Muito bem, meus filhos! Bravo! Sinto-me feliz por vos ver reunidos, lutando com zelo e persistência. Coragem! trabalhai arduamente no campo do Senhor, porque chegará o momento em que não será apenas a portas fechadas que se pregará a doutrina santa do Espiritismo.
Flagelaram a carne; terão de flagelar o Espírito. Ora, em verdade vos digo: quando isto acontecer, estareis prestes a entoar, juntos, o cântico de ação de graças, e todos estaremos prontos a ouvir um só e mesmo grito de alegria sobre a Terra. Mas — eu vo-lo digo — antes da idade de ouro e do reinado do Espírito, é preciso que haja grande sofrimento, choro e ranger de dentes.
As perseguições já começaram. Espíritas! sede firmes e mantende-vos de pé: estais marcados pela unção do Senhor. Sereis chamados de insensatos, de loucos e de visionários. Não mais ferverão o óleo, nem erguerão cadafalsos e fogueiras; o fogo de que se servirão para vos fazer renunciar às vossas crenças será mais ardente e ainda mais vivo. Espíritas! Despojai-vos do homem velho, pois é a este que farão sofrer. Que vossas novas túnicas sejam brancas; cingi vossas frontes com coroas e preparai-vos para entrar na liça. Sereis amaldiçoados; deixai que vossos irmãos vos digam raca; ( † ) orai por eles e afastai de suas cabeças o castigo que o Cristo disse reservar aos que disserem raca aos seus irmãos.
Preparai-vos para as perseguições pelo estudo, pela prece, pela caridade. Os servos serão expulsos das casas de seus senhores e tratados como loucos. Mas encontrarão o Samaritano † à porta da casa e, não obstante pobres e nus, ainda partilharão entre si as vestes e o último naco de pão. Ante tal espetáculo, os patrões perguntarão: Mas, quem são esses homens que expulsamos de nossas casas? Não dispõem senão de um pedaço de pão para esta noite e o dão!; só possuem um manto para se cobrirem e o dividem com um estranho! Então suas portas se abrirão novamente, pois vós é que sois os servidores do Mestre. Mas desta vez eles vos acolherão e vos abraçarão; suplicarão com insistência que os abençoem e os ensinem a amar. Não mais vos chamarão servos ou escravos, mas vos dirão: Meu irmão, vem assentar-te à minha mesa. Há uma só e mesma família na Terra, como há um só e mesmo pai no Céu.
Ide, ide, meus irmãos! Pregai e, sobretudo, sede unidos: o céu vos está preparado.
Santo Agostinho. n
(Médium: Sr. E. Vézy.)
[1]
[v. Santo
Agostinho.]