Roteiro 1
Perispírito: conceito
Objetivo Geral: Propiciar conhecimento a respeito da existência e da sobrevivência do Espírito.
Objetivo Específico: Conceituar perispírito.
CONTEÚDO BÁSICO
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Envolvendo o gérmen de um fruto, há o perisperma; do mesmo modo, uma substância que, por comparação, se pode chamar perispírito, serve de envoltório ao Espírito propriamente dito. Allan Kardec: O Livro dos Espíritos, questão 93 — comentário.
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O laço ou perispírito, que prende ao corpo o Espírito, é uma espécie de envoltório semimaterial. A morte é a destruição do invólucro mais grosseiro [corpo físico]. O Espírito conserva o segundo, que lhe constitui um corpo etéreo, invisível para nós no estado normal […]. Allan Kardec: O Livro dos Espíritos. Introdução, item 6.
SUGESTÕES DIDÁTICAS
Introdução:
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Apresentar à turma uma figura esquemática do corpo físico, do perispírito e do Espírito, explicando que o corpo físico é construído pelo Espírito a partir do molde, ou matriz, denominado perispírito.
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Esclarecer que, devido à importância do tema, o perispírito será estudado em outros roteiros, cabendo a este apenas a sua conceituação.
Desenvolvimento:
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Dividir a turma em grupos, de acordo com o número de participantes. Cada grupo recebe um pequeno texto, uma cartolina, pincéis atômicos, fita adesiva, e as seguintes instruções:
a) Leitura do texto e troca de ideias sobre o assunto. (Veja anexo);
b) Elaboração de um conceito de perispírito, tendo como base as ideias expressas no texto lido;
c) Registro escrito do conceito de perispírito na folha de cartolina, de forma que todos possam ler à distância;
d) Afixação da cartolina no mural da sala de aula;
e) Indicação de um relator que, em plenário, deve fazer a leitura do texto e apresentar o conceito de perispírito elaborado pelo grupo.
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Ouvir os resultados do trabalho dos grupos, esclarecendo possíveis dúvidas.
Conclusão:
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Fazer a integração do tema, fundamentando-se nas citações 2 e 3 da referência bibliográfica deste roteiro (O Livro dos Espíritos, questões 93 e 135 — comentário), e na figura apresentada no início da reunião.
Avaliação:
Técnica(s):
Recurso(s):
SUBSÍDIOS
Allan Kardec indaga aos Espíritos Superiores: O Espírito, propriamente dito, nenhuma cobertura tem, ou, como pretendem alguns, está sempre envolto numa substância qualquer? A que os Espíritos respondem: Envolve-o uma substância vaporosa para os teus olhos, mas ainda bastante grosseira para nós; assaz vaporosa, entretanto, para poder elevar se na atmosfera e transportar se aonde queira. (2) Comentando essa resposta, Kardec cria a palavra perispírito (do gr. peri, em torno, e do lat. spiritus, alma, espírito) para designar esse envoltório do Espírito, por comparação com o perisperma, que envolve o gérmen do fruto. (2)
Hão dito [afirma Kardec] que o Espírito é uma chama, uma centelha. Isto se deve entender com relação ao Espírito propriamente dito, como princípio intelectual e moral, a que se não poderia atribuir forma determinada. Mas, qualquer que seja o grau em que se encontre, o Espírito está sempre revestido de um envoltório, ou perispírito, cuja natureza se eteriza, à medida que ele se depura e se eleva na hierarquia espiritual. De sorte que, para nós, a ideia de forma é inseparável da de Espírito e não concebemos uma sem a outra. O perispírito faz, portanto, parte integrante do Espírito, como o corpo o faz do homem. Porém, o perispírito, por si só, não é o Espírito, do mesma modo que sô o corpo não constitui o homem, porquanto o perispírito não pensa. Ele é para o Espírito o que o corpo é para o homem: o agente ou instrumento de sua ação. (4)
Quando encarnado o Espírito, o perispírito é o laço que o prende ao corpo físico. Esse laço […] é uma espécie de envoltório semimaterial. A morte é a destruição do invólucro mais grosseiro. O Espírito conserva o segundo, que lhe constitui um corpo etéreo, invisível para nós no estado normal […]. (1)
O homem é, portanto, formado de três partes essenciais: 1º — o corpo ou ser material, análogo ao dos animais e animado pelo mesmo princípio vital; 2º — a alma, Espírito encarnado que tem no corpo a sua habitação; 3º — o princípio intermediário, ou períspírito, substância semimaterial que serve de primeiro envoltório ao Espírito e liga a alma ao corpo. Tais, num fruto, o gérmen, o perisperma e a casca. (3)
A respeito do uso dos termos alma e Espírito, Kardec assinala:
[…] Seria mais exato reservar a palavra alma para designar o princípio inteligente e o termo Espírito para o ser semimaterial formado desse princípio e do corpo fluídico; mas, como não se pode conceber o princípio inteligente isolado da matéria, nem o perispírito sem ser animado pelo princípio inteligente, as palavras alma e Espírito são, no uso, indiferentemente empregadas uma pela outra […]; filosoficamente, porém, é essencial fazer se a diferença. (5)
É oportuno ressaltar que o perispírito tem tido outras denominações, das quais destacamos: corpo espiritual ou psicossoma (Espírito André Luiz); corpo fluídico (Leibniz); mediador plástico (Cudworth); e modelo organizador biológico, (Ernani G. Andrade). (6).
ANEXO
TEXTOS PARA CONCEITUAÇÃO DE PERISPÍRITO
1. Considerado parte “[…] essencial do complexo humano, o perispírito ou psicossoma se constitui de variados fluidos que se agregam, decorrentes da energia universal primitiva de que se compõe cada Orbe, gerando uma matéria hiperfísica, que se transforma em mediador plástico entre o Espírito e o corpo físico. […] Revestimento temporário, imprescindível à encarnação e à reencarnação, é tanto mais denso ou sutil, quanto evoluído seja o Espírito que dele se utiliza. Também considerado corpo astral, exterioriza-se através e além do envoltório carnal, irradiando-se como energia específica ou aura.” (Divaldo P. Franco: Estudos Espíritas. Por Joanna de Ângelis. FEB. Capítulo 4, p. 39.)
2. “O perispírito é, ainda, corpo organizado que, representando o molde fundamental da existência para o homem, subsiste, além do sepulcro, demorando-se na região que lhe é própria, de conformidade com o seu peso específico. Formado por substâncias químicas que transcendem a série estequiogenética conhecida até agora pela ciência terrena, é aparelhagem de matéria rarefeita, alterando-se, de acordo com o padrão vibratório do campo interno. Organismo delicado, com extremo poder plástico, modifica-se sob o comando do pensamento. É necessário, porém, acentuar que o poder apenas existe onde prevaleçam a agilidade e a habilitação que só a experiência consegue conferir. Nas mentes primitivas, ignorantes e ociosas, semelhante vestidura se caracteriza pela feição pastosa, verdadeira continuação do corpo físico, ainda animalizado ou enfermiço.” (Francisco Cândido Xavier: Roteiro. Por Emmanuel. FEB. Capítulo 6, p. 31-32.)
3. “Para definirmos, de alguma sorte, o corpo espiritual, é preciso considerar, antes de tudo, que ele não é reflexo do corpo físico, porque, na realidade, é o corpo físico que o reflete, tanto quanto ele próprio, o corpo espiritual, retrata em si o corpo mental (envoltório sutil da mente) que lhe preside a formação. Do ponto de vista da constituição e da função em que se caracteriza na esfera imediata ao trabalho do homem, após a morte, é o corpo espiritual o veículo físico por excelência, com sua estrutura eletromagnética, algo modificado no que tange aos fenômenos genésicos e nutritivos, de acordo, porém, com as aquisições da mente que o maneja. Todas as alterações que apresenta, depois do estágio berço-túmulo, verificam-se na base da conduta espiritual da criatura […]” (Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira: Evolução em dois mundos. Por André Luiz. FEB, Primeira Parte, Capítulo 2, p. 29-30.)
Referências Bibliográficas:
1. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 86. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Introdução, item 6, p. 24.
2. Idem - Questão 93, p. 85.
3. Id. - Questão 135, p. 104-105.
4. Idem - O Livro dos Médiuns. Tradução de Guillon Ribeiro. 76. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Segunda parte, Capítulo 1, item 55, p. 72-73.
5. Idem - O Que é o Espiritismo. 53. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Capítulo 2, item 14, p. 155.
6. ZIMMERMANN, Zalmino. Perispírito. 2. ed. Campinas: Centro Espírita Allan Kardec, 2002. Capítulo 1 (Conceito e natureza), p. 23-24.