Roteiro 21
Sobrevivência e Imortalidade da Alma
Objetivos:
» Identificar argumentos que dificultam a aceitação da sobrevivência imortalidade do Espírito.
» Analisar ideias filosóficas, religiosas e espíritas sobre o assunto.
IDEIAS PRINCIPAIS
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A principal dificuldade para aceitação da imortalidade e sobrevivência está relacionada à incapacidade humana de perceber, pelos sentidos físicos, o Plano espiritual, os seus habitantes e a vida que ali ocorre.
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Historicamente, contudo, a ideia de imortalidade e sobrevivência do Espírito faz parte da cultura e religião de diferentes povos.
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Para o Espiritismo o ser humano é imortal, o que não morre, de acordo com o sentido etimológico, sendo que a sua sobrevivência é consequência inerente à criação do Espírito, naturalmente comprovada pelos fatos mediúnicos e pelos fenômenos de emancipação da alma.
SUBSÍDIOS
As duas maiores dificuldades para admitir a ideia de sobrevivência do Espírito estão relacionadas aos fatores invisibilidade do Plano extrafísico e à escassez de leituras a respeito do assunto.
Uma coisa é não poder perceber algo por limitação dos órgãos corporais, outra, bem diferente, é manter-se desinformado. Assim, o fato de não conseguirmos perceber o infinitamente pequeno, os micróbios, por exemplo, que são invisíveis a olho nu, não impede que eles existam e sejam identificados como agentes envolvidos em processos de saúde e de enfermidades.
Na verdade, com o aperfeiçoamento de equipamentos, métodos e técnicas tem sido possível ampliar as limitações físicas e psíquicas da percepção. Vemos, então, que alguns equipamentos e aparelhagens, acionados por computadores, ampliam os sentidos da visão, audição, olfato, paladar e tato. Da mesma forma, por meio de metodologias apropriadas é possível aprimorar determinadas habilidades: percepção extrassensorial, atenção, meditação, etc.
Importa considerar, também, que o fato de não visualizarmos o Plano espiritual ou mesmo outros estados da matéria, propriamente dita (o gasoso, por exemplo), sem o auxílio de equipamentos, não quer dizer que eles não existam. Logo, é importante não aceitarmos como real, ou verdadeiro, apenas o que pode ser visto, ouvido, medido, pesado, apalpado, provado, etc.
A realidade espiritual pode ser percebida sem que, necessariamente, sejamos portadores de mediunidade de efeito patente. A intuição e a inspiração são exemplos de faculdades psíquicas que podem ser ampliadas, corriqueiramente.
Um ponto fundamental, muito considerado pela Ciência, em especial na investigação/análise de enfermidades realizada por médicos e psicólogos, diz respeito ao desenvolvimento da capacidade de perceber além das aparências ou dos relatos/comportamentos dos pacientes.
A observação atenta da realidade objetiva que nos cerca permite o aperfeiçoamento de habilidades, como a empatia, a interpretação correta de gestos e expressões corporais, ou o sentido verdadeiro das palavras proferidas e dos silêncios.
Partindo-se, pois, do conhecido, do visível e audível, pode-se conhecer o invisível ou o que escapa aos sentidos. Por este motivo, James Hillman, † psicólogo estadunidense, analista junguiano e conferencista de fama mundial afirma e indaga, ao mesmo tempo:
Grandes questões filosóficas giram em torno das relações entre o visível e o invisível. Nossas crenças religiosas separam os céus e a terra, esta vida e a vida após a morte, e nossa mentalidade filosófica dicotomiza mente e matéria, o que força o abismo entre o visível e o invisível. Como fazer uma ponte entre ambos? Como se pode transportar o invisível para o visível? Ou o visível para o invisível? (1)
Para esse autor, há três pontes que permitem ou facilitam a travessia do visível para o invisível: a matemática, a música e o mito. Considera, também, que é possível pensar em uma quarta ponte: o misticismo, porque “[…] o misticismo iguala o visível ao invisível, tudo é transparente e proclama sua base invisível. Portanto, para o místico, não há abismo nem problema.” (1)
Destacamos que a palavra “misticismo” citada por James Hillman não é considerada algo secreto, escondido ou fantástico, como divulgam as teologias religiosas. Está relacionada ao sentido etimológico do vocábulo (misticismo, do grego mystica, de myo = “eu fecho” os olhos, para me ensimesmar, para ver no meu íntimo), que se traduz como reflexão, experiência psicológica e/ou psíquica — ou, ainda, mediúnica e de emancipação da alma, segundo a terminologia espírita.
Hillman pondera também que as
equações matemáticas, as notações musicais e as personificações do mito atravessam a área indistinta entre dois mundos. Oferecem uma face sedutora que parece apresentar o outro lado desconhecido […] Achamos que a verdadeira explicação do mundo invisível é matemática e pode ser expressa pela equação do campo unificado, ou que é uma harmonia musical das esferas, ou que consiste em seres e poderes míticos, com nomes e formas, que puxam cordéis e determinam o visível. (1)
Como o indivíduo comum nem sempre revela condições para enveredar pelos abstratos caminhos da matemática e da música, o misticismo surge, então, como o caminho mais viável. A intuição, por exemplo, é uma via de acesso que todos podem trilhar. O mesmo se diz da inspiração, da análise racional e comparativa (reflexiva). São faculdades e habilidades humanas que podem ser desenvolvidas pelo exercício.
1. IMORTALIDADE E SOBREVIVÊNCIA DO ESPÍRITO
A sobrevivência da alma é ponto resolvido pelos espiritualistas e religiosos, sobretudo pelos espíritas, ainda que cada corrente de pensamento tenha interpretação particular. A própria Ciência que tradicionalmente tem como foco o homem corpóreo e a Natureza física, já começa a admitir que há algo além do mundo das formas, e que o homem não se restringe a um amontoado de ossos, músculos, nervos e células. A existência e a imortalidade da alma representam um desafio que, cedo ou tarde, a Ciência terá que enfrentar, como comenta a confreira Hebe Laghi de Souza:
Não importa que a ciência nos defina como simplesmente matéria, altamente especializada, mas … matéria; complexamente organizada, mas ainda matéria, encontrando nos fluxos hormonais e bioquímicos toda a estrutura mental da consciência e da individualidade e onde a personalidade se estende, espalhando ali, nas fontes mentais, a sua marca. Não importa o que digam os céticos e não importam todas as explicações aparentemente razoáveis dos materialistas, nada muda a verdade do que somos e nem altera a oportunidade de nela nos encontrarmos como seres espirituais. (2)
2. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA IDEIA DA IMORTALIDADE
Do ponto de vista histórico, a ideia da imortalidade do Espírito sempre esteve presente na cultura de diferentes sociedades. Como esclarece Gabriel Delanne: “Verifica-se, com efeito, que os homens da época pré-histórica, a que se deu o nome de megalítica, sepultavam os mortos, colocando-lhes nos túmulos armas e adornos. É, pois, de supor-se que essas populações primitivas tinham a intuição de uma existência segunda, sucessiva à existência terrena.” (3)
Os cânticos védicos, fundamento milenar da formação religiosa hindu, falam da morada dos “deuses” no mundo espiritual, para onde se dirige a alma purificada: “Depois da morte, essa alma, revestida de um novo corpo, luminosa névoa resplandecente, de forma brilhante, cujo brilho furta à fraca visão dos vivos [encarnados], é transportada à morada divina.” (4)
Da mesma forma, analisa Delanne, tão “longe quanto possamos chegar interrogando os egípcios, ouvi-los-emos afirmar a sua fé numa segunda vida do homem […], onde habitam os antepassados.” (5)
Essa ideia de sobrevivência da alma é encontrada nos demais povos da Antiguidade, entre eles destacamos: os persas (6) que seguiam a religião chamada zoroastrismo † (ou masdeísmo, mitraísmo ou parsismo), organizada a partir dos ensinamentos do profeta Zoroastro ou Zarastutra, e aceitavam a crença no paraíso, na ressurreição, no juízo final, na vinda de um messias — fato que influenciou as demais religiões monoteístas, constituídas posteriormente.
Os gregos (6) com os ensinamentos dos filósofos, principalmente Sócrates e Platão, pregavam : “O homem é uma alma encarnada. Antes da sua encarnação, unida aos tipos primordiais, às ideias do verdadeiro, do bem e do belo; separa-se deles, encarnando e, recordando o seu passado, é mais ou menos atormentada pelo desejo de voltar a ele.” (6) (7)
Alguns escritores, filósofos e teólogos antigos admitiam a imortalidade do Espírito.
Dessa forma, é importante lembrar o pensamento de Orígenes (185-254 d.C.), exegeta e teólogo nascido em Alexandria, e as lucubrações dos Pais da Igreja, alexandrinos […]. Eles tinham apenas uma dúvida, que afinal foi resolvida: qual seria o corpo que ressuscitaria no Juízo Final, o Físico que baixou à sepultura ou o Espiritual, de que nos falou São Paulo e posteriormente Santo Agostinho, prevalecendo o segundo, o Ser Etéreo, que seria incorruptível, fino, tênue e imensamente ágil. (8)
O italiano Dante Alighieri (1265-1321), notável escritor medieval, relata em sua monumental obra Divina Comédia - Google Books a peregrinação da alma nas diferentes regiões do Plano espiritual, vulgarmente conhecidas, respectivamente, como Inferno, Purgatório e Céu (ou Paraíso).
Outro escritor e dramaturgo universalmente famoso, William Shakespeare (1564-1616), exprime em várias obras de sua autoria a convicção da imortalidade do Espírito, por exemplo: em Hamlet - Google Books o personagem Hamlet vê e ouve o Espírito do pai, morto por assassinato, e com ele dialoga; em Rei Lear - Google Books há interferências de Espíritos no cotidiano das pessoas envolvidas no drama; em MacBeth - Google Books a trama gira em torno de premonições anunciadas por três médiuns, denominadas “bruxas”, aparição de Espíritos, manifestações de Espíritos, fenômenos de sonambulismo, etc.
Nos séculos XIX e XX vários estudiosos e cientistas confirmaram a existência e a sobrevivência da alma por meio de pesquisas e investigações. Na Inglaterra, um dos mais importantes foi Frederick William Henry Myers (1843-1901) † , fundador da Sociedade de Pesquisa Psíquica, considerado “pai” da pesquisa psíquica.
A respeito de Myers e do seu trabalho, afirmou Theodore Flournoy † (1854-1920), (9) renomado médico suíço e professor de psicologia e filosofia da Universidade de Genebra:
[Considero] Myers uma das personalidades mais notáveis de nosso tempo no reino de ciência mental. Mais ainda, observou: Se descobertas futuras confirmam sua tese da intervenção dos desencarnados, na trama de nosso mundo mental e físico, então seu nome será gravado no livro dourado do iniciado, e, unido aos de Copérnico e Darwin, ele completará a tríade dos gênios que mais profundamente revolucionaram o pensamento científico, na ordem, Cosmológica. Biológica e Psicológica. (9)
Na Inglaterra vamos encontrar outros cientistas de renome, quais sejam: o físico e químico William Crookes (1872-1919), cujos experimentos a respeito da imortalidade do Espírito foram amplamente divulgados na época em que viveu e que se encontram descritos no livro Fatos Espíritas, editado pela FEB.
O matemático e físico Oliver Lodge (1851-1940) † escreveu mais de quarenta livros sobre a vida após a morte.
O biólogo Alfred Russell Wallace (1823-1913), † investigou os fenômenos das mesas girantes e se revelou incansável na pesquisa da vida no além-túmulo, a ponto de escrever para um familiar, em 1861. “Mas quanto a haver um Deus e qual seja a Sua natureza; quanto a termos ou não uma alma imortal ou quanto ao nosso estado após a morte, não posso ter medo algum de ter que sofrer pelo estudo da natureza e pela busca da verdade.” (10) Mais tarde, ciente da veracidade das manifestações dos Espíritos afirmou: “são inteiramente comprovadas tão bem como quaisquer fatos que são provados em outras ciências”. (10)
Na França, além de Allan Kardec, vemos que o respeitado astrônomo Camille Flammarion (1842-1925), abraçou a causa espírita e publicou várias obras sobre os desencarnados e suas influências espirituais.
Na Itália, destaca-se o médico criminalista Cesare Lombroso (1835-1909), considerado o “pai” da medicina forense. Durante muitos anos negou os fenômenos psíquicos e espirituais, rotulando-os de charlatanice e credulidade simplória. Porém, após participar de algumas sessões mediúnicas, realizadas pela médium italiana Eusápia Paladino, e verificando a veracidade e autenticidade da produção dos fenômenos de manifestação dos Espíritos, Lombroso iniciou as próprias investigações. Em 15 de julho de 1891 fez publicar uma carta, na qual declarava a sua rendição aos fatos espíritas, afirmando: “[…] estou muito envergonhado e desgostoso por haver combatido com tanta persistência a possibilidade dos fatos chamados espiríticos; digo fatos, porque continuo ainda contrário à teoria. Mas os fatos existem, e deles me orgulho de ser escravo.” (11)
Na Alemanha, encontramos no astrofísico Karl Friedrich Zöllner (1834-1882) † e no médico Albert von Schrenck-Notzing (1862-1929) † dois grandes estudiosos do mundo espiritual e das influências dos Espíritos. Para Zöllner o Universo teria, além das três dimensões ensinadas pela geometria euclidiana, uma quarta, pela qual se explicariam os fenômenos de ordem mediúnica. Essa dimensão suplementar seria uma extensão da própria matéria, invisível e imperceptível aos sentidos físicos humanos. Com isso, os fenômenos espíritas perderiam a sua característica mística e ingressariam no campo da Física. Em seu livro Provas Científicas da Sobrevivência, editora EDICEL, constam inúmeras experiências realizadas pelo autor, e merecem ser conhecidas. Outro livro de sua autoria que trata do assunto, infelizmente edição esgotada (pode ser encontrada em boas bibliotecas), é Física Transcendental.
No século XX, notadamente depois da segunda guerra mundial, surge um campo fértil de pesquisas científicas relacionadas aos fenômenos produzidos pelos desencarnados e condições de vida em outra dimensão, a espiritual. Na área espírita, não podemos esquecer a imensa contribuição do Espírito André Luiz que, em suas obras, desvendou o mundo espiritual.
Como tais estudos tiveram significativa projeção, alguns cientistas passaram a se interessar por eles. Sob vestimenta acadêmica, surge a Parapsicologia, † também conhecida como Pesquisa Psi.
A Parapsicologia teve início efetivo em 1930, com os trabalhos do Professor Joseph Banks Rhine, † que dirigiu o primeiro laboratório de parapsicologia do mundo, na Duke University, Carolina do Norte-USA.
A proposta da Parapsicologia é estudar fatos supostamente catalogados como sobrenaturais, mas associados às ações humanas: a) fenômenos psicocinéticos (PK); b) percepções extrassensoriais (PES).
Os fenômenos psicocinéticos, identificados por PK (psychokinesis), são caracterizados pela ação mental sobre o meio ambiente. Os principais fatos, analisados são assim nomeados: telepatia (transmissão do pensamento e emoções/sentimentos); clarividência (visualização de coisas e acontecimentos do mundo físico, através de um corpo opaco ou à distância); clariaudiência (percepções de sons, ruídos, frases, músicas, aparentemente não provenientes do Plano físico); precognição (conhecimento de fatos que ainda não aconteceram); retrocognição (relatos de acontecimentos ocorridos no passado, por meio da PES), psicocinesia (ação anímica sobre a matéria por meio da mente).
Os fenômenos extrassensoriais (PES) são classificados em dois tipos: Psi-Gama (telepatia, clarividência, clariaudiência, xenoglossia, etc.) e Psi-Kapa (levitação, transportes, desvios de pequenos corpos, etc.).
Parapsicólogos modernos utilizam uma terceira categoria de fenômenos paranormais: os Psi-Teta que são os fenômenos mediúnicos, propriamente ditos.
Na atualidade, há grande impulso para o estudo da parapsicologia forense. Diz respeito ao trabalho mediúnico que envolve a solução de crimes, viabilizado por médiuns então denominados investigadores psíquicos † (do inglês Psychic Witness). Nos Estados Unidos esse tipo de prática é relativamente comum, permitindo que médiuns trabalhem em conjunto com a polícia na investigação de crimes de difícil solução (inexistência de testemunhas, escassez de provas, excesso de suspeitos, etc.).
A abrangência dos fatos espíritas teve novo impulso quando alguns estudiosos verificaram ser possível a comunicação dos Espíritos por meio de instrumentos e máquinas, quais sejam: gravadores de vozes, rádio, televisão, telefone, computador, entre outros. Esse tipo de comunicação foi cunhado com o nome Transcomunicação Instrumental (TCI).
A origem da moderna TCI está situada no início do século XX, quando alguns cientistas, como Thomas Alva Edison e Atila Von Szalay [Vide informações sobre esse fotógrafo americano em: Fenômenos de Voz Eletrônica] , entre outros, começaram suas experiëncias de TCI com aparelhos pouco sofisticados.
Acredita-se que a primeira obra sobre o assunto foi Vozes do Além pelo Telefone, do brasileiro Oscar D’Argonnel, publicada no Rio de Janeiro, em 1925. Em 1959, Friedrich Jüergenson, † russo naturalizado sueco, obteve gravações de vozes dos Espíritos com uma surpreendente regularidade. Com a publicação de suas pesquisas, em 1964, a TCI tornou-se mundialmente conhecida.
Os resultados do trabalho de Jüergenson estimularam o psicólogo e literato lituano Konstantin Raudive (1909-1974) † a iniciar pesquisas sobre o tema, em 1965. Raudive é considerado um dos maiores estudiosos do assunto, em todo o Planeta. Este pesquisador realizou a proeza de gravar 72 mil frases dos Espíritos, que estão publicadas em sua obra O Inaudível Torna-se Audível. Quem pretender obter maiores informações sobre TCI, não deve deixar de ler o livro Ponte entre o aqui e o Além, de Hidelgard Schäfer, editora Pensamento.
A Experiência de Quase Morte (EQM) † é outra linha de pesquisa, especialmente desenvolvida pela médica suíça, naturalizada americana, Elisabeth Kübler-Ross. A pesquisa EQM faz referência a um conjunto de sensações e percepções associadas a situações de morte iminente, em razão da hipóxia cerebral, sendo que as mais divulgadas são o efeito túnel e a “experiência fora-do-corpo” (EFC), também denominada autoscopia. O termo foi cunhado por Raymond Moody, em seu livro Vida Depois da Vida - Google Books , escrito em 1975.
As pessoas que vivenciaram o fenômeno de EQM relatam que flutuam acima do corpo físico; têm consciência nítida das duas realidades, a física e a espiritual; viajam por um túnel luminoso e informam que os seus sentidos ficam muito ampliados, sendo possível ter visão de 360 graus. Há encontros com parentes ou amigos desencarnados e, também, com “seres de luz” que lhes proporcionam paz interior. Em alguns relatos há encontros não muito felizes com desencarnados.
Por último, gostaríamos de deixar registrada uma breve referência sobre um plano investigatório da vida após a morte, descrito no livro: O experimento scole, evidências científicas sobre a vida após a morte, de autoria de Grant e Jane Solomon. (12)
Trata-se de uma obra, não espírita, que apresenta resultados de cinco anos de investigação sobre a vida no Plano espiritual, conduzidos pelo Grupo Experimental Scole da cidade de Norfolk, Inglaterra [v. As Experiências de Scole] . A pesquisa foi iniciada, em 1993, por quatro pesquisadores e médiuns curandeiros. Mais tarde, o grupo foi ampliado e, desde então, tem recebido apoio de pesquisadores da prestigiada Sociedade de Pesquisa Psíquica do Reino Unido. † Todos os acontecimentos que caracterizam a ação dos Espíritos desencarnados foram gravados e/ou fotografados, formando um protocolo que, posteriormente, passa por minucioso estudo científico. Os resultados são considerados surpreendentes pela comunidade científica.
A Doutrina Espírita ensina que, além de sermos Espíritos imortais, conservamos a nossa individualidade no mundo espiritual, para onde retornaremos após a morte do corpo físico. (13) Neste sentido, afirma Emmanuel que
embalde os corifeus do ateísmo propagarão as suas amargas teorias, cujo objetivo é o aniquilamento da ideia da imortalidade entre os homens; embalde o ensino de novos sistemas de educação, dentro das inovações dos códigos políticos, tentará sufocá-la, porque todas as criaturas nascem na Terra com ela gravada nos corações, inclusive os pretensos incrédulos, cuja mentalidade, não conseguindo solucionar os problemas complexos da vida, se revolta, imprecando contra a sabedoria suprema, como se os seus gritos blasfematórios pudessem obscurecer a luz do amor divino, estacando os sublimes mananciais da vida. Pode a política obstar à sua manifestação, antepondo-lhe forças coercitivas: a ideia da imortalidade viverá sempre nas almas, como a aspiração latente do Belo e o do Perfeito. Acima do poder temporal dos governantes e da moral duvidosa dos pregadores das religiões, ela continuamente prosseguirá dulcificando os corações e exaltando as esperanças, porque significa em si mesma o luminoso patrimônio da alma encarnada, como recordação perene da sua vida no Além, simbolizando o laço indestrutível que une a existência terrena à Vida Eterna, vislumbrada, assim, pela sua memória temporariamente amortecida. (14)
Como reflexão final, inserimos os lúcidos esclarecimentos transmitidos pelo apóstolo Paulo, que nos fala da existência do corpo espiritual, imponderável e incorruptível, que acompanha o Espírito em sua jornada reencarnatória e no além-túmulo:
Semeia-se corpo natural, ressuscita corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual. […] Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, num momento. num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade. E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? (1 Coríntios, 15.44; 51-55. Bíblia de Jerusalém)
ORIENTAÇÕES AO MONITOR
1. Apresentar à turma o convidado que irá realizar a exposição, esclarecendo que, após a explanação de aproximadamente 30 minutos, os participantes disporão de tempo para dirigirem perguntas ao expositor.
2. Transcorridas as atividades, agradecer as contribuições de todos, especialmente a do expositor convidado.
3. Em seguida, fazer o fechamento do estudo com breve comentário da citação de Paulo de Tarso (1 Coríntios, 15.44; 51-55), inserida no final do Roteiro.
REFERÊNCIAS
1. HILLMAN, James. O código do ser - Google Books. Tradução de Adalgisa Campos da Silva. Rio de Janeiro: Objetiva, 1997. Capítulo 4 (Voltando aos invisíveis), p. 106.
2. SOUZA, Hebe Laghi. Darwin e Kardec, um diálogo possível? - Google Books. Campinas: Centro Espírita Allan Kardec, 2002. Capítulo 1 (Novos conhecimentos), p. 26.
3. DELANNE, Gabriel. A alma é imortal. 4. edição revista. Tradução de Guillon Ribeiro. 8. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2003. Primeira parte, Capítulo 1 (Golpe de vista histórico), p. 18.
4. Idem: A Índia, p. 20.
5. Idem: O Egito, p. 21.
6. Idem: A Pérsia. A Grécia, p. 25-28.
7. KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 1ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008. Introdução IV item I (Resumo da doutrina de Sócrates e Platão), p. 44.
8. BUENO, Taciano. O Espiritismo confirmado pela ciência. 1ª ed. São Paulo: J.R. Editora, 2006. Capítulo 3 (O Espírito é imortal), item 76, p. 102.
9. Origem: http://parapsi.blogspot.com/2008/09/frederic-william-henry-myers-1843-1901.html
10. Origem: https://pt.wikipedia.org/wiki/Alfred_Russel_Wallace
11. Origem: https://pt.wikipedia.org/wiki/Cesare_Lombroso
12. SOLOMON, Grant e Jane. O experimento scole, evidências sobre a vida após a morte. Tradução de Henrique Amat Rego Monteiro. 1ª ed. São Paulo: Madras, 2002.
13. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 2. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2009, questões 149 e 150, p. 159-160.
14. XAVIER, Francisco Cândido. Emmanuel. Pelo Espírito Emmanuel. 27. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008. Capítulo 15 (A ideia da imortalidade), p. 107-108.