Roteiro 4
Critérios de participação e afastamento
[numa reunião mediúnica]
Objetivo específico: Analisar os principais critérios de participação e de afastamento do trabalhador da reunião mediúnica.
SUBSÍDIOS
Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também. […] Para que não haja divisão no corpo, mas, antes, tenham os membros igual cuidado uns dos outros. De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com ele; e, se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele. Paulo (I Coríntios, 12.12; 25, 26)
1. CRITÉRIOS DE ADMISSÃO DO TRABALHADOR A REUNIÃO MEDIÚNICA
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Estar integrado em atividades da Casa Espírita e ter realizado cursos regulares e sistematizados, semelhantes ao Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita e Estudo e Prática da Mediunidade. O estudo espírita tem a vantagem, como nos alerta Allan Kardec, de «[…] fundar a unidade de princípios, de fazer adeptos esclarecidos, capazes de espalhar as ideias espíritas e de desenvolver grande número de médiuns.» (4)
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Revelar hábito de estudo e oração, realizando inclusive a reunião do evangelho no lar. «O médium tem obrigação de estudar muito, observar intensamente e trabalhar em todos os instantes pela sua própria iluminação.» (10) O trabalhador do grupo mediúnico por reconhecer os benefícios da oração, sabe que o «[…] culto do Evangelho no abrigo doméstico equivale a lâmpada acesa para todos os imperativos do apoio e do esclarecimento espiritual.» (8)
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Participar de atividade de assistência e promoção social. «Outro aspecto de serviço que os obreiros da desobsessão não podem olvidar, sem prejuízo, é a assistência aos necessitados.» (9) Os serviços de amor ao próximo são atividades complementares à prática mediúnica. Neste sentido recordemos Jesus:
Então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o Reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me.[…] E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes. (Mateus, 25. 34-36; 40)
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Estar em condições físicas, emocionais e psíquicas para participar da reunião mediúnica. A influência moral e do meio interferem sobremaneira na prática mediúnica, como esclarece Allan Kardec em O Livro dos Médiuns. (3) É necessário também verificar se a pessoa revela sinais de influências obsessivas, fator que desaconselha a prática mediúnica até que a dificuldade seja sanada. O capítulo 23, da obra citada, traz preciosas informações sobre o assunto. Na verdade, esses três capítulos de O Livro dos Médiuns merecem ser relidos com atenção.
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Ter disciplina, pontualidade e assiduidade com o compromisso assumido. Neste sentido, deve aprender a superar os impedimentos naturais, como chuvas, visitas de última hora e outros contratempos. (5) As suas ausências, comunicadas ao dirigente da reunião, são limitadas a motivos de força maior. (7) A pontualidade deve ser naturalmente observada. «Pontualidade é sempre dever, mas na desobsessão assume caráter solene.» (6)
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Esforçar-se na busca da transformação moral pela vivência do Evangelho à luz do entendimento espírita. «Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más.» (1)
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Não estar vinculado à reunião mediúnica de outra Casa Espírita.
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Comprometer-se com a preservação da harmonia do grupo, cultivando, incessantemente, as disposições estabelecidas por Allan Kardec em O Livro dos Médiuns, segunda parte, item 341. (2)
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Perfeita comunhão de vistas e de sentimentos.
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Cordialidade recíproca entre todos os membros.
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Ausência de todo sentimento contrário à verdadeira caridade cristã.
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Um único desejo: o de se instruírem e melhorarem, por meio dos ensinos dos Espíritos e do aproveitamento de seus conselhos.
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Exclusão de tudo o que, nas comunicações pedidas aos Espíritos, apenas exprima o desejo de satisfação da curiosidade.
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Recolhimento e silêncio respeitosos, durante as confabulações com os Espíritos.
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União de todos os assistentes [participantes], pelo pensamento, ao apelo feito aos Espíritos que sejam evocados.
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Concurso dos médiuns da assembleia [reunião], com isenção de todo sentimento de orgulho, de amor-próprio e de supremacia e com o só desejo de serem úteis.
2. CRITÉRIOS RELACIONADOS AO AFASTAMENTO DO TRABALHADOR DA REUNIÃO MEDIÚNICA
O afastamento do trabalhador do grupo mediúnico é uma situação que deve ser encaminhada com bom senso e espírito de fraternidade, analisando caso a caso. O dirigente e demais integrantes do grupo devem ser colocados à disposição do participante, auxiliando-o no que for possível. Acolhê-lo de volta assim que cessar a causa que provocou o seu afastamento.
Referências Bibliográficas:
1. KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro. 126. ed. Rio de Janeiro: 2006. Capítulo 17, item 4, p. 311.
2. Idem - O Livro dos Médiuns. Tradução de Guillon Ribeiro. 78. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Segunda parte, Capítulo 29, item 341, p. 456-457.
3. Idem - Capítulos 20 e 21, p. 294-304, e p. 305-308.
4. Idem - Obras póstumas. Tradução de Guillon Ribeiro. 39. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Segunda parte, item: Projeto 1868 (Ensino espírita), p. 376.
5. XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo. Desobsessão. Pelo Espírito André Luiz. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Capítulo 5 (Superação de impedimentos: chuva), Capítulo 6 (Superação de impedimentos: visitas), Capítulo 7 (Superação de impedimentos: contratempos) e 8 (Impedimento natural), p. 37-45.
6. Idem - Capítulo 14 (Pontualidade), p. 64.
7. Idem - Capítulo 22 (Ausência justificada), p. 93-94.
8. Idem - Capítulo 70 (Culto do evangelho no lar), p. 239.
9. Idem - Capítulo 71 (culto da assistência), p. 241.
10. XAVIER, Francisco Cândido. O consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 26 ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006, questão 392, p. 218.