O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão.
Doutrina espírita - 1ª parte.

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Revista espírita — Ano IV — Outubro de 1861.

(Idioma francês)

ENSINAMENTOS E DISSERTAÇÕES ESPÍRITAS.


Diferentes maneiras de fazer a caridade. n

(Sociedade Espírita de Lyon.)  † 

Nota. – A comunicação seguinte foi recebida em nossa presença no grupo de Perrache:


Sim, meus amigos, virei sempre ao vosso meio, sempre que for chamado. Ontem me senti muito feliz por vossa causa, quando ouvi o autor dos livros que vos abriram os olhos testemunhar o desejo de vos ver reunidos para vos dirigir palavras de benevolência [v. Discurso de Allan Kardec]. É um grande ensinamento para todos vós e, ao mesmo tempo, poderosa lembrança. Apenas notei, quando vos falou do amor e da caridade, que vários de vós se perguntavam: Como fazer a caridade? Muitas vezes não tenho sequer o necessário.

Amigos, de mil maneiras se faz a caridade. Podeis fazê-la por pensamentos, por palavras e por ações. Por pensamentos, orando pelos pobres abandonados, que morreram sem se acharem sequer em condições de ver a luz. Uma prece feita de coração os alivia. Por palavras, dando aos vossos companheiros de todos os dias alguns bons conselhos, dizendo aos que o desespero, as privações azedaram o ânimo e levaram a blasfemar do nome do Altíssimo: “Eu era como sois; sofria, sentia-me desgraçado, mas acreditei no Espiritismo e, vede, agora sou feliz.” Aos velhos que vos disserem: “É inútil; estou no fim da minha jornada; morrerei como vivi”, dizei: Deus usa de justiça igual para com todos nós; lembrai-vos dos trabalhadores da última hora. Às crianças já viciadas pelas companhias de que se cercaram e que vão pelo mundo, prestes a sucumbir às más tentações, dizei: “Deus vos vê, meus caros pequenos”, e não vos canseis de lhes repetir essas brandas palavras. Elas acabarão por lhes germinar nas inteligências infantis e, em vez de vagabundos, fareis deles homens. Também isso é caridade.

Dizem, outros dentre vós: “Ora! somos tão numerosos na Terra, que Deus não nos pode ver a todos.” Escutai bem isto, meus amigos: Quando estais no cume da montanha, não abrangeis com o olhar os bilhões de grãos de areia que a cobrem? Pois bem: do mesmo modo vos vê Deus. Ele vos deixa usar do vosso livre-arbítrio, como vós deixais que esses grãos de areia se movam ao sabor do vento que os dispersa. Apenas, Deus, em sua misericórdia infinita, vos pôs no fundo do coração uma sentinela vigilante, que se chama consciência. Escutai-a, que somente bons conselhos ela vos dará. Às vezes, conseguis entorpecê-la, opondo-lhe o espírito do mal. Ela, então, se cala. Mas, ficai certos de que a pobre escorraçada se fará ouvir, logo que lhe deixardes aperceber-se da sombra do remorso. Ouvi-a, interrogai-a e com frequência vos achareis consolados com o conselho que dela houverdes recebido.

Meus amigos, a cada regimento novo o general entrega um estandarte. Eu vos dou por divisa esta máxima do Cristo: “Amai-vos uns aos outros.” ( † ) Observai esse preceito, reuni-vos todos em torno dessa bandeira e tereis ventura e consolação.


Vosso Espírito protetor.



[1] N do T Vide O Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo XIII, item 10.


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