Roteiro 1
A desencarnação
Objetivos específicos: Explicar o fenômeno da morte à luz da Doutrina Espírita. — Esclarecer quais são as principais causas de temor da desencarnação. — Dizer como se processa a separação do corpo e do Espírito, na desencarnação.
SUBSÍDIOS
1. O FENÔMENO DA MORTE OU DESENCARNAÇÃO
A morte é uma simples mudança de estado, a destruição de uma forma frágil que já não proporciona à vida as condições necessárias ao seu funcionamento e à sua evolução. Para além da campa, abre-se uma nova fase de existência. (14) A extinção da vida orgânica acarreta a separação da alma em consequência do rompimento do laço fluídico que a une ao corpo, mas essa separação nunca é brusca. O fluido perispiritual só pouco a pouco se desprende de todos os órgãos, de sorte que a separação só é completa e absoluta quando não mais reste um átomo do perispírito ligado a uma molécula do corpo. (4)
2. CAUSAS DO TEMOR DA DESENCARNAÇÃO
A morte é um fenômeno natural e inexorável, no entanto, é temida. O considerável número de pessoas que temem a morte decorre da ignorância que elas têm da vida no além-túmulo. À proporção que o homem compreende melhor a vida futura, o temor da morte diminui; uma vez esclarecida a sua missão terrena, aguarda-lhe o fim calma, resignada e serenamente. A certeza da vida futura dá-lhe outro curso às ideias, outro fito ao trabalho; antes dela nada que se não prenda ao presente; depois dela tudo pelo futuro sem desprezo do presente, porque sabe que aquele depende da boa ou má direção deste.
A certeza de reencontrar seus amigos depois da morte, de reatar as relações que tivera na Terra, de não perder um só fruto do seu trabalho, de engrandecer-se incessantemente em inteligência, perfeição, dá-lhe paciência para esperar e coragem para suportar as fadigas transitórias da vida terrestre. A solidariedade entre vivos e mortos faz-lhe compreender a que deve existir na Terra, onde a fraternidade e a caridade têm desde então um fim e uma razão de ser, no presente como no futuro. (1) Para libertar-se do temor da morte é mister poder encará-la sob o seu verdadeiro ponto de vista, isto é, ter penetrado pelo pensamento no mundo espiritual, fazendo dele uma ideia tão exata quanto possível, o que denota da parte do Espírito encarnado um tal ou qual desenvolvimento e aptidão para desprender-se da matéria. No Espírito atrasado a vida material prevalece sobre a espiritual. Apegando-se às aparências, o homem não distingue a vida além do corpo, esteja embora na alma a vida real; aniquilado aquele, tudo se lhe afigura perdido, desesperador. Se, ao contrário, concentrarmos o pensamento, não no corpo, mas na alma, fonte da vida, ser real a tudo sobrevivente, lastimaremos menos a perda do corpo, antes fonte de misérias e dores. Para isso, porém, necessita o Espírito de uma força só adquirível na madureza. O temor da morte decorre, portanto, da noção insuficiente da vida futura, embora denote também a necessidade de viver e o receio da destruição total; igualmente o estimula secreto anseio pela sobrevivência da alma, velado ainda pela incerteza. Esse temor decresce, à proporção que a certeza aumenta, e desaparece quando esta é completa. (2)
A certeza da vida futura não exclui as apreensões quanto à passagem desta para a outra vida. Há muita gente que teme não a morte, em si, mas o momento da transição. Sofremos ou não nessa passagem? Por isso se inquietam, e com razão, visto que ninguém foge à lei fatal dessa transição. Podemos dispensar-nos de uma viagem neste mundo, menos essa. Ricos e pobres, devem todos fazê-la, e, por dolorosa que seja a franquia, nem posição nem fortuna poderiam suavizá-la. (3)
3. A SEPARAÇÃO DA ALMA E DO CORPO NA DESENCARNAÇÃO
Quando encarnado, […] o Espírito se acha preso ao corpo pelo seu envoltório semimaterial ou perispírito. A morte é a destruição do corpo somente, não a desse outro invólucro, que do corpo se separa quando cessa neste a vida orgânica. A observação demonstra que, no instante da morte, o desprendimento do perispírito não se completa subitamente; que, ao contrário, se opera gradualmente e com uma lentidão muito variável conforme os indivíduos. Em uns é bastante rápido, podendo dizer-se que o momento da morte é mais ou menos o da libertação. Em outros naqueles sobretudo cuja vida foi toda material e sensual o desprendimento é muito menos rápido, durando algumas vezes dias, semanas e até meses, o que não implica existir, no corpo, a menor vitalidade, nem a possibilidade de volver à vida […]. É, com efeito, racional conceber-se que, quanto mais o Espírito se haja identificado com a matéria, tanto mais penoso lhe seja separar-se dela ao passo que a atividade intelectual e moral, a elevação dos pensamentos operam um começo de desprendimento, mesmo durante a vida do corpo, de modo que, em chegando a morte, ele é quase instantâneo. (8)
A rigor, não é dolorosa a separação da alma e do corpo. (7) Na morte natural, a que sobrevém pelo esgotamento dos órgãos, em consequência da idade, o homem deixa a vida sem o perceber: é uma lâmpada que se apaga por falta de óleo. (7) Assim […] a alma se desprende gradualmente, não se escapa como um pássaro cativo a que se restitua subitamente a liberdade. Aqueles dois estados se tocam e confundem, de sorte que o Espírito se solta pouco a pouco dos laços que o prendiam. Estes laços se desatam, não se quebram. (8)
Segundo a Doutrina Espírita, há sensações que precedem e se sucedem à morte, bem como a duração do processo de rompimento dos laços fluídicos que unem a alma ao corpo físico, variam de caso para caso, dependendo das circunstâncias do trespasse e da maior ou menor elevação moral do trespassado. Via de regra, nas mortes repentinas e violentas, o desprendimento da alma é tanto mais prolongado e penoso, quanto mais fortes sejam aqueles liames, ou, em outras palavras, quanto mais vitalidade exista no organismo, sendo que os suicidas se mantêm presos ao corpo por muito tempo, às vezes até à sua decomposição completa, sentindo, horrorizados, “os vermes lhes corroerem as carnes”. Depois de longa enfermidade, ou quando a velhice tenha debilitado as forças orgânicas, o desprendimento, em geral, se efetua fácil e suavemente, semelhando-se a um sono muito agradável. Para os que só cuidaram de si mesmos, os que se deixaram empolgar pelos gozos deste mundo, os que se empenharam apenas em amontoar bens materiais, os malfeitores e os criminosos, a hora de separação é angustiosa e cruel; agarram-se, desesperados, à vida que se lhes esvai, porque a própria consciência lhes grita que nada de bom podem esperar no futuro. (12) De todas as mortes a pior é a morte pelo suicídio. Nesta não existe a suave quietação da morte comum nos indivíduos normais. Muito pelo contrário, as agonias se prolongam pela morte a dentro e continuam numa sequência de horrores talvez até nova prova terrena. (15)
Este assunto da separação do corpo e da alma leva-nos a dois outros, não menos importantes: o da cremação de cadáveres e o da doação de órgãos.
Na cremação, faz-se mister exercer a piedade com os cadáveres, procrastinando-se por mais horas o ato da destruição das vísceras materiais, pois, de certo modo, existem sempre muitos ecos de sensibilidade entre o Espírito desencarnado e o corpo onde se extinguiu o “tônus vital”, nas primeiras horas subsequentes ao desenlace, em vista dos fluidos orgânicos que ainda solicitam a alma para as sensações da existência material. (13)
Na doação de órgãos é importante avaliar se não haveria a possibilidade de o doador ficar preso às vísceras. Perguntando a Chico Xavier a respeito, ele nos responde por meio das seguintes considerações: Sempre que a pessoa cultiva desinteresse absoluto por tudo aquilo que ela cede para alguém, sem perguntar ao beneficiado o que fez da dádiva recebida, sem desejar qualquer remuneração, nem mesmo aquela que a pessoa humana habitualmente espera com o nome de compreensão, sem aguardar gratidão alguma, isto é, se a pessoa chegou a um ponto de evolução em que a noção da posse não mais a preocupa, esta criatura está em condições de doar, porque não vai afetar o perispírito em coisa alguma. (16) Quando o doador é pessoa habituada ao desprendimento da posse […], a doação prévia de órgãos que lhe pertençam, por ocasião da morte física, não afeta o corpo espiritual do doador. (17)
4. A TRANSIÇÃO DO PLANO FÍSICO PARA O ESPIRITUAL
A transição se inicia quando os últimos laços que mantêm o Espírito preso ao corpo se desfazem. A pessoa entra num estado de total inconsciência.
O último alento quase nunca é doloroso, uma vez que ordinariamente ocorre em momento de inconsciência, mas a alma sofre antes dele a desagregação da matéria, nos estertores da agonia, e, depois, as angústias da perturbação. Demo-nos pressa em afirmar que esse estado não é geral, porquanto a intensidade e duração do sofrimento estão na razão direta da afinidade existente entre corpo e perispírito. Assim, quanto maior for essa afinidade, tanto mais penosos e prolongados serão os esforços da alma para desprender-se. Há pessoas nas quais a coesão é tão fraca que o desprendimento se opera por si mesmo, como que naturalmente; é como se um fruto maduro se desprendesse do seu caule, e é o caso das mortes calmas, de pacífico despertar. (6) Na transição da vida corporal para a espiritual, produz-se ainda um outro fenômeno de importância capital — a perturbação. Nesse instante a alma experimenta um torpor que paralisa momentaneamente as suas faculdades, neutralizando, ao menos em parte, as sensações. É como se disséssemos um estado de catalepsia, de modo que a alma quase nunca testemunha conscientemente o derradeiro suspiro. Dizemos quase nunca, porque há casos em que a alma pode contemplar conscientemente o desprendimento […]. A perturbação pode, pois, ser considerada o estado normal no instante da morte e perdurar por tempo indeterminado, variando de algumas horas a alguns anos. À proporção que se liberta, a alma encontra-se numa situação comparável à de um homem que desperta de profundo sono; as ideias são confusas, vagas e incertas; a vista apenas distingue como que através de um nevoeiro, mas pouco a pouco se aclara, desperta-se-lhe a memória e o conhecimento de si mesma. Bem diverso é, contudo, esse despertar; calmo, para uns, acorda-lhes sensações deliciosas; tétrico, aterrador e ansioso, para outros, é qual horrendo pesadelo. (5)
Imediatamente após a morte do corpo físico, é comum a criatura não ter consciência do seu estado, visto que, nesse momento, […] tudo se apresenta confuso; é-lhe preciso algum tempo para se reconhecer; ela conserva-se tonta, no estado do homem que sai de profundo sono e que procura compreender a sua situação. A lucidez das ideias e a memória do passado lhe voltam, à medida que se destrói a influência da matéria de que ela acaba de separar-se, e que se dissipa o nevoeiro que lhe obscurece os pensamentos. (9)
O tempo de duração e a intensidade desse estado variam de acordo com o grau de evolução do recém-desencarnado. Para aquele cuja consciência não é pura e amou mais a vida corporal que a espiritual, esse momento é cheio de ansiedade e de angústias, que vão aumentando à medida que ele se reconhece, porque então sente medo e certo terror diante do que vê e sobretudo do que entrevê […]. Em sua nova situação, a alma vê e ouve ainda outras coisas que escapam à grosseria dos órgãos corporais. Tem, então, sensações e percepções que nos são desconhecidas. (10)
5. MECANISMOS DA DESENCARNAÇÃO
Os Espíritos nos relatam algumas características inerentes ao processo desencarnatório, o que nos leva a supor que existe um certo padrão no processo de desligamento do perispírito do corpo físico. Analisemos algumas delas:
a) A presença de Espíritos
Na desencarnação a criatura nunca está a sós. Entes queridos, que se ante- cederam a ela no além-túmulo, podem ali se encontrar, aguardando ou auxiliando o processo de desligamento final. Os benfeitores espirituais, familiares ou não, e os especialistas nas operações de desencarnação auxiliam o Espírito nessa grande transição. É possível, porém, que o desencarnado se defronte com entidades malévolas, direta ou indiretamente ligadas a ele, causando-lhe transtornos, dos mais variáveis e intensos. O esforço e abnegação dos Mentores Espirituais, na desencarnação de determinadas criaturas, é realmente digno de menção. Cooperadores especializados aglutinam esforços no afã de desligarem, sem incidentes, o Espírito eterno do aparelho físico terrestre. Verdadeiras operações magnéticas são efetuadas nas regiões orgânicas fundamentais, ou seja, nos centros vegetativo, emocional e mental. (18)
Tal como ocorre no plano físico, onde o renascimento na carne é mediado por profissionais da Medicina e da Enfermagem, no plano espiritual a desencarnação é executada por Espíritos especializados nessa tarefa.
b) A desencarnação é feita por especialistas desencarnados
Há indicações de que o processo desencarnatório, operado por Espíritos especialistas, segue um determinado método, devendo haver, é natural, algumas variações, conforme as necessidades do Espírito desencarnante, as circunstâncias e, talvez, o tipo de morte (suicídio, morte natural etc.). O padrão geral poderia ser assim expresso:
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Rompimento dos ligamentos perispiríticos, na altura do ventre (abdômen), por meio de operações magnéticas realizadas pelos Espíritos especialistas; a ação magnética na região abdominal visa atingir o centro vegetativo do corpo humano, que é a sede das manifestações fisiológicas do encarnado. Com essa providência, o moribundo começa a esticar os membros inferiores, sobrevindo, logo após, o esfriamento do corpo. (19)
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Atuação no centro emocional, situado no tórax, região de manifestação dos desejos e dos sentimentos. A operação magnética nesse centro conduz à desregularidade dos batimentos e das funções cardíacas. Surgem, então, sentimentos de aflição, de angústia, de melancolia, conforme o grau evolutivo do desencarnante. O pulso fica cada vez mais fraco. (19)
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O passo seguinte é a operação no cérebro, onde está situado o centro mental, região muito importante, sede de recepção e transmissão dos impulsos, comandos e respostas do Espírito. O trabalho dos obreiros dedicados é feito em pontos específicos, começando na fossa romboidal, assoalho do quarto ventrículo cerebral, que é uma cavidade situada na face posterior de outras estruturas nervosas, denominadas bulbo e protuberância. (21) Essas estruturas (bulbo e protuberância) estão localizadas na parte posterior do cérebro. A atuação na fossa romboidal provoca efeitos imediatos na respiração e no sistema vasomotor, conduzindo a pessoa ao estado de coma. (20)
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A última ação é o desatamento do principal laço fluídico-perispiritual, que mantém mais intimamente ligados o perispírito e o corpo físico. Esse laço fica também no Sistema Nervoso Central, na parte posterior do cérebro. (20), (24) Com o desatamento do laço fluídico, o processo da desencarnação está concluído.
No livro Voltei, psicografado por Francisco Cândido Xavier, ditado pelo Espírito Irmão Jacob e editado pela FEB o autor espiritual da obra relata a sua desencarnação, revelando-nos sequencialmente todas as etapas desse processo, que perdurou por mais de trinta horas seguidas, até o desligamento final. (23), (24)
A sua desencarnação teve início com a perda da força física, alterações no sistema respiratório, emoções descontroladas, assinaladas por sinais de aflição. (23) No aprofundamento do processo de desligamento perispiritual, conduzido por devotados benfeitores espirituais e sob a direção do venerável Bezerra de Menezes, Jacob percebe, nitidamente, o colapso do corpo físico, em oposição à harmonia reinante nos órgãos do perispírito. O Espírito nos relata que, em determinado momento do seu processo desencarnatório, teve a impressão de possuir dois corações, que lhe batiam no peito. Um, em ritmo descompassado, na iminência de silenciar para sempre; o outro, pulsante, vivo, equilibrado. (23) Ocorrências similares produziam-se em outros órgãos do seu organismo, revelando-lhe sempre a dualidade: desarmonia do corpo físico versus harmonia do perispírito. (23) No momento final, após duas horas de operações magnéticas na cabeça, o último laço, que o mantinha preso ao corpo físico, se desfaz. Ele nos registra a sua percepção desse momento: […] experimentei abalo indescritível na parte posterior do crânio. Não era pancada. Semelhava-se a um choque elétrico, de vastas proporções, no íntimo da substância cerebral. (24)
Naturalmente, nem todas as pessoas, em processo desencarnatório, podem registrar as impressões relatadas por Jacob. Tudo está relacionado ao grau evolutivo do Espírito: seu maior ou menor apego à matéria; seu estado de equilíbrio, conforme já foi assinalado. Alguns Espíritos nem percebem que estão desencarnando; outros, tendo desse processo vaga intuição, deixam-se conduzir pelo pânico, porque não querem se afastar das pessoas ou das coisas pertencentes ao mundo material. Nessa situação, o sofrimento é marca registrada. (22)
Há, no entanto, Espíritos que, mesmo tendo uma visão imprecisa da vida espiritual, são beneficiados por uma atuação precisa dos benfeitores espirituais, no momento da desencarnação. Isso acontece porque essas almas conquistaram valores morais, facilitadores da atuação dos Espíritos benfeitores. Há, na literatura espírita, relatos sobre pessoas que, no momento da desencarnação, auxiliam os benfeitores no trabalho de desligamento perispiritual. A esse respeito, o Espírito André Luiz relata-nos a desencarnação de Adelaide, no livro Obreiros da Vida Eterna, psicografia de Francisco Cândido Xavier, edição, FEB, capítulo XIX.
Adelaide colaborou na sua desencarnação, auxiliando a ação dos trabalhadores nos serviços preliminares em seus centros vitais. Apenas o rompimento do último laço fluídico foi feito por um técnico, o benfeitor Jerônimo.
Sabemos que Espíritos muito presos à matéria física oferecem grandes dificuldades aos trabalhadores do bem. Entendemos, por fim, que nos casos de suicídio, a desencarnação pode até seguir este padrão, no entanto, deve ser de forma muito violenta, brusca, à revelia dos benfeitores, traduzindo-se em grande sofrimento ao suicida. De qualquer forma, é preciso considerar que o suicídio não é um acontecimento natural, pode até ser comum entre as criaturas imperfeitas, mas representa sempre um atentado às leis divinas.
c) A visão panorâmica e retrospectiva da existência corporal
Outro padrão, geral nos mecanismos da desencarnação diz respeito à visão retrospectiva de tudo o que o Espírito pensou e fez na última existência.
É uma visão panorâmica de todos os acontecimentos ocorridos nessa existência. O Espírito, logo que toma consciência da sua desencarnação, como que aciona algum mecanismo mental que lhe permite reviver, com detalhes, todas as fases da sua última experiência carnal. (11) O Espírito se vê diante de tudo que sonhou, arquitetou e realizou na vida que ora se esgota. Ideias insignificantes que tivera, os atos mínimos, desfilam, absolutamente precisos, revelados de roldão, como se existisse uma câmara ultrarrápida instalada no seu interior, projetando na mente um filme cinematográfico que, inopinadamente, vai se desenrolando. (24) Por meio dessa visão panorâmica, a criatura tem oportunidade de avaliar, julgar os próprios atos. Isso lhe permite fazer um balanço geral de suas ações, arrepender-se das oportunidades perdidas de melhoria espiritual e confiar na bondade superior, que lhe propiciará novas ocasiões de reparar os erros cometidos.
GLOSSÁRIO
Abiótico — Em que não há vida. Contrário à vida. Morto. † |
Bulbo — Localizado entre o cérebro e a medula espinhal, na altura da nuca. Comanda a respiração, os batimentos cardíacos e a pressão sanguínea. † |
Fossa romboidal — Depressão em forma de losango existente no assoalho (base) do 4º ventrículo cerebral. |
Procrastinando — Adiando, demorando, delongando, espaçando. |
Protuberância — Também chamada de ponte, fica à frente do cérebro, e é formada de fibras nervosas, que vão de um a outro hemisfério cerebelar e ao cérebro. (cerebelo: parecido com o cérebro, fica na base do crânio, responsável pela coordenação motora do corpo). † |
Roldão — Atropelo, precipitação (de roldão = precipitadamente). |
Trespasse — Variante de transpasse, ou seja, o ato de transpor, de passar além, de atravessar. Morte. |
Trespassado — O mesmo que transpassado. Atravessado ou passado além. Morto. |
Ventrículo cerebral — Pequena cavidade em qualquer um dos hemisférios cerebrais. (O cérebro possui 5 ventrículos). Desvios, desarranjos ou anomalias que uma pessoa apresenta no campo sexual. Tara. Perversão sexual. † |
Referências Bibliográficas:
1. KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno. Tradução de Manuel Justiniano Quintão. 45. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2000. Primeira Parte, Capítulo II, item 3, p. 21.
2. Idem, ibidem - Item 4, p. 21-22.
3. Idem - Segunda Parte, Capítulo I, item 1, p. 166.
4. Idem - Item 4, p. 167.
5. Idem - Item 6, p. 168-169.
6. Idem - Item 7, p. 169.
7. Idem - O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 80. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1998. Questão 154, p. 114.
8. Idem, ibidem - Questão 155, p. 114-115.
9. Idem - O que é o Espiritismo. 42. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2000. Capítulo III, pergunta 145, p. 207-208.
10. Idem, ibidem - p. 208.
11. BOZANNO, Ernesto. A Crise da Morte. Tradução de Guillon Ribeiro. 8. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1996, p. 23-37.
12. CALLIGARIS, Rodolfo. Páginas de Espiritismo Cristão. 2. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1983, p. 73.
13. CARDOSO, Gilberto Perez. Cremação de cadáveres. Reformador. Ano 97, nº 1.802. Rio de Janeiro: maio de 1979, p.32.
14. DENIS, Léon. O Problema do Ser, do Destino e da Dor. 23. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2000. Primeira Parte (O Problema do Ser), Capítulo X (A morte), p.129.
15. IMBASSAHY, Carlos. O Que é a Morte? 2. ed. São Paulo: EDICEL, 1979, p. 22 (Suicídio).
16. NOBRE, Marlene S. Lições de Sabedoria: Chico Xavier nos 23 anos da Folha Espírita. São Paulo: Editora Jornalística Fé, 1997, p. 47 (Doações de órgãos).
17. Idem, ibidem - p. 47-48.
18. PERALVA, Martins. Estudando a Mediunidade. 20. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1998. Capítulo XXXIV (Desencarnação), p. 177.
19. Idem, ibidem - p. 178.
20. Idem, ibidem - p. 178 -179.
21 XAVIER, Francisco Cândido. Nos Domínios da Mediunidade. Pelo Espírito André Luiz. 24. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1997. Capítulo 21 (Mediunidade no leito da morte), p. 233-242.
22. Idem - Voltei. Pelo Espírito Irmão Jacob. 19. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1999. Capítulo 2 (À frente da morte.), p. 25-33.
23. Idem, ibidem - p. 31.
24. Idem, ibidem - p. 31.