Pequena gota d’água em nuvens tens passagem,
Sabes qual será teu destino?
Sobre qual leito de folhagem
Virá te oferecer o beijo matutino?
Da planície em que o solo quente,
Qual torrente espumosa ao flanco da colina,
Qual oceano ou fonte algente
Espera, gota d’água,o teu beijo em surdina?
Poderás irisar a sebe colorida?
Na lama iras deixar o teu cântico olor,
Ou dormir, amante querida,
No cálice a rir de uma flor?
Ah! que te deu da vida o acaso em que sorrias,
Seus bens ou dor em que te forres?
Num certo plano de harmonias,
Escrava nasces e assim morres…
Mas a alma, mistério sublime,
Raio vindo do céu para a imortalidade,
A alma se eleva ou se deprime
Ante o sopro da liberdade.
(Espírito batedor de Carcassonne.) † |