O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Gotas de luz — Casimiro Cunha


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No santuário interior

1 Meu Senhor, Pai de Bondade,
De luz e de Amor sem fim,
Não me abandones à treva
Que trago dentro de mim.


2 Não me deixes repousar
No leito em flor da ilusão,
Dá-me a bênção luminosa
De tua repreensão.


3 De espírito encarcerado
Nos débitos que inventei,
Tenho sede do equilíbrio
Que nasce de tua lei.


4 Controla-me a aspiração
De ganhar e possuir,
Sou teimoso e invigilante,
Ensina-me a discernir.


5 Entrecruzam-se, em meu peito,
Divergências, dissensões…
Não me relegues ao jugo
De minhas imperfeições.


6 A chaga alheia, Senhor,
Sei curar, lenir ou ver,
Mas sou tardo de visão
Na esfera de meu dever.


7 Sou ágil no bom conselho
Ao coração sofredor;
Todavia, surdo e cego,
Nos dias de minha dor.


8 Nas orações, quase sempre,
Sou cópia dos fariseus,
Sentindo-me, presunçoso,
Dileto entre os filhos teus.


9 Não escutes, Pai Bondoso,
Os rogos e brados mil
Da ignorância que eu trago,
Vaidosa, bulhenta, hostil…


10 Não satisfaças, no mundo,
O orgulho atrevido e vão
Que me faz triste e abatido
Nos tempos de provação.


11 Põe freios duros e fortes
Ao meu serviço verbal,
Muita boca leviana
Tem dado guarida ao mal.


12 Meus sentidos, enganados,
Perturbam-me, muita vez.
Às emoções desvairadas,
Por compaixão, não me dês!


13 Que a tua vontade, enfim,
Pronta a prever e prover,
Seja em tudo e em toda a vida
A minha razão de ser.


14 Meu Senhor, Pai de Bondade,
De Luz e de Amor sem fim,
Não me abandones à treva
Que trago dentro de mim.


Casimiro Cunha


FIM

Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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