A data de 1º de maio de 1864 será marcada nos anais do Espiritismo,
como a de 9 de outubro de 1861. [Auto-de-fé
das obras espíritas em Barcelona.] Ela lembrará a decisão
da sagrada congregação do Índex, n
concernente às nossas obras sobre o Espiritismo. Se uma coisa surpreendeu
os espíritas, é que tal decisão não tenha sido tomada mais cedo. Aliás,
uma só é a opinião sobre os bons efeitos que ela deve produzir, já confirmados
pelas informações que nos chegam de todos os lados. A essa notícia,
a maioria dos livreiros se apressou em pôr essas obras mais em evidência.
Alguns, mais timoratos, crendo numa proibição de sua venda, as retiraram
das prateleiras, mas nem por isso deixam de vendê-las furtivamente.
Tranquilizaram-nos, fazendo-lhes observar que a lei orgânica diz que
“Nenhuma bula, breve, decreto, mandato, provisão, assinatura servindo
de provisão, nem outros expedientes da cúria de Roma, mesmo que só
digam respeito aos particulares, poderão ser recebidos, publicados,
impressos nem de qualquer modo executados sem autorização do
governo.”
Quanto a nós, esta medida, que é uma das que esperávamos, é um sinal que aproveitaremos, e que servirá de guia para os nossos trabalhos ulteriores.
[1]
[Index
Librorum prohibitorun et expurgandorum. — Elenco de livros
proibidos pela Igreja que se começou a fazer desde o IV Concílio
Lateranence, 1515.]