O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Mensagem do pequeno morto — Carlos por Neio Lúcio


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Em prece

1 Na primeira noite que se seguiu às minhas melhoras, permaneci em companhia de vovó e tia Eunice, no salão maior da residência.

2 Lindo luar banhava o jardim, lá fora, e a lâmpada de claridade branda, no interior, semelhava-se a enorme pérola em forma de coração.

3 Vovó, que olhava o relógio com atenção, convidou-nos à prece, explicando haver chegado o momento justo.

4 Reunimo-nos em torno de grande mesa, em cujo centro repousava gracioso jarrão com flores vermelhas, quase iguais aos cravos que conhecemos aí.

5 Findos alguns minutos de silêncio, para os quais vovó Adélia me pediu os melhores pensamentos, tia Eunice fez linda oração, em voz alta, rogando a Jesus nos amparasse e esclarecesse como sempre, ajudando-nos a ser dignos da bênção do Eterno Pai.

6 Terminada a rogativa, vasto espelho próximo começou, com grande assombro para mim, a iluminar-se de maneira maravilhosa, como se recebesse de zona desconhecida vigorosa projeção de luz dourada. Em breves momentos, surgia ali a imagem de uma senhora cativante, falando conosco.

7 Vovó e titia passaram a ouvi-la, atentas, enquanto não cabia em mim mesmo de admiração.
Vencida a surpresa do primeiro minuto, passei a escutá-la, fascinado pela beleza das lições e dos comentários, cheios de sabedoria, embora não conseguisse penetrar na intimidade de todos os assuntos expostos.

8 Suas disposições de otimismo eram, porém, admiráveis e contagiosas. Falava-nos, através de um aparelho de televisão, como se estivesse em pessoa, a três passos de nós, com notável serenidade e excelente expressão de bom ânimo.

9 Além das elucidações valiosas que nos trazia, comentou, com mais calor, a nossa necessidade de entendimento ante os desígnios superiores, com a firme decisão de nos afeiçoarmos a eles, dentro do espírito de serviço. Esclareceu sensatamente que tudo nos ocorre para o bem, desde que não estejamos na posição lamentável das criaturas rebeldes e caprichosas.

10 Francamente, ouvindo-a, senti-me encorajado, bem disposto. Tive a ideia de que a “visitadora distante” irradiava eflúvios de paz que me reconfortavam profundamente o coração, multiplicando-me as esperanças no futuro sublime.

11 Naqueles reduzidos minutos, senti que a minha fé cresceu muito, intensificando, dentro de mim mesmo, o otimismo e a confiança.

12 Quando se apagou a luz dourada no espelho cristalino, tia Eunice informou-me de que, duas vezes por semana, os lares da vila entravam em contato com elevados instrutores e governantes do nosso novo Plano de trabalho, por intermédio dos aparelhos de televisão e radiofonia.
Não cabia em mim de alegria confiante.

13 Voltando ao repouso, vovó Adélia notificou-me de que, no dia imediato, seria eu recolhido ao Parque dos Meninos, de onde escrevo esta carta para você.


Carlos

Neio Lúcio


Texto extraído da 7ª edição desse livro.

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