Nos próximos meses seguintes à transmissão da Sexta Carta, Walter endereçou à sua progenitora três pequenas mensagens reunidas no capítulo anterior sob um título, que foi inspirado na sua significativa frase: Estou na condição do cliente que se vale de uma agência amiga para expedir um telegrama.
Esta agência amiga foi, como nas vezes anteriores, o médium Francisco Cândido Xavier que psicografou as mensagens referidas nas reuniões públicas do “Grupo Espírita da Prece”, em Uberaba, MG.
O amor, que brilha intensamente em cada carta do Autor Espiritual, dispensa comentários.
NO FINAL, UMA SURPRESA
Chegando ao final de nossos despretensiosos comentários, em torno das cartas do Espírito de Walter, sentíamo-nos muito felizes e não sopitamos o nosso entusiasmo, comunicando, já no dia seguinte — na tarde de 22 de junho de 1977 —, por telefone, a D. Maria Perrone, que o livro de seu filho estava pronto.
Na noite deste mesmo dia, comparecemos a um Centro Espírita desta cidade. Ao término dos trabalhos, o médium X n nos disse:
— Quando terminei de aplicar-lhe o passe, uma Entidade aproximou-se e deu o seguinte recado: “Diga ao Hércio que o Tim lhe manda um abraço.”
Quedamos pensativos. Qual seria a Entidade de nome Tim? Não encontrando em nossa memória nenhuma pessoa familiar ou amiga com este nome, respondemos:
— Não nos lembramos de nenhum amigo ou familiar desencarnado assim chamado. Nem com o nome de Valentim, com o qual mais se assemelha.
E usufruindo de uma liberdade, facultada por antiga amizade, afirmamos:
— Meu caro, deve ter havido uma imperfeição no processo de captação mediúnica, pois, como você sabe, isso pode ocorrer com qualquer médium.
Meditando mais um pouco na questão, recordamo-nos de Waltinho — assim Walter Perrone era chamado, desde a infância, pela maioria dos seus familiares e amigos —, pois ultimamente estávamos com o pensamento muito voltado para este livro, de sua autoria espiritual. Inclusive, naquele mesmo dia, à tarde, havíamos conversado com a sua progenitora, e daí, arriscar a seguinte interpretação, mantendo o diálogo:
— Talvez a Entidade referida por você seja o Waltinho, nome que tem certa semelhança com Tim. Ultimamente tenho pensado muito nesse Espírito.
— E, quem sabe, ele tivesse o apelido de Tim?
— É possível. Como você vai a Uberaba, na próxima sexta-feira, para assistir aos trabalhos do “Grupo Espírita da Prece”, pergunte a D. Maria Perrone, porquanto ela também lá estará, conforme nos disse hoje ao telefone.
Dai a dois dias, realmente, deu-se o encontro deles na referida instituição espírita.
Ciente do acontecimento, D. Maria, de imediato, confirmou o apelido “Tim” de seu querido filho, pedindo ao médium X que expusesse por escrito o fato narrado. Chamou sua filha Sônia, que estava em outro local do recinto, e entregou-lhe o manuscrito. Após a leitura do mesmo, Soninha ficou profundamente emocionada, confirmando também a veracidade do recado de seu irmão. Não só ela, mas sua mãe, o médium X e outras pessoas, que participavam dos fatos daquela hora, também se emocionaram, visto que estavam diante de uma prova irrefutável e cristalina da imortalidade da alma e da comunicação dos “mortos”.
No final da reunião do “Grupo Espírita da Prece”, D. Maria mostrou o manuscrito a Chico Xavier, que, após atenta leitura do mesmo, lhe afirmou:
— D. Maria, este é o recado que o Waltinho queria dar.
Pois, semanas antes, o médium de Uberaba havia dito à mãe de Walter que seu filho, brevemente, se comunicaria. Desta forma, ele reafirmava o fraternal e surpreendente recado transmitido em Araras.
Soninha, chegando a São Paulo, fez questão de enviar-nos o seguinte depoimento:
“Dias atrás fiquei descrente de tudo, pois estava passando um período difícil, de muitos conflitos interiores.
“Na última sexta-feira, dia 24, senti grande necessidade de ir a Uberaba, para avistar-me com Chico Xavier. Chegando lá, reencontrei grandes amigos no “Grupo Espírita da Prece”. Qual minha surpresa, quando no final da reunião, li a descrição de como se verificou o seguinte recado mediúnico: “Diga ao Hércio que o Tim lhe manda um abraço.”
“Tim” referia-se ao meu inesquecível e querido Waltinho. Era um apelido carinhoso dado por mim, com o qual Suely e eu o chamávamos. Para nós não era Walter ou Waltinho, mas sim Tim, meu querido Tim.
“Hoje posso confessar e até mesmo depor. Há uma grande verdade nessa Doutrina, pois seria humanamente impossível alguém saber dessas ligações, somente fenômenos espirituais poderiam revelar tal intimidade familiar.
Sônia Perrone
São Paulo, 28/6/1977.”
Sim, o recado fraterno do Tim, recebido aqui em Araras, quando a organização de seu livro chegava ao fim, havia sido autêntico, constituindo-se, após a confirmação dos seus familiares, numa surpresa muito feliz para o nosso coração.
Ao colocarmos um ponto final nos estudos de suas inestimáveis cartas e só agora percebendo que tais estudos constituíram um verdadeiro curso, de temas doutrinários básicos, dos mais proveitosos para nós, resta-nos endereçar ao novo Amigo, além dos agradecimentos pela oportunidade do aprendizado edificante, os melhores e mais sinceros votos de crescente progresso espiritual, no trabalho incansável do aprimoramento de seus elevados sentimentos a serviço da Vontade do Senhor.
Hércio Marcos Cintra Arantes
[47] Atendendo ao pedido do médium, com esse pseudônimo, o manteremos no anonimato.