Roteiro 4
A providência divina
Objetivo Geral: Apresentar Deus como a inteligência suprema e a causa primeira de todas as coisas.
Objetivos específicos: Conceituar providência divina. — Explicar como se realiza a ação providencial de Deus para com as criaturas.
CONTEÚDO BÁSICO
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A providência é a solicitude de Deus para com as suas criaturas. Ele está em toda parte, tudo vê, a tudo preside, mesmo às coisas mais mínimas. É nisto que consiste a ação providencial. Allan Kardec: A Gênese. Capítulo 2, item 20.
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Para estender a sua solicitude a todas as criaturas, não precisa Deus lançar o olhar do Alto da imensidade. As nossas preces, para que ele as ouça, não precisam transpor o espaço, nem ser ditas com voz retumbante, pois que, estando de contínuo ao nosso lado, os nossos pensamentos repercutem nele. Os nossos pensamentos são como os sons de um sino, que fazem vibrar todas as moléculas do ar ambiente. Allan Kardec: A Gênese. Capítulo 2, item 24.
SUGESTÕES DIDÁTICAS
Introdução:
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Citar os objetivos da aula.
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Mostrar em transparências, ou cartaz, os versículos São Mateus, Capítulo VI, vv. 19 a 21 e 25 a 34 do capítulo 6 de Mateus (Veja anexo)
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Pedir a um ou mais participantes que leiam o texto evangélico em voz alta.
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Solicitar à turma que, em duplas, responda às seguintes perguntas:
Como se manifesta a providência de Deus entre os seres inferiores da Criação?
Como se realiza a ação providencial de Deus para com os seres humanos?
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Ouvir as respostas das duplas, em seguida destacando que a solicitude de Deus para com os seres vivos da Criação é dada de acordo com as necessidades de sua subsistência.
Desenvolvimento:
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Em conjunto com os participantes, conceituar Providência Divina, esclarecendo a forma como ela se manifesta.
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Pedir a um ou outro participante que relatem uma experiência que fique demonstrada a ação providencial de Deus.
Conclusão:
Avaliação:
Técnica(s):
Recurso(s):
SUBSÍDIOS
A providência é a solicitude de Deus para com as suas criaturas. (1) É a suprema sabedoria com que o Criador conduz todas as coisas, é o cuidado constante, o zelo ininterrupto, […] é o espírito superior, é o anjo velando sobre o infortúnio, é o consolador invisível, […] é o farol aceso no meio da noite, para a salvação dos que erram sobre o mar tempestuoso da vida. A Providência é; ainda, principalmente, o amor divino derramando-se a flux sobre suas criaturas. (8)
Deus […] está em toda parte, tudo vê, a tudo preside, mesmo às coisas mais mínimas. É nisto que consiste a ação providencial. Como pode Deus, tão grande, tão poderoso, tão superior a tudo, imiscuir se em pormenores ínfimos, preocupar se com os menores atos e os menores pensamentos de cada indivíduo? Esta a interrogação que a si mesmo dirige o incrédulo, concluindo por dizer que, admitida a existência de Deus, só se pode admitir, quanto à sua ação, que ela se exerça sobre as leis gerais do Universo; que este funcione de toda a eternidade em virtude dessas leis, às quais toda criatura se acha submetida na esfera de suas atividades, sem que haja mister a intervenção incessante da Providência. (2)
Achamo-nos então, constantemente, em presença da Divindade; nenhuma das nossas ações lhe podemos subtrair ao olhar o nosso pensamento está em contato ininterrupto com o seu pensamento, havendo, pois, razão para dizer se que Deus vê os mais profundos refolhos do nosso coração. Estamos nele, como ele está em nós, segundo a palavra do Cristo. Para estendera sua solicitude a todas as criaturas, não precisa Deus lançar o olhar do Alto da imensidade. As nossas preces, para que ele as ouça, não precisam transpor o espaço, nem ser ditas com voz retumbante, pois que, estando de contínuo ao nosso lado, os nossos pensamentos repercutem nele. Os nossos pensamentos são como os sons de um sino, que fazem vibrar todas as moléculas do ar ambiente. (3)
Nada obsta a que se admita, para o princípio da soberana inteligência, um centro de ação, um foco principal a irradiar incessantemente, inundando o Universo com seus eflúvios, como o Sol com a sua luz. Mas onde esse foco? É o que ninguém pode dizer. Provavelmente, não se acha fixado em determinado ponto, como não o está a sua ação, sendo também provável que percorra constantemente as regiões do espaço sem-fim. Se simples Espíritos têm o Dom da ubiquidade, em Deus há de ser sem limites essa faculdade. Enchendo Deus o Universo, poder-se-ia ainda admitir, a título de hipótese, que esse foco não precisa transportar se, por se formar em todas as partes onde a soberana vontade julga conveniente que ele se produza, donde o poder dizer se que está em toda parte e em parte nenhuma. (4)
A ação providencial de Deus pode ser percebida nas seguintes palavras de Emmanuel:
Se acreditas que o hálito das entidades angélicas bafeja exclusivamente os cultivadores da virtude, medita na Providência Divina que honra o Sol, na grandeza do Espaço, mas induzindo-o a sustentar os seres que ainda jazem colados à crosta do Planeta, inclusive os últimos vermes que rastejam no chão.
Contempla os quadros que te circundam, em todas as direções, e reconhecerás o Amor Infinito buscando suprimir, em silêncio, as situações deprimentes da natureza.
Cachoeiras cobrem abismos.
Fontes alimentam a terra seca.
Astros clareiam o céu noturno.
Flores valorizam espinheirais.
No campo de pensamento em que estagias, surpreenderás esse mesmo Infinito Amor, procurando extinguir as condições inferiores da Humanidade.
País transfigurados em gênios de ternura.
Professores desfazendo as sombras da ignorância.
Médicos a sanarem doenças.
Almas generosas socorrendo a necessidade. (9)
Entendemos, assim, que Deus se ocupa com todos os seres que criou, por mais pequeninos que sejam. Nada, para a sua bondade, é destituído de valor. (6)
Devemos, entretanto, considerar que a despeito da ação providencial de Deus para com todas as suas criaturas, estamos vinculados aos resultados do nosso livre-arbítrio. Dessa forma, todas […] nossas ações estão submetidas às leis de Deus. Nenhuma há por mais insignificante que nos pareça, que não possa ser uma violação daquelas leis. Se sofremos as consequências dessa violação, só nos devemos queixar de nós mesmos, que desse modo nos fazemos os causadores da nossa felicidade, ou da nossa infelicidade futuras. (7)
Fica claro, portanto, que a Providência Divina se manifesta duplamente: sob a forma de misericórdia e de justiça, porque a […] compaixão, filha do Amor, desejará estender sempre o braço que salva, mas a justiça, filha da Lei, não prescinde da ação que retifica. Haverá recursos da misericórdia para as situações mais deploráveis. Entretanto, a ordem legal do Universo cumprir-se-á, invariavelmente. Em virtude, pois, da realidade, é justo que cada filho de Deus assuma responsabilidades e tome resoluções por si mesmo. (10)
As provações da vida representam, assim, os cuidados de Deus para com todos os seus filhos, oferecendo-nos benditas oportunidades de progresso espiritual, como nos esclarece o benfeitor Emmanuel:
Em todas as provas que te assaltem os dias, considera a quota das bênçãos que te rodeiam, e, escorando-te na fé e na paciência, reconhecerás que a Divina Providência está agindo contigo e por teu intermédio, sustentando-te, em meio dos problemas que te marcam a estrada, para doar-lhes a solução. (11)
Diante desses problemas insondáveis, cumpre que a nossa razão se humilhe. Deus existe: disso não poderemos duvidar: É infinitamente justo e bom: essa a sua essência. A tudo se estende a sua solicitude: compreendemo-lo. Só o nosso bem, portanto, pode ele querer, donde se segue que devemos confiar nele: é o essencial. Quanto ao mais, esperemos que nos tenhamos tornado dignos de o compreender. (5)
ANEXO
Referências Bibliográficas:
1. KARDEC, Allan. A Gênese. Tradução de Guillon Ribeiro. 48. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Capítulo 2, item 20, p. 60.
2. Idem - Item 20, p. 60-61 .
3. Id. - Item 24, p. 62-63.
4. Id. - Item 29, p. 64-65.
5. Id. - Item 30, p. 65.
6. Idem - O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 86. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005, questão 963.
7. Id. - Questão 964, p. 447-448.
8. DENIS, Léon. Depois da Morte. Tradução de João Lourenço de Souza. 25. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Capítulo 40 (Livre arbítrio e providência), p. 243.
9. XAVIER, Francisco Cândido. Justiça Divina, Capítulo 40. Pelo Espírito Emmanuel. 11. ed. Rio de Janeiro: FEB, 200. Item: Divino amparo, p. 97-98.
10. Idem - Obreiros a Vida Eterna. Pelo Espírito André Luiz. 31. ed. Rio de janeiro: FEB, 2006. Capítulo 9 (Louvor e gratidão), p. 172.
11. Id. - Rumo Certo. Pelo Espírito Emmanuel. 9. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Capítulo 3 (Provas e bênçãos), p. 22.