O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão.
Doutrina espírita - 1ª parte.

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Revista espírita — Ano XI — Dezembro de 1868.

(Idioma francês)

El criterio espiritista.

Revista quincenal del Espiritismo.

Esse jornal, que há um ano se publicava em Madri,  †  sob o título de El criterio, revista quincenal científica, acaba de retomar o seu primeiro título, que lhe tinha sido interdito no precedente governo espanhol. O diretor o anuncia nos seguintes termos, num suplemento do nº 17:


“Com a imensa alegria do triunfo, merecido não por nossas débeis forças, mas pela generosidade de nossa causa, hoje nos dirigimos aos nossos constantes protetores, aos amigos que, na desgraça, nos encorajaram e sustentaram.

“A intolerância do governo anterior nos havia interditado o exercício da mais frutuosa das liberdades: a do estudo, quando um dia, triste pela decepção, feliz porque foi o primeiro da luta, quisemos publicar o Criterio espiritista. Vejam a resposta que nos foi dada pelo secretário ministerial:


“Madri, 17 de julho de 1867.

“Governo da província; seção de imprensa — Depois de haver examinado o primeiro número do jornal de que sois o editor e diretor, vi que, por seu caráter especial, suas tendências e a escola filosófica que procura desenvolver, deve ser compreendido como incurso no parágrafo segundo do artigo 52 da lei em vigor sobre a imprensa. Previno-vos que não me é possível autorizar o dito número, nem os seguintes se, previamente, não forem examinados e aprovados pela censura eclesiástica. Deus vos guarde, etc.”

“No dia 10 de agosto seguinte recebemos o telegrama cuja cópia transcrevemos abaixo:

“Madri, 6 de agosto de 1867.

“Estes documentos não ficarão para a maior glória de seus autores, cujos nomes abstemo-nos de dar à publicidade, por uma questão de boa educação. Hoje podemos vir à luz, e o Criterio cientifico é substituído pelo Criterio espiritista. A direção está instalada na Calle del Arco de Santa Maria, nº 25, sala 2; é para aí que poderão dirigir-se os adeptos que quiserem participar da Sociedade Espírita Espanhola, fundada em 1865, e que teve que suspender suas sessões pelos mesmos motivos que haviam impedido a publicação do jornal.”

O regulamento da Sociedade, que temos aos nossos olhos, é concebido num excelente espírito, e não podemos senão aplaudir as disposições que encerra. Coloca-se sob a proteção do Espírito de Sócrates, e seu objetivo é claramente definido nos dois primeiros artigos:

“1º É constituído um círculo privado, sob a denominação de Sociedade Espírita Espanhola, cujo objetivo é o estudo do Espiritismo, principalmente no que concerne à moral e ao conhecimento do mundo invisível ou dos Espíritos; 2º A Sociedade não poderá, em caso algum, ocupar-se de questões políticas, nem de discussões ou controvérsias religiosas, que tendessem a lhe dar o caráter de uma seita.”

Estas disposições são de natureza a tranquilizar os que imputassem à Sociedade tendências perturbadoras. No momento de uma revolução que acaba de romper os entraves postos à liberdade de pensar, de falar e de escrever, em que as massas emancipadas geralmente são tentadas a ultrapassar os limites da moderação, nem a Sociedade, nem o seu órgão, pensam em aproveitá-lo para afastar-se do objetivo exclusivamente moral e filosófico da Doutrina. Não só ela se interdita a política, mas até as controvérsias religiosas, por espírito de tolerância e de respeito pela consciência de cada um. O diretor do jornal abstém-se mesmo de estigmatizar, pela publicidade, os nomes dos signatários dos decretos que interditaram o seu jornal, para não os entregar à animosidade pública. É que o Espiritismo, bem compreendido, é por toda parte o mesmo: uma garantia de ordem e de moderação. Não vive de escândalo; tem bastante o sentimento de sua dignidade e vê as coisas de muito alto, para se rebaixar às personalidades que revelam sempre pequenez de espírito, e jamais se aliam à nobreza de coração.

O primeiro número do Criterio espiritista contém os artigos seguintes:

Introdução, por Alverico Perón. — O dia dos mortos, comunicação assinada por Sócrates, obtida na Sociedade de Sevilha.  †  — A faculdade mediúnica. — A Bíblia, comunicação assinada por Sócrates. — Sessão de magnetismo. — As metades eternas, comunicação de Sócrates. — Carta de um espírita. — Carta ao Sr. Alverico Perón, por Allan Kardec, e comunicação de São Luís sobre a nova situação do Espiritismo na Espanha. — Revista Espírita de Paris.

Exortamos com instância os nossos irmãos espíritas da Espanha a sustentar com todas as suas forças este órgão de sua crença. Pela sabedoria e prudência de sua redação, ele não pode deixar de servir utilmente a nossa causa. Será um laço que estabelecerá relações entre os adeptos disseminados em diferentes pontos da Espanha. O diretor, Sr. Alverico Perón, não é um recém-chegado em nossas fileiras; seus esforços para a propagação da Doutrina datam do ano de 1858, e lembramos com prazer a Formula del Espiritismo, que houve por bem nos dedicar.


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