O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Uma vida de amor e caridade — Autores diversos — F. C. Xavier/Izabel Bueno — 2ª Parte


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Mensagem familiar de José Esmelcerei Bernardo


“Rogo a Deus abençoe esta casa de paz e serviço…”

(Mensagem recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em reunião pública, na noite de 20/04/1982, no Centro Espírita “Deus e Caridade”, do Lar da Caridade (Ex-Hospital do Pênfigo) de Uberaba, Minas).


1 Querida mãezinha Aparecida, reúno-a com meu pai nas alegrias desta hora, de maneira a solicitar-lhe para que me abençoem.

2 Os dias correm na esteira do tempo. O amor, entretanto, é uma luz que não se altera na intimidade do coração. 3 Às vezes, pode parecer que nós, os afetos trazidos à Vida Espiritual, estamos indiferentes à vida dos entes queridos que ficaram no Plano Físico, mas não é assim.

4 Prosseguimos detidos na luz da afeição imperecível, porque justamente para aprendermos o amor uns pelos outros é que nos reunimos no santuário da família, onde as alegrias e as dificuldades, as dores e as pequenas conquistas de cada dia nos identificam reciprocamente, fortalecendo cada vez mais, os laços que nos ligam de coração a coração. De Itanhaém a Tremembé, não poderia seu filho desaparecer.  5 A liberação do corpo físico é unicamente aquela mudança de envoltório, que nos compete realizar para efeito de adaptação à existência diferente a que somos chamados.

6 No íntimo, entretanto, não há transformações imediatas, porque o amor não nos desligaria da felicidade de continuar partilhando dos encargos que jazem nos ombros daqueles que amamos e que vivem no centro de nossa memória, a impedir-nos de qualquer ideia de ascensão ou distância dos companheiros que se nos fazem desdobramentos da própria alma.

7 Mãe querida, desejo que a nossa querida Terezinha compreenda o que digo, porquanto lhe vejo o coração apresado ao sofrimento de nossa suposta separação! Querida irmã! Talvez julgasse que os meus sentimentos se restringissem às saudades da noiva que os Desígnios do Alto não permitiram desposar. 8 Entretanto, Valquíria e ela, a irmã inesquecível, moram com meus pais abençoados no mesmo apartamento de esperança, em que vou transfigurando a carência afetiva naquela fé viva que trazemos da infância, sem conservá-la nos dias da juventude, quando nosso espírito se reabre às recapitulações do passado para a aquisição de nossas experiências.

9 Felizmente, querida mamãe, vou atravessando as horas com aquele mesmo carinho que a sua bondade nos ensinou a cultivar. E peço-lhe seja dito à irmã e à noiva, ambas queridas, que hoje me empenho no trabalho de auto-melhoria, a fim de merecer-lhes a confiança.

10 E sinto-me feliz no reencontro desta noite de seu querido aniversário, na qual nos observamos em contato com a família maior.

11 Aqui, sob este abençoado teto, iluminado de amor, traduzindo solidariedade humana, aprendemos que os nossos entes amados repontam de toda parte, ofertando-nos a oportunidade de clarear os próprios raciocínios, com respeito ao círculo de dimensões crescentes em que cabemos todos no aprendizado com Jesus. 12 Estou feliz, conquanto as saudades juntas, mas, não tenho tido horas vazias. Vencendo a mim mesmo, sigo adiante edificando caminhos de renovação para que o futuro se nos faça melhor.

13 Agradeço a abnegação e a ternura com que me ouviu os apelos, em nossos encontros espirituais na prece e no serviço do bem, porquanto acompanho-lhe as atividades na beneficência, refletindo nas necessidades alheias, além das necessidades de nossa própria casa.

14 Trabalhemos nessa causa bendita, na qual todo ato de fraternidade, por mínimo que seja, está sempre revestido do clarão da paz que o Cristo de Deus nos legou.

15 Mãezinha Aparecida, a peça pequenina que possamos entretecer no silêncio doméstico, em favor da criancinha que vai nascer é irmã do socorro maior que a espera, quando venha a surgir entre os homens. 16 Toda a realização do bem é importante e por isso, espero que o seu entusiasmo de ser útil continue crescendo sempre para que os nossos investimentos no Bem Eterno sejam depósitos sagrados que nos assegurem a felicidade porvindoura.

17 Agradeço às nossas irmãs Yolanda e Martha que lhe fazem companhia, incentivando-lhe o devotamento às tarefas que abraçamos. Temos todos ligações vivas na corrente de amor que nos enlaça para que nos adestremos no melhor a fazer. E nesse sentido envio à Terezinha, à Valquíria, ao papai, à nossa estimada Maria Júlia e a todos os nossos o meu afeto de sempre, transformando com votos de paz e felicidade real no hoje e no amanhã de nossas vidas.

18 Noto que estou em nossa festa de trabalho e de esperança e rogo também a Deus abençoe esta casa de paz e serviço, para que continue sendo para nós a oficina venerável de nosso próprio ajustamento às lições que Jesus nos ditou.

19 Mãezinha Aparecida, muito grato por toda a sua generosidade, ao mesmo tempo, que lhe transmito extensivamente a todos os nossos as saudações de amor e paz da Vovó Júlia e do meu avô Bernardo. Reunindo-a com o Papai em coração e endereçando o afetuoso abraço de todos os dias, às nossas queridas Terezinha e Valquíria, com todo o afeto que sou capaz de sentir, sou o filho reconhecido que lhe beija as mãos e que se confessa cada vez mais feliz em pertencer-lhe com a permissão de Deus.

20 Sempre seu filho reconhecido,

José Esmelcerei Bernardo


José Esmelcerei Bernardo — Nascido em 15/05/1956. Desencarnou em 16/02/1978, Itanhaém-SP

Filho de Geraldo José Bernardo e Aparecida Bicheri Bernardo.

Seus pais residem em São Paulo(SP), no bairro do Tremembé.

Terezinha — irmã — Terezinha Bernardo.

Valquíria — noiva — Valquíria Maria da Silva.

Yolanda e Marta — amigas e companheiras de viagem a Uberaba.

Maria Júlia — Prima que muito ajudou com sua assistência carinhosa, por ocasião do desenlace.

Avô Bernardo — avô paterno desencarnado em 06/06/1969.

Vovó Júlia — avó paterna desencarnada em 06/09/1978.


Izabel Bueno


Texto extraído da 3ª edição desse livro.

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