Roteiro 1
Necessidade da vida social
Objetivo Geral: Possibilitar entendimento das leis de sociedade e do trabalho.
Objetivos específicos: Explicar por que a vida em sociedade favorece o progresso do ser humano. — Identificar os principais males em decorrência do insulamento social.
CONTEÚDO BÁSICO
-
O homem tem que progredir. Insulado, não lhe é isso possível, por não dispor de todas as faculdades. Falta-lhe o contato com os outros homens. No insulamento, ele se embrutece e estiola. Allan Kardec: O Livro dos Espíritos, questão 768.
-
Homem nenhum possui faculdades completas. Mediante a união social é que elas umas às outras se completam, para lhe assegurarem o bem-estar e o progresso. Por isso é que, precisando uns dos outros, os homens foram feitos para viver em sociedade e não insulados. Allan Kardec: O Livro dos Espíritos, questão 768 - comentário.
SUGESTÕES DIDÁTICAS
Introdução:
Desenvolvimento:
-
Em seguida, pedir aos participantes que, reunidos em dois grupos, façam o seguinte:
a) Leitura das questões 766 a 771 de O Livro dos Espíritos;
b) Troca de ideias sobre a leitura;
c) Elaborar um cartaz, tipo mural, que contenha frases e recortes de revistas, retratando o tema estudado;
d) Indicar um representante para apresentar as conclusões do grupo.
-
Observação: Colocar, à vista dos grupos, o material necessário à realização da atividade: revistas; gravuras; canetas coloridas; lápis de cor, pincéis atômicos; cartolina / papel pardo; tesouras; colas; fitas adesivas, etc.
-
Ouvir os relatos dos representantes dos grupos, solicitando-lhes esclarecimentos sobre o trabalho apresentado, se necessário.
Conclusão:
Avaliação:
Técnica(s):
Recurso(s):
SUBSÍDIOS
A vida vem de Deus e pertence a Deus, pois a vida é a presença de Deus em toda parte. Deus criou a vida de tal forma que tudo nela caminhará dentro da Lei de Evolução. (7) A lei de evolução estabelece que a vida social é necessária porque o […] homem tem que progredir. Insulado, não lhe é isso possível, por não dispor de todas as faculdades. Falta-lhe o contacto com os outros homens. No insulamento, ele se embrutece e estiola. (3)
O ser humano é, por natureza, um ser gregário, criado para viver em sociedade. O seu insulamento, mesmo a pretexto de servir a Deus ou de desenvolver virtudes, constitui uma agressão à lei natural, por caracterizar uma fuga injustificável às responsabilidades requeridas ao seu progresso espiritual.
A vida social faz parte da lei natural, uma vez que Deus […] fez o homem para viver em sociedade. Não lhe deu inutilmente a palavra e todas as outras faculdades necessárias à vida de relação. (1) O insulamento é contrário à lei da Natureza, […] pois que por instinto os homens buscam a sociedade e todos devem concorrer para o progresso, auxiliando-se mutuamente. (2)
Graças ao aprendizado desenvolvido ao longo dos tempos, e em razão do próprio dinamismo da existência atual na Terra, diminuem as antigas incursões ao isolacionismo — comuns entre religiosos e filósofos de eras passadas — , seja na solidão das regiões desérticas ou montanhosas, para onde o homem fugia em busca da iluminação espiritual que as meditações favoreciam; seja no silêncio dos claustros e monastérios que as práticas religiosas impunham como meio de atingir o estado de contemplação ou êxtase espiritual. Nesse sentido, “negar o mundo” no conceito evangélico, não significa abandoná-lo, antes criar condições novas a uma vivência mais solidária, capazes de modificar as estruturas e comportamentos egoísticos, engendrando recursos que transformem a habitação terrestre em reduto de esperança, de paz e de fraternidade, à semelhança do “reino dos céus”, a que se reportava Jesus.
Devemos considerar, no entanto, que existem seres humanos que fogem dos prazeres e das comodidades do mundo, não para viverem isolados, mas para socorrerem pessoas mais necessitadas. Esses se elevam, rebaixando-se. Têm o duplo mérito de se colocarem acima dos gozos materiais e de fazerem o bem, obedecendo à lei do trabalho. (5) A história da humanidade traz exemplos de homens e mulheres notáveis que se destacaram nos campos do saber religioso ou científico. Essas pessoas, vivendo uma existência de simplicidade e renúncia aos confortos oferecidos pela sociedade, optaram por algo fazer em benefício do próximo.
É importante que ampliemos a nossa visão a respeito da vida no planeta Terra, entendendo que a vida é uma grande realização de solidariedade humana. (8) Assim, a existência terrestre […] é uma escola, um meio de educação e de aperfeiçoamento pelo trabalho, pelo estudo e pelo sofrimento. (9) Sendo assim, homem […] nenhum possui faculdades completas. Mediante a união social é que elas umas às outras se completam, para lhe assegurarem o bem-estar e o progresso. Por isso é que, precisando uns dos outros, os homens foram feitos para viver em sociedade e não insulados. (4) Essas orientações espíritas, fundamentadas em esclarecimentos evangélicos, determinam que a vida social deve ser caracterizada por um clima de convivência fraterna em que todos se ajudam e se socorrem mutuamente, dirimindo dificuldades e problemas cotidianos. O Espiritismo nos esclarece também que nas relações sociais humanas, o homem deve fazer o bem, […] pois que isso constituí o objetivo único da vida […]. Sendo assim, […] facultado lhe é impedir o mal, sobretudo aquele que possa concorrer para a produção de um mal maior. (6)
O relacionamento humano equilibrado nos impõe regras de convivência social que devem, necessariamente, estimular aquisições de valores morais, tendo em vista que o […] mundo, por mais áspero, representará para o nosso espírito a escola de perfeição, cujos instrumentos corretivos bendiremos, um dia. Os companheiros de jornada que o habitam, conosco, por mais ingratos e impassíveis, são as nossas oportunidades de materialização do bem, recursos de nossa melhoria e de nossa redenção, e que, bem aproveitados por nosso esforço, podem transformar nos em heróis.
Não há medida para o homem, fora da sociedade em que ele vive. Se é indubitável que somente o nosso trabalho coletivo pode engrandecer ou destruir o organismo social, só o organismo social pode tornar nos individualmente grandes ou miseráveis. (10)
ANEXO
(Casimiro Cunha)
Referências Bibliográficas:
1. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 89. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Questão 766, p. 403.
2. Idem - questão 767, p. 403.
3. Id. - questão 768, p. 403-404.
4. Id. - questão 768 - comentário, p. 404.
5. Id. - questão 771, p. 405.
6. Id. - questão 860, p. 441-442.
7. BARCELLOS, Walter. Sexo e Evolução. 5. Ed. Rio de Janeiro: FEB, 2002. Capítulo 22, p. 277.
8. CASTRO, Almerindo Martins. O Martírio dos Suicidas. 14. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1994, p. 11.
9. DENIS, Léon. Depois da Morte. Tradução de João Lourenço de Souza. 21. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2000, p. 322.
10. XAVIER, Francisco Cândido. Roteiro. 10. ed. Pelo Espírito e Janeiro: FEB, 1998. Capítulo 39 (Diante da Terra), p. 165.