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 EPM — Estudo e Prática da Mediunidade

PROGRAMA II — MÓDULO DE ESTUDO Nº I
FUNDAMENTAÇÃO ESPÍRITA — AS REUNIÕES MEDIÚNICAS

Roteiro 3


Etapas da reunião mediúnica


Objetivo específico: Esclarecer a respeito das etapas da reunião mediúnica.



SUBSÍDIOS


Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. Paulo (1 Coríntios, 12. 4-6)


As etapas da reunião mediúnica podem ser resumidas no seguinte: leitura preparatória breve, prece inicial objetiva, estudo (se necessário), comunicação dos Espíritos e esclarecimento evangélico-doutrinário, irradiações, prece final e breve avaliação das atividades desenvolvidas. Para compreender corretamente o funcionamento dessas etapas é importante saber quais são as finalidades de uma reunião mediúnica séria.


1. FINALIDADES DA REUNIÃO MEDIÚNICA


Em qualquer estudo da mediunidade, não podemos esquecer que o pensamento vige na base de todos os fenômenos de sintonia na esfera da alma. […] Verificamos no símile, que a energia mental, inelutavelmente ligada à consciência que a produz, obedece à vontade. E, compreendendo-se no pensamento a primeira estação de abordagem magnética, em nossas relações uns com os outros, seja qual for a mediunidade de alguém, é na vida íntima que palpita a condução de todo o recurso psíquico. […] O pensamento é, portanto, nosso cartão de visita. Com ele representamos ao pé dos outros, conforme nossos próprios desejos, a harmonia ou a perturbação, a saúde ou a doença, a intolerância ou o entendimento, a luz dos construtores do bem ou a sombra dos carregadores do mal. (11)


A par desses esclarecimentos é importante que os componentes do grupo mediúnico estejam conscientes das seguintes finalidades da reunião mediúnica:

  • Exercitar a faculdade mediúnica de forma saudável e segura, em perfeita harmonia com os princípios da Doutrina Espírita e do Evangelho de Jesus.

  • Manter intercâmbio mediúnico com Espíritos desencarnados, participando do trabalho espiritual de auxílio aos que sofrem e aos que fazem sofrer, assim como refletir a respeito das orientações e esclarecimentos transmitidos pelos benfeitores da Vida Maior.

  • Auxiliar encarnados e desencarnados envolvidos em processo de reajuste espiritual.

  • Cooperar com os benfeitores espirituais no trabalho de defesa do Centro Espírita, ante as investidas de Espíritos descompromissados com o Bem.

  • Exercitar a humildade, a fraternidade e a solidariedade no trato com encarnados e desencarnados em sofrimento, exemplificando, assim, o esforço de transformação moral.

2. PARTICIPANTES

  • Dirigente e substituto (s).

  • Médiuns ostensivos (psicofônicos, psicógrafos, videntes).

  • Médiuns esclarecedores (dialogador ou doutrinador).

  • Equipe de apoio (aplicar passe, faz prece e irradiação mental).

3. ETAPAS DE REALIZAÇÃO DE UMA SESSÃO MEDIÚNICA


As atividades de uma reunião mediúnica comportam três etapas básicas: abertura, desenvolvimento e encerramento. A abertura comporta algumas atividades necessárias à harmonização da equipe, no início do trabalho. O desenvolvimento da reunião está relacionado à manifestação dos Espíritos e ao diálogo com eles. O encerramento é o momento de fechamento da reunião, caracterizado por uma irradiação mental, prece final e avaliação do trabalho realizado. Pode-se definir o horário de até 2 horas para a realização da reunião. Não se recomenda mais de 60 minutos para a prática mediúnica propriamente dita. (6)


3.1 - Fase preparatória

  • Leitura inicial de uma página evangélico-doutrinária, sem comentários. «O Livro dos Médiuns e obras técnicas correlatas não devem ser lidos nas reuniões de desobsessão, mas sim em oportunidades adequadas [reuniões de estudos mediúnicos e encontros de capacitação do trabalhador do grupo mediúnico, ambos realizados em dia diferente da prática mediúnica].» (2)

  • Prece de abertura da reunião, clara, simples, concisa, «[…] não se alongando além de dois minutos.» (4)

  • Leitura e breve comentário de pequeno trecho de uma obra espírita de referência, « [… ) que não ultrapassará o tempo-limite de 15 minutos, constituir-se-á, preferentemente, de um dos itens de O Evangelho segundo o Espiritismo, seguindo-se-lhe uma das questões de O Livro dos Espíritos […).» (3)

3.2 - Fase da manifestação dos Espíritos


É o momento da manifestação dos Espíritos e o diálogo que com eles se realiza. Por ser a fase mais importante da reunião, são canalizados todos os esforços da equipe espiritual e a do plano físico para o seu êxito. O tempo destinado a todas as comunicações deve ficar em torno de sessenta minutos, repetimos. É importante observar também:

 a) Os médiuns psicofônicos devem alternar as comunicações mediúnicas entre si, evitando monopolizações. De uma maneira geral, devem limitar em duas o número de comunicações psicofônicas de Espíritos sofredores.

 b) Controlar o tom da voz nas comunicações psicofônicas, não falando excessivamente alto ou baixo.

 c) Os médiuns esclarecedores devem evitar diálogos longos ou muito rápidos.

 d) Evitar evocações diretas dos Espíritos, optando pela sua manifestação espontânea. «Frequentemente, as evocações oferecem mais dificuldades aos médiuns do que os ditados espontâneos […].» (1) Sendo assim, a prática mediúnica deve primar pela espontaneidade, evitando-se a evocação de entidades espirituais. Cabe à direção espiritual a seleção de desencarnados que deverão manifestar-se na reunião.

 e) Essa fase pode ser iniciada e encerrada pela manifestação espontânea de um benfeitor espiritual. Percebemos, entretanto, que nas reuniões de desobsessão, sobretudo nas em que o trabalho se reveste de certa complexidade, é comum a transmissão de mensagem psicofônica de um orientador espiritual, logo no início da prática mediúnica, que esclarece a respeito do trabalho em questão.

Essa medida é necessária, porquanto existem situações e problemas, estritamente relacionados com a ordem doutrinária do serviço, apenas visíveis a ele, e o amigo espiritual, na condição de condutor do agrupamento, perante a Vida Maior, precisará dirigir-se ao conjunto, lembrando minudências e respondendo a alguma consulta ocasional que o dirigente lhe queira fazer, transmitindo algum aviso ou propondo determinadas medidas. Esse entendimento, no limiar do programa de trabalho a executar-se, é indispensável à harmonização dos agentes e fatores de serviço, ainda mesmo que o mentor se utilize do medianeiro tão só para uma simples oração que, evidentemente, significará tranquilidade em todos os setores da instrumentação. (5)


Após a palavra desse benfeitor, reserva-se um tempo para a manifestação dos Espíritos necessitados. Simultaneamente, podem ocorrer as manifestações psicográficas.

Nos grupos mediúnicos ainda iniciantes ou que não apresentem características de desobsessão, a manifestação de um orientador espiritual ocorre, em geral, ao final da reunião.

Há grupos mediúnicos que preferem destinar um espaço de tempo para a psicografia, antes da manifestação psicofônica dos Espíritos necessitados. Da mesma forma, há grupos que preferem realizar irradiações mentais antes das comunicações mediúnicas, propriamente ditas. Neste roteiro, julgamos por bem colocar as irradiações como uma atividade de encerramento da reunião, conforme orienta André Luiz no livro Desobessão. (7)


3.3 – Encerramento


Concluídas as manifestações dos Espíritos, realizam-se as vibrações (irradiações mentais), pelo dirigente ou por alguém por ele indicado, seguidas da prece final, não ultrapassando o horário de funcionamento da reunião. No momento das irradiações os participantes podem solicitar mentalmente auxílio dos Benfeitores a favor de alguém. Evitar a realização de irradiações e de preces longas.


Rogando aos companheiros reunidos vibrações de amor e tranquilidade para os que sofrem, o diretor do grupo, terminadas as tarefas da desobsessão propriamente ditas, suspenderá a palavra, pelo tempo aproximado de dois a quatro minutos, a fim de que ele mesmo e os integrantes do círculo formem correntes mentais com as melhores ideias que sejam capazes de articular, seja pela prece silenciosa, seja pela imaginação edificante. Todo pensamento é onda de força criativa e os pensamentos de paz e fraternidade, emitidos pelo grupo, constituirão adequado clima de radiações benfazejas, facultando aos amigos espirituais presentes os recursos precisos à formação de socorros diversos, em benefício dos companheiros que integram o círculo, dos desencarnados atendidos e de irmãos outros, necessitados de amparo espiritual a distância. Um dos componentes da equipe, nomeado pelo diretor do conjunto, pode articular uma prece em voz alta, lembrando, na oração, os enfermos espirituais que se comunicaram, os desencarnados que participaram silenciosamente da reunião, os doentes dos hospitais e os irmãos carecentes de socorro e de alívio, internados em casas assistenciais e instituições congêneres. (7)


A avaliação é uma etapa da reunião que não deve, sob qualquer justificativa, ser dispensada por oferecer subsídios à melhoria do trabalho. Deve estar isenta de qualquer julgamento, mas movida por um sentimento de respeito e fraternidade. Recordamos, a propósito, a orientação de Paulo, o apóstolo: “Quem és tu que julgas o servo alheio? […] Cada um esteja inteiramente seguro em seu próprio ânimo. […] De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” (Romanos, 14. 4-5; 12)

A finalidade precípua da avaliação, transcorrida num clima harmônico, é promover uma reflexão sobre o conteúdo das comunicações mediúnicas, troca de experiências e outras características próprias do trabalho. «É interessante que dirigente, assessores, médiuns psicofônicos e integrantes da equipe, finda a reunião, analisem, sempre que possível, as comunicações havidas, indicando-se para exame proveitoso os pontos vulneráveis dessa ou daquela transmissão.» (10)

A prece final é semelhante à que foi realizada no início, «[…] proferida pelo dirigente da reunião, obedecerá à concisão e à simplicidade.» (8) É, porém, oportunidade para agradecer o aprendizado e o convívio fraterno. «Terminada a prece final, o diretor, com uma frase breve, dará a reunião por encerrada e fará no recinto a luz plena. Vale esclarecer que a reunião pode terminar, antes do prazo de duas horas, a contar da prece inicial, evitando-se exceder esse limite de tempo.» (9)



Referências Bibliográficas:

1. KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução de Guillon Ribeiro. 78. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Segunda parte, Capítulo 25. Item 272, p. 362-363.

2. XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo. Desobsessão. Pelo Espírito André Luiz. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Capítulo 27 (Livros para leitura), p. 111.

3. Idem - Capítulo 28 (Leitura preparatória), p. 113.

4. Idem - Capítulo 29 (Prece inicial), p. 117.

5. Idem - Capítulo 30 (Manifestação inicial do mentor), p. 119-120.

6. Idem - Capítulo 32 ( Manifestação de enfermo espiritual-1), p. 125.

7. Idem - Capítulo 51 (Radiações), p. 179-180.

8. Idem - Capítulo 56 (Prece final), p. 197.

9. Idem - Capítulo 57 (Encerramento), p. 199.

10. Idem - Capítulo 60 (Estudo construtivo das passividades), p. 209.

11. XAVIER, Francisco Cândido. Seara dos médiuns. Pelo Espírito Emmanuel. 18. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Item: Cartão de visita, p. 17-18.


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