Evangelização Espírita da Infância e da Juventude n
1. FUNDAMENTAÇÃO
“Qual é, para o Espírito, a utilidade de passar pelo estado de infância?”
“Encarnando com o objetivo de se aperfeiçoar, o Espírito, durante esse período, é mais acessível às impressões que recebe e que podem auxiliar o seu adiantamento, para o qual devem contribuir os que estão encarregados de educá-lo.” Allan Kardec (O Livro dos Espíritos, questão 383).
“O Centro Espírita, consciente de sua missão, deve envidar todos os esforços, não só para a criação das Escolas de Evangelização Espírita Infanto-juvenil n como para seu pleno funcionamento, considerando a sua importância em termos da formação moral das novas gerações e da preparação dos futuros obreiros da Casa e do Movimento espíritas. (…)” O Que é Evangelização? (FEB, 1987, p. 21).
2. CONCEITO
A Evangelização Espírita da Infância e da Juventude é uma atividade de estudo e vivência da Doutrina Espírita e do Evangelho de Jesus de forma sistemática, metódica, atendendo e esclarecendo crianças e jovens na faixa etária de 3 a 21 anos.
“O ensinamento espírita e a moral evangélica são os elementos com os quais trabalhamos em nossas aulas. Esses conhecimentos são levados aos alunos por meio de situações práticas da vida, pois a metodologia empregada pretende que o aluno reflita e tire conclusões próprias dos temas estudados, pois só assim se efetiva a aprendizagem real”. n
3. OBJETIVOS
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a) Promover o conhecimento dos ensinos morais do Evangelho de Jesus à luz da Doutrina Espírita para crianças e jovens.
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b) Promover a integração do evangelizando: consigo mesmo, com o próximo e com Deus.
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c) Proporcionar ao evangelizando o estudo da lei natural que rege o Universo, da “natureza, origem e destino dos Espíritos bem como de suas relações com o mundo corporal”.
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d) “Oferecer ao evangelizando a oportunidade de perceber-se como homem integral, crítico, consciente, participativo, herdeiro de si mesmo, cidadão do Universo, agente de transformação de seu meio, rumo a toda perfeição de que é suscetível.” n
4. FINALIDADES
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a) Propiciar meios para que se alcancem os objetivos da Evangelização.
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b) Divulgar a importância da evangelização das novas gerações.
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c) Promover o aperfeiçoamento doutrinário-pedagógico dos Evangelizadores.
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d) Ministrar os conhecimentos da Doutrina Espírita, ensejando atividades de vivência desses conhecimentos.
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e) Conceder aos jovens oportunidades de desempenhar tarefas são compatíveis com as suas possibilidades no Centro Espírita.
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f) Conscientizar os jovens de que serão os continuadores nas atividades do Movimento Espírita.
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g) Favorecer o intercâmbio do jovem com outras juventudes e sua integração no Movimento Espírita em geral.
5. PARTICIPANTES
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a) Diretor ou responsável do departamento, área ou setor correspondente.
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b) Coordenadores dos setores.
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c) Evangelizadores da Infância e da Juventude.
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e) Evangelizandos da Infância.
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f) Evangelizandos da Juventude.
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g) Pais e responsáveis legais.
6. ORGANIZAÇÃO DA EVANGELIZAÇÃO ESPÍRITA DA INFÁNCIA E JUVENTUDE
O Centro Espírita deve organizar as atividades da Evangelização Espírita Infanto-juvenil em um seu departamento, área ou setor, dividindo-o em setores, divisões ou coordenadorias específicas para a Infância e para a Juventude, atendendo as necessidades próprias de cada faixa etária.
As atividades da Evangelização Espírita da Infância e da Juventude podem ter em sua estrutura setores de apoio tais como: de secretaria, de organização de material didático, de artes, de reunião de pais e evangelizadores, dentre outras.
7. FUNCIONAMENTO
7.1. Infância
Na Evangelização Infantil serão atendidas crianças com idade entre 3 e 12 anos, se possível distribuídas em turmas, que devem funcionar em sala própria e ser orientadas por, pelo menos, um orientador ou evangelizador.
Observação: Na falta de salas ou de evangelizadores, pode-se adotar o critério dos horários diferentes de funcionamento ou o das classes aglutinadas, neste caso, adotando o programa de estudo de acordo com a média de idade das crianças presentes.
7.2. Juventude
Na Evangelização Juvenil, serão atendidos jovens de 13 a 21 anos, distribuídos em turmas, que deverão funcionar com, pelo menos, um orientador ou evangelizador.
Observação: Na impossibilidade de efetuar-se a divisão proposta, por falta de salas e/ou orientador e evangelizador, os jovens poderão ser reunidos observando-se a média das idades, adotando-se o programa de estudo compatível com a idade dos presentes.
8. RECOMENDAÇÕES
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a) O Centro Espírita deve ter um programa de ensino que poderá ser próprio ou ser oferecido pelos Órgãos Federativos e de Unificação Municipal, Regional, Estadual ou Nacional.
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b) A Evangelização da Infância e da Juventude no Centro Espírita deverá funcionar semanalmente, com aulas ministradas no período de uma hora ou uma hora e trinta minutos. A título de férias, as atividades poderão ser interrompidas, nos meses que se achar conveniente.
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c) Os métodos e processos de ensino devem ser adaptados à situação real do Centro Espírita, isto é, às possibilidades dos alunos, das salas de aula, do número de evangelizadores etc.
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d) Nas reuniões da Evangelização Espírita da Infância e da Juventude não deverá haver atividade mediúnica. Os evangelizandos que necessitarem de assistência espiritual serão encaminhados às reuniões próprias do Centro Espírita.
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e) Os evangelizadores e evangelizandos das últimas turmas de Juventude poderão constituir uma equipe para auxiliar nas programações, atividades e eventos da Infância e Juventude.
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f) As atividades dos jovens junto a outros setores, ou fora do Centro Espírita, devem ser sempre orientadas pelo dirigente/coordenador da Juventude ou pela Diretoria do Centro.
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g) Propiciar aos jovens a capacitação para desempenhar atividades no Centro Espírita tais como: colaboração nas aulas para crianças, prestação de serviços nos setores de secretaria, tesouraria, informática e atividades assistenciais; colaboração nas reuniões públicas, doutrinárias, quer ocupando a tribuna, quer realizando outras atividades programadas para essas reuniões, e ajudar na divulgação da Doutrina.
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h) Os responsáveis pelo Centro Espírita devem divulgar constantemente a tarefa de Evangelização da Infância e da Juventude aproveitando todas as palestras públicas para esclarecimentos relativos à sua importância, utilizando cartazes e murais com incentivos e notícias, periódicos para salientar a relevância da tarefa e neles publicar trabalhos das crianças e jovens, entre outros procedimentos.
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i) O Centro Espírita deverá criar condições para melhorar o funcionamento da Evangelização da Infância e da Juventude, podendo utilizar todos os espaços disponíveis.
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j) Criar, no Centro Espírita, reuniões de pais, responsáveis e evangelizadores, com os objetivos de: demonstrar o valor do trabalho de evangelização; conscientizá-los quanto à sua importância na formação da criança e do jovem; estabelecer a harmonia na orientação das novas gerações, e promover a integração Família e Centro Espírita.
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k) Na atividade de recreação externa, com a presença de crianças e jovens, onde exista exposição a riscos, recomenda-se solicitar o apoio de órgãos de segurança, como o Corpo de Bombeiros e Defesa Civil.
[1] Nota da Editora: A Federação Espírita Brasileira coloca à
disposição dos Centros Espíritas e demais interessados, a título de colaboração e sugestão, o Currículo para
Escolas de Evangelização Espírita Infanto-juvenil e coleções de planos de aulas de Evangelização Espírita
Infanto-juvenil para todas as faixas etárias.
[2] Entenda-se por atividade de Evangelização Espírita Infanto-juvenil.
[3] O que é Evangelização? Fundamentos da Evangelização Espírita da Infância e da Juventude, FEB, 1987, p. 38.
[4] Currículo para Escolas de Evangelização Espírita Infanto-juvenil, Cecília Rocha e equipe. Rio de janeiro: Ed. FEB, 1998, p. 13.