou a uma sessão, era por motivo de distração.
Antes de falar, a pequena Rose manifestou grande amor pelas flores, afeiçoando-se particularmente pelos botões de rosas; para contentá-la, amarravam em seu peito flores artificiais, que eram substituídas quando perdiam o viço.
Quando Rose começou a andar sozinha, fugia das irmãs e parecia sentir grande prazer em divertir-se sozinha ou com uma companhia imaginária, pois seus pais haviam notado que ela sempre estendia a mão para receber um segundo pedaço de maçã ou de bolo, como se quisesse prover às necessidades de uma outra criança.
Começou a falar com dois anos. Certo dia, em que se divertia com sua companheira invisível, perguntaram quem é que brincava com ela. “Minha irmãzinha Lily”, respondeu. – “Por que pedis duas maçãs? – Quero uma para Lily.” Quando os visitantes perguntavam seu nome, respondia: “Botão de rosa.” – “É por isto que o trazeis sempre amarrado ao peito? – Não, é para que minha irmãzinha Lily tenha um. – Onde está vossa irmãzinha Lily? – No céu. – Onde é o céu? – Aqui, minha irmãzinha Lily está aqui.”
Muitas perguntas semelhantes foram feitas a esta interessante criança, e suas respostas eram sempre conformes, implicando a presença de sua pequena Lily, não só brincando com ela de dia, mas sendo sua colega de cama, pois Rose tomava seu travesseiro nos braços, acariciava-o e o chamava a sua pequena Lily; fazia a descrição desta aos seus pais, dizendo que tinha belos cabelos louros, olhos azuis, um belo vestido e queria que sua mãe lhe fizesse outro semelhante.
Certo dia do mês de janeiro de 1868, encontraram com ela um botão de rosas frescas e perfumadas. Onde o teria conseguido? era um mistério para a família, porque não havia flores semelhantes na casa e não viera ninguém que lhas pudesse ter dada “Onde conseguistes este bonita flor? perguntaram-lhe. – Foi minha Lily que ma deu”, respondeu ela. De outras vezes eram pensamentos que lhe eram dados. Os pais não davam a tais fatos a menor importância, quando um dia alguém falou do espiritualismo e aconselhou o Sr. Walterman a consultar um médium. Tendo seguido o conselho, obteve para si a prova de que Lily não era um ser imaginário, e sim o Espírito de sua irmã, gêmea de Rose. Tendo a Sra. Waterman se tornado médium escrevente, obtiveram, por seu intermédio, comunicações de diversos Espíritos, que lhes deram provas notáveis de identidade, notadamente uma do Espírito Abby, uma tia do Sr. Waterman, com a qual ela havia passado a juventude.
Estas provas, agregadas aos fatos e gestos de Rose com sua pequena Lily, provaram aos esposos Waterman a realidade da comunicação dos Espíritos com os mortais.
Uma manhã Rose trouxe à sua mãe uma mecha de cabelos, dizendo: “Mamãe, minha pequena Lily me disse para te dar isto.” A mãe, muito admirada, sentiu vontade de escrever e obteve uma comunicação do Espírito da tia do Sr. Waterman, na qual esta dizia que aqueles cabelos eram seus e que logo teriam também os cabelos da pequena Lily Com efeito, na mesma noite eles encontraram uma mecha na cama de Rose, dourada como jamais tinham visto outra antes.
(Extraído do Spirituad Magazine
de Londres.) †
[A. DESLIENS.]