Reunião Mediúnica
1. FUNDAMENTAÇÃO
“E, saindo ele do barco, lhe saiu logo ao seu encontro, dos sepulcros, um homem com espírito imundo, o qual tinha a sua morada nos sepulcros, e nem ainda com cadeias o podiam prender. (…) E perguntou-lhe: Qual é o teu nome? E lhe respondeu, dizendo: Legião é o meu nome, porque somos muitos.” Jesus (Marcos, 5.2,3 e 9)
“Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns. Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva.” Allan Kardec (O Livro dos Médiuns. Segunda parte, Capítulo 14, item 159).
“O primeiro inimigo do médium reside dentro dele mesmo. Freqüentemente é o personalismo, é a ambição, a ignorância ou a rebeldia no voluntário desconhecimento dos seus deveres à luz do Evangelho, fatores de inferioridade moral que, não raro, o conduzem à invigilância, à leviandade e à confusão dos campos improdutivos.” F. C. Xavier — Emmanuel. (O Consolador, questão 410).
2. CONCEITO
É uma atividade privativa, na qual se realiza o serviço de assistência aos Espíritos necessitados, integrada por trabalhadores que possuam conhecimento e formação espírita compatível com a seriedade da tarefa.
3. FINALIDADES
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a) Exercitar a faculdade mediúnica de forma saudável e segura, em perfeita harmonia com os princípios da Doutrina Espírita e do Evangelho de Jesus.
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b) Manter intercâmbio mediúnico com Espíritos desencarnados, participando do trabalho de auxílio aos que necessitam de amparo e de assistência espiritual, assim como refletir a respeito das orientações e esclarecimentos transmitidos pelos benfeitores da Vida Maior.
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c) Auxiliar encarnados e desencarnados envolvidos em processo de reajuste espiritual.
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d) Cooperar com os Benfeitores espirituais no trabalho de fortalecimento do Centro Espírita e na assistência espiritual aos seus trabalhadores.
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e) Exercitar a humildade, a fraternidade e a solidariedade no trato com encarnados e desencarnados em sofrimento, empenhando-se no esforço de transformação moral.
4. PARTICIPANTES
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a) Dirigente e substituto;
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b) Médiuns ostensivos (psicofônicos, psicógrafos, videntes, audientes, etc.);
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c) Médiuns esclarecedores (de inspiração para o diálogo);
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d) Médiuns de passe;
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e) Equipe de apoio.
5. DESENVOLVIMENTO DA REUNIÃO
5.1. Fase preparatória
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Leitura inicial de uma página evangélico-doutrinária, sem comentários.
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Prece de abertura da reunião, clara, simples e concisa.
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Leitura e breve comentário de trecho de O Evangelho segundo o Espiritismo ou de O Livro dos Espíritos.
5.2. Fase de manifestação dos Espíritos
5.3. Fase de encerramento
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Irradiações ou vibrações mentais: estas podem ter um caráter geral (paz mundial, fraternidade entre os homens, união dos trabalhadores espíritas, etc.) ou específico (doentes, Espíritos necessitados etc.).
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Prece final: semelhante à que foi realizada no início da reunião, agradecendo-se, porém, a oportunidade de aprendizado, da convivência fraterna e do amparo espiritual.
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Avaliação: representa o momento em que cada participante relata o que percebeu durante a reunião, oferecendo, assim, subsídios à melhoria contínua do trabalho. Esta avaliação é restrita ao grupo, devendo-se evitar comentários fora do ambiente da reunião.
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O tempo de duração desta reunião deve ficar em torno de 90 minutos.
6. RECOMENDAÇÕES E OBSERVAÇÕES
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a) O número de participantes da reunião mediúnica deve ficar em torno de 15 pessoas.
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b) Os integrantes do grupo devem buscar o permanente aperfeiçoamento do seu conhecimento doutrinário.
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c) O trabalhador da reunião mediúnica deve comprometer-se com a preservação da harmonia do grupo, cultivando, incessantemente, disposições morais compatíveis com os princípios espíritas.
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d) No dia, iniciada a reunião, não deve ser permitida a entrada de outras pessoas.
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e) A prática mediúnica deve primar pela espontaneidade, evitando-se a evocação de entidades espirituais. Cabe à direção espiritual a seleção de desencarnados que deverão manifestar-se na reunião.
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f) Não se deve solicitar dados de identificação do Espírito comunicante, considerando-se que, se necessário, serão espontaneamente fornecidos pelo Espírito.
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g) Os médiuns devem ter controle sobre as próprias manifestações mediúnicas, agindo com compostura e respeito.
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h) Cabe ao médium, também, conscientizar-se de que não é detentor de missão de avultada transcendência, mas simples colaborador do mundo espiritual.
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i) Deve-se evitar a presença de pessoas necessitadas de auxílio espiritual durante a fase de manifestação dos Espíritos.
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j) O atendimento dado ao Espírito necessitado deve ser caracterizado pelo sentimento de fraternidade, gentileza e sincero propósito de ajudar, evitando-se diálogo muito prolongado.
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k) O dirigente da reunião pode admitir eventuais visitantes ao trabalho mediúnico, desde que essa medida seja útil e que eles possuam condições de participar da atividade.
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1) Condições recomendáveis aos participantes:
- I. Possuir conhecimento básico da Doutrina Espírita.
- II. Possuir idade igual ou superior a 18 anos.
- III. Colaborar em outras atividades do Centro Espírita, para ampliar o amparo espiritual de que necessita.
- IV. Cultivar o hábito de estudo e de oração.
- V. Realizar o Evangelho no lar.
- VI. Apresentar condições físicas e emocionais necessárias à participação na reunião mediúnica.
- VII. Demonstrar disciplina, pontualidade e assiduidade perante o compromisso assumido.
- VIII. Esforçar-se na busca do aprimoramento moral pela vivência do Evangelho à luz dos ensinos espíritas.