O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão.
Doutrina espírita - 1ª parte.

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Revista espírita — Ano IV — Novembro de 1861.

(Idioma francês)

O Espiritismo ou Espiritualismo em Metz.

Primeira série das publicações da Sociedade Espírita de Metz.  †  n

(Sumário)


1. — Em nosso último número anunciamos esta publicação apenas de memória, propondo-nos a voltar à matéria. [v. Sociedade Espírita de Metz.] Lemo-la com atenção e só podemos felicitar a Sociedade dos espíritas de Metz por seus resultados. Ela conta em seu seio um grande número de homens esclarecidos que, esperamos, saberão mantê-la em guarda contra as ciladas dos maus Espíritos, que não deixarão de tentar desviá-la do bom caminho em que se colocou.

Esta publicação não é periódica; a Sociedade de Metz tem o propósito de fazer outras semelhantes de vez em quando, em datas indeterminadas, e nelas inserir as melhores comunicações que tiver obtido. Esse método tem a vantagem de não obrigar a assunção de nenhum compromisso com assinantes, aos quais se deve servir apesar de tudo, e porque os gastos são sempre proporcionais.

Todas as comunicações contidas nesta primeira brochura trazem um sinete eminentemente sério e uma moralidade irrepreensível. Nada notamos que não fosse o que se poderia chamar de ortodoxo, do ponto de vista da Ciência e de acordo com o ensino de O Livro dos Espíritos. Se os senhores espíritas de Metz nos permitem um conselho, nós os estimularíamos a que continuem guardando, em suas publicações subsequentes, a prudente reserva que notamos nesta; que se convençam de que as publicações intempestivas podem ser mais prejudiciais que úteis à propagação do Espiritismo. Contamos com a sabedoria e a sagacidade dos que as dirigem, para não cederem ao entusiasmo de adeptos mais zelosos que sensatos; que se lembrem bem desta máxima: Não adianta correr; tudo tem sua hora.

As duas comunicações seguintes, extraídas deste primeiro número, podem dar uma ideia do espírito no qual são feitas.


2. O FLUIDO UNIVERSAL.


(29 de setembro de 1860.)

O fluido universal liga entre si todos os mundos; e, conforme os movimentos que lhe são impressos pela vontade do Criador, origina todos os fenômenos da Criação. Ele é a própria vida, ligando as diferentes matérias de nosso globo; é ele que, por propriedades subordinadas a leis, regula as diferentes coisas tão misteriosas para vós, as afinidades físicas e morais; é ele que vos faz ver o passado, o presente e o futuro, principalmente quando a matéria que obstrui vossa alma é anulada ou enfraquecida por uma causa qualquer; então essa dupla vista (embora menos desenvolvida do que após a morte), vê, sente e toca tudo, nesse meio fluídico que é o seu elemento e o reflexo exato do que foi, é e será; porque somente as partes mais grosseiras desse fluido estão sujeitas a modificações sensíveis de composição.


Henry, antigo magnetizador.


3. EFEITOS DA PRECE.


(15 de outubro de 1860.)

A prece é uma aspiração sublime, à qual Deus concedeu um poder tão mágico que os Espíritos a reclamam para si constantemente. Suave orvalho, é um refrigério para o pobre exilado na Terra e um arranjo (sic) frutuoso para a alma em prova. A prece age diretamente sobre o Espírito a quem é dirigida; não transforma espinhos em rosas, mas modifica sua vida de sofrimentos; não tem poder sobre a vontade imutável de Deus, mas imprime esse impulso de vontade que levanta a sua coragem, ao dar-lhe força para lutar contra as provas e as dominar. Por esse meio é abreviado o caminho que conduz a Deus e, como efeito maravilhoso, nada pode ser comparado à prece.

Aquele que blasfema contra a prece não passa de Espírito inferior, de tal modo terreno e atrasado que nem mesmo compreende que deve se agarrar a essa tábua de salvação par se salvar.

Orar: palavra descida do céu, é a gota de orvalho no cálice de uma flor, é o sustentáculo do caniço durante a tormenta, é a tábua do pobre náufrago durante a tempestade, é o abrigo do mendigo e do órfão, é o berço para a criança dormir. Emanação divina, a prece nos liga a Deus pela linguagem, fazendo-o interessar-se por nós; orar a Ele é amá-lo; suplicar-lhe por um irmão é um ato de amor dos mais meritórios. Vinda do coração, a prece contém a chave dos tesouros da graça; é o ecônomo que dispensa benefícios em nome da infinita misericórdia. A alma, elevada para Deus por um desses impulsos sublimes da prece, desprendida de seu envoltório grosseiro, apresenta-se cheia de confiança diante d’Ele, segura de obter o que pede com humildade. Orai, oh! orai! fazei um reservatório de vossas santas aspirações, que será despejado no dia da justiça. Preparai o celeiro da abundância, tão precioso durante a escassez; escondei o tesouro de vossas preces até o dia escolhido por Deus para distribuir o rico depósito. Acumulai para vós e para os vossos irmãos, o que diminuirá as vossas angústias e vos fará transpor mais rapidamente o espaço que vos separa de Deus. Refleti em vossa miserável natureza, contai vossas decepções, vossos perigos, sondai o abismo tão profundo aonde vos podem arrastar as paixões, olhai em torno de vós os que caem e sentireis a imperiosa necessidade de recorrer à prece. A oração é a âncora de salvação que impedirá a destruição do vosso navio, tão agitado pelas desordens do mundo.


Teu Espírito Familiar.



[1] Brochura in-8; preço 1 fr. Em Paris: Didier & Cia., Quai des Augustins,  †  35; Ledoyen, Palais-Royal,  †  galeria d’Orléans, 31. Em Metz: Verronair, rue des Jardins, 14; Warrion, rue du Palais, 8.


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