Nabucodonosor, [Nabu-kudurri-usur, Nebo, defensor dos
limites]. †
Filho de Nabopolassar e rei de Babilônia. Seu pai encabeçou uma revolta bem sucedida dos babilônios contra a Assíria e fundou o império babilônico em 625A. C. Faraó Neco, que ascendeu ao trono do Egito em 610 A. C., achando o poder da Assíria debilitado, levou um exército para o Eufrates a fim de proteger interesses egípcios (2 Rs 23.29; 2 Cr 35.20). Mas Nínive, a capital da Assíria, foi tomada pela Média, aliada de Nabopolassar, 612 ou 606 A. C., e os egípcios tiveram que contar com os novos pretendentes da dependência Assíria. Nabopolassar enviou ao seu encontro seu filho Nabucodonosor. O príncipe derrotou-os em 605 A. C. com grande matança na batalha de Carquemis, impelindo-os de retorno ao seu país, e subjugou as regiões intermediárias (2 Rs 24.7; Jr 46.2). Mas chegaram notícias de que seu pai havia morrido. Comissionando os interesses do ocidente a seus generais, voltou apressadamente para Babilônia e ascendeu ao trono em 605 A. C. (Cont. Apion 1.19). As informações concernentes a seu reinado derivam-se principalmente dos escritores sagrados judeus, incluindo Jeremias, contemporâneo de Nabucodonosor, Ezequiel e Daniel, suplementadas pelas inscrições em tijolos, e a declaração de Berosus historiador babilônico, que viveu aproximadamente 250 anos depois de Nabucodonosor. Depois de sua sujeição, Judá prestou tributo a ele durante três anos e então se revoltou (2 Rs 24.1). Nabucodonosor voltou à Palestina depois de um tempo, suprimiu a revolta, jogou um rei na prisão, ordenou então que o novo rei fosse levado cativo para a Babilônia, e ainda colocou outro rei no trono (2 Cr 36.6,10). Zedequias permaneceu proficientemente leal por mais ou menos oito anos; no ano nono ele partiu para a independência, sendo ajudado pelo avanço de um exército egípcio (Jr 37.5). Resultando por fim que Jerusalém foi sitiada e tomada em 587 A. C., o Templo foi incendiado, e os principais habitantes da capital e do país levados cativos (2 Rs caps. 24 e 25; 2 Cr 36.5-21; Jr caps. 39 e 52). Desta vez, provavelmente no sétimo ano do reinado de Itobalos, rei de Tiro, Nabucodonosor começou o assédio a Tiro que durou treze anos (Ez 29.18; Cont. Apion, 1. 21; Antig. 10.11, 1). No vigésimo terceiro ano de seu reinado, 582 A. C., ele guerreou contra Coelesíria, Moabe e Amom, e deportou centenas de judeus (Jr 52.30; Antig. 10. 9, 7). Depois castigou o Egito pela parte que tinha tomado na guerra judaica cerca de 572 A. C., invadindo o Egito (cp. Ez 29.19), e no trigésimo sétimo ano de seu reinado, 569 ou 568 A. C., ele conduziu outra vez seu exército contra os egípcios. É provável que Nabucodonosor empreendeu outras campanhas militares, entretanto o registro delas se perdeu. Costumeiramente transportava os habitantes dos países conquistados a outras partes do império, sujeitando-os deste modo a muito trabalho servil, que capacitou-o levar avante trabalhos importantes. Construiu as grandes muralhas de Babilônia, erigiu para si um magnífico palácio, reparou o grande templo de Merodaque na Babilônia, e o templo de Nebo em Borsipa, e muitos outros santuários. É dito ter construído jardins suspensos para que sua esposa Amuia lembrasse das colinas nativas de Midiã (Cont. Apion 1.19; Antig. 10.11,1), Construiu ainda próximo a Sipara um enorme reservatório para irrigação, cuja reputação era que possuía 140 milhas de circunferência e 180 pés em profundidade, além de muitos canais pelo país, e cais e quebra-mar no golfo Pérsico. A forma de loucura que ele sofreu quando o orgulho subverteu sua razão era chamada licantropia [zoantropia], em que o paciente imagina-se um animal inferior, e age como tal. Nabucodonosor imaginou que tinha se tornado um boi, e passou a comer grama como outro gado (Dan 4). Reinou por mais de quarenta e três anos e morreu depois de breve doença no ano de 562 A. C., deixando seu filho Evilmerodaque ascender ao trono. — (Dicionário da Bíblia de John D. Davis) ©
Vide no item 5 do artigo Um novo Nabucodonosor a comunicação de São Bento, afirmando que a punição de Nabucodonosor não é uma fábula e que despido da forma alegórica, o fundo é verdadeiro, e só o Espiritismo poderia dar-lhe a chave.