O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão.
Doutrina espírita - 1ª parte.

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Revista espírita — Ano XII — Novembro de 1869.

(Idioma francês)

DISSERTAÇÕES ESPÍRITAS.


O Espiritismo e o Espiritualismo.

(Paris,  †  4 de outubro de 1869, em casa de Miss Anna Blackwell.) n

(Sumário)


Estou mais feliz do que podeis imaginar, meus bons amigos, por vos encontrar reunidos. Estou entre vós, numa atmosfera simpática e benevolente, que satisfaz ao mesmo tempo ao meu espírito e ao meu coração.

Há muito tempo que eu desejava ardentemente o estabelecimento de relações regulares entre a escola francesa e a escola americana. Para nos entendermos, meu Deus, bastaria simplesmente nos vermos e trocar opiniões. Sempre considerei o vosso salão, cara senhorita, como uma ponte lançada entre a Europa e a América, entre a França e a Inglaterra, e que contribui poderosamente para suprimir as divergências que nos separam, e estabelecer, numa palavra, uma corrente de ideias comuns, da qual surgiriam, no futuro, a fusão e a unidade.

Caro Sr. Peebles, n permiti-me cumprimentar-vos pelo vosso vivo desejo de entrar em relação conosco. Não devemos lembrar se somos espíritas ou espiritualistas. Seremos uns pelos outros, homens e Espíritos que buscam conscienciosamente a verdade e que a acolherão com reconhecimento, quer resulte dos estudos franceses ou dos estudos americanos.

No espaço os Espíritos conservam suas simpatias e seus hábitos terrestres. Os Espíritos dos americanos mortos são ainda americanos, como os desencarnados que viveram na França são ainda franceses no espaço. Daí a diferença dos ensinamentos em certos centros. Cada grupo de Espíritos, por sua própria natureza, por seu espírito nacional, apropria suas instruções ao caráter, ao gênio especial daqueles a quem falam. Mas, assim como na Terra, as barreiras que separam as nacionalidades tendem a desaparecer, também no espaço os caracteres distintivos se apagam, as nuanças se confundem e, num tempo futuro, menos afastado do que supondes, não mais haverá na Terra nem no espaço, nem franceses, nem ingleses, nem americanos, mas homens e Espíritos, filhos de Deus da mesma maneira, e aspirando, por todas as suas faculdades, ao progresso e à regeneração universais.

Senhores, eu saúdo nesta noite, nesta reunião, a aurora de uma próxima fusão das diversas escolas espíritas, e me felicito de encontrar o Sr. Peebles no número dos homens sem prevenção, cujo concurso e boa vontade assegurarão a vitalidade dos nossos ensinamentos no futuro e sua universal vulgarização.

Traduzi as minhas obras! Só se conhecem na América os argumentos contra a reencarnação. Quando as demonstrações em favor desse princípio ali se tornarem populares, o Espiritismo e o Espiritualismo não tardarão a se confundir, tornando-se, por sua fusão, a Filosofia natural adotada por todos.


Allan Kardec.



[1] Errata.Revista Espírita de novembro de 1869, página 337, linha 2: em vez de Paris, 14 de setembro, lede: Paris, 4 de outubro.


[2] [v. Viagem do Sr. Peebles na Europa.]


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