O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Amor sem adeus — Mensagens familiares de Walter Perrone


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Sexta carta

1 Querida mãezinha, minha santa velhinha do coração.
A força do pensamento é uma alavanca invisível. Estivesse onde estivesse, creia que as suas requisições materiais me encontrariam.

2 Estou aqui, sim, seu Walter, que lhe vem rogar serenidade e paciência. Duas realizações em que você me ensinou a compreender e a esperar, mãezinha; pois é a você, professora de calma e bondade, que venho pedir entendimento e paz.

3 Mãezinha, aceitação da Vontade Divina é uma força que não sei definir. 4 Quando movimentamos os valores ao nosso alcance, sem atingir os resultados previstos por nós, então é a Lei de Deus que se manifesta.   5 O homem planta a semente, mas a bondade dos Céus é que faz a germinação.   6 Nossas ideias foram cultivadas. Ideias de amor e paz, auxílio e harmonização. Se acontecimentos diversos aparecem, mudando o rumo de nossa lavoura, é que o Mais Alto indica outras ocorrências. 7 Calma e fé. Grandes lucros recolheremos sempre de qualquer investimento, em que a compreensão e a tolerância baseiam o câmbio da felicidade dos outros para sermos felizes.

8 Tenho acompanhado todos os episódios de nossa jornada de redenção. Agora, é a sua saúde que conta. Nosso caro amigo, Dr. Massau, está com a razão. Não há motivo para uma cirurgia que estaria concentrada numa operação exploratória, sem qualquer soma de benefícios. Falo assim, quase pretensioso, porque me estribo em nosso próprio médico.

9 Mãezinha, faça um sorriso e acredite que por muito que evolua na Terra a ciência dos transplantes, isso não acontecerá no domínio das emoções. Ninguém pode permutar sofrimento por alegria, saudade por presença tangível. Acalme-se.

10 A nossa querida Su tem direito a escolher os caminhos que julgue mais adequados à felicidade própria. Digo isso com muito respeito e muito carinho mesmo.

11 Quanto às diferenças de estrada, mãezinha, isso pertence à vida. Nem todos nós estaremos reunidos em outros caminhos únicos. Pensemos em outros setores de trabalho. Olhe as nossas costureiras e as nossas associadas às mãezinhas, cujos filhos queridos recebem aquelas doces demonstrações de que estamos buscando somente o bem.

12 Partilhemos as preces de tia Isaura, a madrinha que ora sempre por nossa paz.

13 E o papai com as duas Sônias, e os meus sobrinhos queridos… Você, a minha querida velhinha, tem um mundo em construção. É necessário continuar, porque teto mesmo ainda está longe. É muita parede para erguermos, muito detalhe para discernirmos. Trabalhar, mãezinha, é o segredo de qualquer vitória. Pensemos nisso e aguardemos. Se há uma contemporização em papéis é que isso se faz preciso. Tudo o que é certo tem base firme.

Ajude o papai a se recuperar na saúde e na tranquilidade de que o meu querido velhinho está precisando, e coloque forças no coração do mano Carlos, que se “vira” em exemplos de fé.

14 Agradeço a vinda de nosso amigo Christovam e família, pois eu, mãezinha, para reconfortá-la, vim hoje cercado de mais gente. Vovô Perrone é o amigo sempre amigo, e nesta noite a querida vó Mariana com a prima Leonice, digo, Vera Leonice (para fugir ao “prima Vera” cacofonizado) estão comigo; o bisavô Donini também veio, e embora ainda um tanto abatido, o nosso caro amigo Sr. João Angelici veio conosco para, diz ele, renovar a sua coragem. Mãezinha, o tio Tardioli, um companheiro excelente da nossa família, que encontrei na vida nova, se associa às nossas preces e roga-lhe alegria.

15 Alegria, mãezinha, é o dom de viver. Eu sei que as mães enxergam fontes e estrelas, caminhos e flores, luzes e bênçãos, mas, por dentro, na câmara do olhar apenas observam a presença dos filhos. Ainda assim, considere as esperanças do seu Walter e auxilie-me a conservá-las.

16 Mãezinha, não chore mais, não, peço-lhe. Tudo será feito para o bem de todos e muito correto para cada um de nós.
Converse com Soninha e rogue a ela que não tenha receio. Deus nos guarda e Deus nos sustenta, como tem sustentado.

17 Falei talvez muito, mas precisava.
Não quero vê-la sob o efeito de medidas, que nem o nosso médico aprova, de vez que o nosso melhor refúgio é a nossa casa sempre feliz.

18 Mãezinha, agradeço a sua dedicação e beijo a sua face molhada de lágrimas. 19 Tenho a ideia de que os brilhantes do orvalho nesta noite subiram ao invés de descerem para o mundo e estão perolando a face de uma estrela, porque você, mãezinha, é a nossa estrela de todos os momentos. 20 Abrace-me. Nessa troca de corações, levo o seu e deixo-lhe o meu. 21 São prodígios da imaginação. Veja que lhe entrego um motor alimentado à esperança, um motor de alegria, que há de sustentar a sua fé; e o seu coração, em meu peito, será todo envolvido em bálsamo de oração, nas preces que faço por sua felicidade.

22 Agradeçamos a Deus, querida velhinha, e sejamos felizes. Em seu amor inolvidável, todo o amor e toda gratidão do seu filho, sempre seu filho, cada vez mais e muito mais seu


Walter


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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