Roteiro 1
Influência dos Espíritos em nossos pensamentos e atos, e nos acontecimentos da vida
Objetivo Geral: Possibilitar entendimento do processo de comunicação dos Espíritos com o mundo corporal.
Objetivos específicos: Identificar a natureza da influência dos Espíritos em nossos pensamentos e atos, e nos acontecimentos da vida. — Explicar como se processa essa influência. — Indicar a forma de neutralizar as más influências espirituais.
CONTEÚDO BÁSICO
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Influem os Espíritos em nossos pensamentos e em nossos atos?
Muito mais do que imaginais. Influem a tal ponto, que, de ordinário, são eles que vos dirigem. Allan Kardec: O Livro dos Espíritos, questão 459.
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Como distinguirmos se um pensamento sugerido procede de um bom Espírito ou de um Espírito mau?
Estudai o caso. Os bons Espíritos só para o bem aconselham. Compete-vos discernir. Allan Kardec: O Livro dos Espíritos, questão 464.
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Atuando sobre a matéria, podem os Espíritos manifestar se de muitas maneiras diferentes: por efeitos físicos, quais os ruídos e a movimentação de objetos; pela transmissão do pensamento, pela visão, pela audição, pela palavra, pelo tato, pela escrita, pelo desenho, pela música, etc. Numa palavra, por todos os meios que sirvam a pô-los em comunicação com os homens. Allan Kardec: Obras Póstumas. Primeira Parte — Manifestações dos Espíritos, item 14.
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Por que meio podemos neutralizar a influência dos maus Espíritos?
Praticando o bem e pondo em Deus toda a vossa confiança […]. Allan Kardec: O Livro dos Espíritos, questão 469.
SUGESTÕES DIDÁTICAS
Introdução:
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Apresentar o assunto e os objetivos da aula.
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Mostrar, em transparência ou cartaz, a questão 459 de O Livro dos Espíritos, e solicitar aos participantes que, em grupos de três, comentem o conteúdo da referida questão.
Desenvolvimento:
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Ouvir as ideias expostas pelos grupos, comentando-as. Ressaltar que a possibilidade de os Espíritos nos dirigirem está subordinada ao acolhimento que lhes damos em nossos pensamentos.
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Dividir a turma em pequenos grupos, que deverão realizar as seguintes tarefas:
1. Ler os subsídios do roteiro.
2. Responder às seguintes perguntas:
a) Como distinguir se um pensamento que nos é sugerido procede de um bom Espírito ou de um Espírito imperfeito?
b) Qual a relação entre a nossa conduta moral e a natureza da influência que recebemos dos Espíritos?
c) Dizem os Espíritos Superiores que temos a liberdade de seguir os bons Espíritos ou os Espíritos imperfeitos. Que procedimentos, então, deveremos adotar para atrair a atenção dos bons Espíritos?
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Ouvir o relato dos grupos, prestando-lhes os esclarecimentos necessários.
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Explicar como se processa a influência dos Espíritos em nossos pensamentos e atos, e nos acontecimentos da vida.
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Distribuir entre os participantes cópias da narrativa do Espírito Neio Lúcio intitulada O poder das trevas (Jesus no Lar, item 39), fazendo uma leitura em voz alta da mesma.
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Destacar, em conjunto com os participantes, pontos significativos da narrativa.
Conclusão:
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Concluir a aula ressaltando a determinação dos Espíritos imperfeitos no sentido de nos atrair para o mal, e a vigilância que devemos ter sobre nós mesmos, a fim de neutralizar-lhes a ação e não perder as oportunidades de progresso que as leis divinas nos oferecem.
Avaliação:
Técnica(s):
Recurso(s):
SUBSÍDIOS
Allan Kardec pergunta aos Espíritos Superiores:
Influem os Espíritos em nossos pensamentos e em nossos atos?
Muito mais do que imaginais. Influem a tal ponto, que, de ordinário, são eles que vos dirigem. (2)
A resposta dada pelos Espíritos não nos deve causar estranheza, pois, se analisarmos o assunto fazendo uma comparação com o que sucede em nossas relações sociais, chegaremos à conclusão de que vivemos em permanente sintonia com as pessoas que nos rodeiam, familiares ou não, das quais recebemos influenciação por meio das ideias que exteriorizam e dos exemplos que nos dão, do mesmo modo que as influenciamos com as nossas ideias e com a nossa conduta.
O mesmo ocorre, naturalmente, com os habitantes do mundo espiritual, já que são eles os seres humanos desencarnados, que, pelo simples fato de terem deixado o invólucro carnal, nem por isso mudaram a sua maneira de pensar e as características da sua personalidade.
Assim, somos alvo não só da atenção de Benfeitores e Amigos Espirituais incluindo entre eles os parentes e amigos desta e de outras reencarnações, os quais, vencendo o túmulo, desejam prosseguir auxiliando-nos — como também daqueles outros a quem prejudicamos com atos de maior ou menor gravidade, nesta ou em anteriores existências, e que nos procuram para cobrar a dívida que com eles contraímos.
Portanto, a resposta dos Espíritos a Kardec nos dá uma noção exata do intercâmbio existente entre os Espíritos desencarnados e encarnados, intercâmbio esse real e constante.
O Espiritismo torna compreensível o processo pelo qual se dá a influência dos Espíritos no mundo corporal. Essa influência tem origem na possibilidade de transmissão do pensamento. Para que entendamos como o pensamento se transmite, […] precisamos conceber mergulhados no fluido universal, que ocupa o espaço, todos os seres, encarnados e desencarnados, tal qual nos achamos, neste mundo, dentro da atmosfera. Esse fluido recebe da vontade uma impulsão; ele é o veículo do pensamento, como o ar o é do som, com a diferença de que as vibrações do ar são circunscritas, ao passo que as do fluido universal se estendem ao infinito. Dirigido, pois, o pensamento para um ser qualquer, na Terra ou no espaço, de encarnado para desencarnado, ou vice-versa, uma corrente fluídica se estabelece entre um e outro, transmitindo de um ao outro o pensamento, como o ar transmite o som. (1)
Ensina ainda a Doutrina Espírita que por meio […] do perispírito é que os Espíritos atuam sobre a matéria inerte […]. Sua natureza etérea [do perispírito] não é que a isso obstaria, pois se sabe que os mais poderosos motores se nos deparam nos fluidos mais rarefeitos e nos mais imponderáveis. Não há, pois, motivo de espanto quando, com essa alavanca [o perispírito], os Espíritos produzem certos efeitos físicos. […]. (7)
Atuando sobre a matéria, podem os Espíritos manifestar se de muitas maneiras diferentes: por efeitos físicos, quais os ruídos e a movimentação de objetos; pela transmissão do pensamento, pela visão, pela audição, pela palavra, pelo tato, pela escrita, pelo desenho, pela música, etc. Numa palavra, por todos os meios que sirvam a pô-los em comunicação com os homens. (8)
Deflui desses ensinamentos que os Espíritos exercem influência nos acontecimentos da vida, por meio da transmissão de pensamento e por sua ação direta no mundo material, tudo, no entanto, dentro das leis da Natureza. (6)
Se a influência dos Espíritos em nossos pensamentos é de tal intensidade que, ordinariamente, são eles que nos dirigem, (2) é preciso saber identificar a natureza dessa influência, a fim de que não atendamos aos alvitres dos Espíritos imperfeitos. Como distinguirmos se um pensamento sugerido procede de um bom Espírito ou de um Espírito mau? — indaga Kardec aos Espíritos Superiores. A resposta dos Benfeitores da Humanidade é um apelo ao nosso bom senso. Dizem eles: Estudai o caso. Os bons Espíritos só para o bem aconselham. Compete-vos discernir. (3)
Os Espíritos imperfeitos são instrumentos próprios a pôr em prova a fé e a constância dos homens na prática do bem. Como Espírito que és, tens que progredir na ciência do infinito. Daí o passares pelas provas do mal, para chegares ao bem. A nossa missão consiste em te colocarmos no bom caminho. Desde que sobre ti atuam influências más, é que as atrais, desejando o mal; porquanto os Espíritos inferiores correm a te auxiliar no mal, logo que desejes praticá-lo. Só quando queiras o mal, podem eles ajudar-te para a prática do mal. Se fores propenso ao assassínio, terás em torno de ti uma nuvem de Espíritos a te alimentarem no íntimo esse pendor. Mas, outros também te cercarão, esforçando-se por te influenciarem para o bem, o que restabelece o equilíbrio da balança e te deixa senhor dos teus atos.
É assim que Deus confia à nossa consciência a escolha do caminho que devamos seguir e a liberdade de ceder a uma ou outra das influências contrárias que se exercem sobre nós. (4)
Assim, compete exclusivamente a nós neutralizar a influência dos Espíritos imperfeitos. Os Espíritos Superiores são bastante claros ao nos indicarem o meio para isso: Praticando o bem e pondo em Deus toda a vossa confiança, repelireis a influência dos Espíritos inferiores e aniquilareis o império que desejem ter sobre vós. Guardai-vos de atender às sugestões dos Espíritos que vos suscitam maus pensamentos, que sopram a discórdia entre vós outros e que vos insuflam as paixões más. Desconfiai especialmente dos que vos exaltam o orgulho, pois que esses vos assaltam pelo lado fraco. Essa a razão por que Jesus, na oração dominical, vos ensinou a dizer. Senhor! Não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal. (5)
O Espiritismo trouxe ensinamentos preciosos sobre a importância da nossa atitude mental no sentido do bem, para que não nos desviemos do caminho que nos compete seguir rumo à perfeição, que é a nossa meta. Desse modo, é preciso aprender a disciplinar os nossos pensamentos, a fim de atrairmos os bons Espíritos, que nos auxiliarão a percorrer esse caminho, tornando-o menos árido, e pleno de realizações espirituais.
Referências Bibliográficas:
1. KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro. 124. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Capítulo 27, item 10, p. 373.
2. O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 86. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Questão 459, p. 246.
3. Idem - Questão 464, p. 247.
4. Id. - Questão 466, p. 248.
5. Id. - Questão 469, p. 248-249.
6. Id. - Questão 525a, p. 267.
7. Idem - Obras Póstumas. Tradução de Guillon Ribeiro. 38. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Primeira parte. Manifestações dos Espíritos. Capítulo 1, item 13, p. 46.
8. Idem - Item 14, p. 46.