O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão.
Doutrina espírita - 1ª parte.

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Revista espírita — Ano XII — Junho de 1869.

(Idioma francês)

POESIAS ESPÍRITAS.


Maravilhas do mundo invisível.

Se Musset já falou, eu me calar não quero,

E solitária a voz em não deixá-la, espero,

Muda entre vós ficar.

Se esta noite eu tiver meu corpo, sob flores,

Meu Espírito terno, há de vir com louvores

A todos vos saudar.


Amigos meus, bom dia: eu volto à vida, e a aurora

Parece aos olhos meus, bem mais brilhante agora

Que um dia multicor;

E, para lá da tumba, ardente é a centelha.

O belo véu do azul, entreabrindo-se, espelha

Pleno de luz e amor.


É muito belo o céu! Bem doce é a pátria fida

Que este Espírito viu, e amou, terra querida,

Onde sua asa até

Em tomando seu voo, um santo pensamento

Atravessado foi de um raio de momento,

Vivo clarão da fé.


O que há além da tumba eu direi qualquer dia,

Onde, se não se crê, toda esperança esfria,

A alma pode entrever,

Quando tem, como vós, uma chama divina

O peito brilha em luz se a virtude o domina

Qual espelho a esplender.


Sem dúvida, sabeis, que todo esse luzeiro

Está na alma que crê; e que indica o roteiro

Ao Espírito em dor,

Que perscruta no céu, cada astro, cada estrela,

Buscando para si um bom guia, uma vela,

Um benfazejo amor.


A. de Lamartine. n



[1] [v. Alphonse de Lamartine, vide também a Comunicação de Lamartine.]


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