O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão.
Doutrina espírita - 1ª parte.

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Revista espírita — Ano IV — Outubro de 1861.

(Idioma francês)

ENSINAMENTOS E DISSERTAÇÕES ESPÍRITAS.


Os pobres e ricos.

(Sociedade Espírita de Lyon.)  † 

Nota. – Embora os espíritas de Lyon estejam divididos em vários grupos, que se reúnem separadamente, nós os consideramos como formando uma única sociedade, que designaremos sob o nome geral de Sociedade Espírita de Lyon. As duas seguintes comunicações foram recebidas em nossa presença:


O ciúme é o companheiro do orgulho e da inveja. Ele vos leva a desejar tudo quanto os outros possuem, sem que percebais que, invejando sua posição, não estareis pedindo senão o presente de uma víbora, que acalentaríeis ao seio. Sempre invejais e tendes ciúme dos ricos; vossa ambição e vosso egoísmo vos levam a ter sede do ouro alheio. “Se eu fosse rico — dizeis — faria dos meus bens um uso muito diverso do que vejo fazendo este ou aquele.” E sabeis se, tendo esse ouro, não faríeis um uso ainda pior? A isto respondeis: “Aquele que está ao abrigo das necessidades cotidianas da vida sofre muito pouco, em comparação comigo.” Que sabeis a respeito? Aprendei que o rico nada mais é que um intendente de Deus; se usar mal a sua fortuna, ser-lhe-ão pedidas contas severas. Esta fortuna que Deus lhe dá e da qual aproveita na Terra, é a sua punição, é a sua prova, a sua expiação. Quantos tormentos o rico se permite para conservar esse ouro, a que tanto se prende! E quando chega a sua hora derradeira, quando deve prestar contas e compreende, nessa hora suprema, que quase sempre lhe revela toda a conduta que deveria ter tido, como treme! como tem medo! É que começa a compreender que falhou em sua missão, que foi um mandatário infiel e que suas contas vão ser desordenadas. Os pobres trabalhadores, ao contrário, que sofreram toda a vida, ligados à bigorna ou à charrua, veem chegar a morte, esta libertação de todos os males, com reconhecimento, sobretudo se suportaram suas misérias com resignação e sem murmurar. Crede, meus amigos, se vos fosse dado ver o rude pelourinho ao qual a fortuna liga os ricos, vós, cujo coração é bom, porque passastes por todas as peneiras da desgraça, diríeis com o Cristo, quando vosso amor-próprio fosse ferido pelo luxo dos opulentos da Terra: “Perdoai-lhes, Senhor, pois não sabem o que fazem”; ( † ) e adormeceríeis no vosso rude travesseiro, acrescentando: “Meu Deus, abençoai-me, e que seja feita a vossa vontade!”


O Espírito protetor do médium.


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