“Oh Espíritas! compreendei hoje o grande papel da humanidade; compreendei que quando produzis um corpo, a alma que nele se encarna vem do espaço para progredir; sabei vossos deveres e colocai todo vosso amor em aproximar essa alma de Deus; é a missão que vos está confiada e da qual recebereis a recompensa se a cumprirdes fielmente”. (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, Edição IDE, Cap. XIV, item 9).
Não é fácil se dirigir a uma mãe, mas é muito simples nos fazermos entender às mães que já passaram por todos os ensinamentos e experiências que a escola da vida nos proporciona.
E, ano após ano, participando das comemorações que nos são atribuídas, por ocasião do “Dia das Mães”, nunca imaginamos que, numa data seguinte, poderemos estar nas mesmas condições de outras irmãs sofredoras da saudade imensa pela partida de um pedaço de seus corações: um filho!
Eu e tantas outras, temos o coração apertado e, ao mesmo tempo confiante, porque a Doutrina dos Espíritos nos trouxe a certeza da existência da vida de além-túmulo…
Que seria de nós, dessa imensidão de seres humanos que bradam, aos céus, a ausência de seus entes queridos, se não houvesse a prova real e concreta de que eles estão tão ou mais vivos que nós mesmos?
O tempo se esvaiu e, só agora, tivemos a felicidade e, porque não dizer, a sorte de encontrarmos a verdade contida nos ensinamentos de Cristo, codificados por Allan Kardec. Aí temos os mais profundos conhecimentos dos quais necessitamos nas horas mais amargas de nossas vidas.
Muito tempo refleti e meditei sobre a dor que os problemas da vida e da morte nos apresentam. Fatos de observação direta e provas evidentes dentro da Doutrina vieram confirmar aquilo que eu, ardentemente, procurava.
Confesso que, após duvidar, acreditei e após vacilar, vi. Assim, a paz tão almejada tomou conta de meu ser e, novamente, estou tentando acordar e acalmar corações que atravessaram ou atravessarão testes e provas semelhantes aos meus.
Procurando sempre querer saber mais sobre nossos destinos, descobri o que, realmente, é a morte e, só desta maneira, tive a certeza real e concreta da realidade, da bondade e da clemência de Deus.
A morte é uma ilusão. Parece irônica esta afirmativa, para aqueles que acreditam que, com ela, tudo se acaba, mas, para nós, que acreditamos e temos provas de que a vida continua, ela é apenas uma porta para a verdadeira vida. E é aí que entram as leis cármicas da reencarnação, pois, senão, como ficaríamos diante dos fatos bons e ruins, das maravilhas e das coisas horrendas, das farturas e das necessidades, dos seres tão bem esculpidos e dos tão defeituosos?
Não esmoreçam diante da caminhada, e procuremos os esclarecimentos que temos, em abundância, dentro da Doutrina Espírita, onde será encontrada uma fonte sem fim vertendo conhecimentos e consolações para qualquer tipo de problemas e dúvidas.
Aí, então, ficaremos todos fortes e preparados para entender a vida que nós mesmos escolhemos para viver.
Realmente, é difícil de aceitar que o sofrimento é a presença de Deus em nosso próprio benefício, mas esse mesmo sofrimento nos torna mais brandos de coração, impelindo-nos ao bem e ao encontro de nossos semelhantes, mais carentes do que nós, aliviando a nossa própria dor.
Enfim, segundo as imutáveis leis da Vida, colheremos, nesta longa e áspera caminhada, valiosas experiências para outras romagens da vida eterna.
E, como estou falando em tempo, lembro-me de que estamos no mês de maio, tempo das mães, de alegrias, tristezas e lembranças, porque “mãe”, por mais distante que esteja ou por mais alheia ou exigente, é possuidora do maior amor do mundo. É instintivo esse sentimento que existe não só no mundo dos homens como, também, no dos animais irracionais. E, para provar que este amor maternal estende-se além da chamada morte, é que tenho, como milhares de outras irmãs o têm, o privilégio das comunicações com nossos queridos filhos que estão no Além.
Aqui está um bilhete de Laurinho, psicografado numa sexta-feira, nove de maio, quando me encontrava em Uberaba, MG, no Grupo Espírita da Prece:
“Querida mãezinha Priscila, abençoe-me.
Amanhã ainda será tempo das Mães.
Muita felicidade é tudo o que lhe deseja o seu
Laurinho.”
Ao receber esta mensagem, qual mãe não se sentiria felicíssima? Eis outra evidente prova de que nossos entes queridos estão bem vivos e acompanham os acontecimentos por aqui, dando-nos o maior apoio e orientação em todas as situações. É só entendermos para bem executá-las.
Fico sempre a me perguntar: E se não tivesse encontrado o caminho de flores que é a Doutrina Espírita? Que teria sido de nós todos, os familiares de Laurinho?
Mas, cá estamos aproveitando cada segundo dessa dor, em benefício de nossa evolução, favorecendo o próximo de acordo com nossas possibilidades. Bendita seja toda e qualquer oportunidade de melhora para nós, Espíritos tão imperfeitos e necessitados de evolução…
Como a Espiritualidade Maior nos proporciona surpresa! No dia imediato ao daquela singela mensagem, para espanto de todos e meu próprio, proporcionou-nos, Laurinho, belíssima carta. Desta feita, nos surpreendeu com notícias a pessoas que nem eu conhecia, talvez a nos prevenir sobre futuros problemas de saúde em nosso meio.
Queridos irmãos, uma mensagem não é, simplesmente, um presente do Mais Alto às nossas aflições, mas um apelo, uma ordem para o trabalho que merece toda a nossa atenção. Não podemos ficar inertes com tão primorosos esclarecimentos, os quais devem ser estudados palavra por palavra, advertência por advertência.
Percebemos que não encontramos, dentre essas milhares de soberanas cartas, uma só que se assemelhe a outra.
Nossos entes queridos, cada um dentro de sua personalidade, esquema de trabalho e permissão superior, nos solicitam de formas diferentes, onde vislumbramos, às vezes, uma aflitiva pressa desses Espíritos batalhadores da Causa do Bem, em informar-nos do necessário para contribuir na melhoria do planeta.
Muitos perguntam-me o “por quê” de tanta comunicação de Laurinho. Eu acredito possuir ele muito mérito pessoal na aceitação da Outra Vida e muita vontade de trabalhar, tanto aqui, como lá. E esta mãe, que escreve a vocês, não tem medido esforços na construção do bem comum. Confesso que tenho passado momentos desastrosos, mas meu compromisso com a Espiritualidade e o crédito de confiança de que fui alvo, por intermédio de meu filho, fazem-me suportar os reveses, por amor ao nosso irmão maior: Jesus.
Na mensagem que se segue de nosso querido Laurinho, ele dirige-se à “irmã Nair” e confesso que fiquei surpresa, precisando procurá-la para inteirar-me do grande problema cármico que a afligia.
E nas entrelinhas, tudo ficou claro: somos eternos devedores de outras existências, pagando e resgatando aquilo que fizemos de errado. Isso nos prova, não só a existência da outra vida, como também, das vidas sucessivas.
“E Jesus nos concede sempre renovações de tempo e multiplicação de bênçãos para a continuidade de nossas tarefas”.
Colocaremos, então, dentro de nossas mentes, a ideia de que não somos donos de nosso corpo e que tudo que existe é propriedade de Deus, que no-lo concede por empréstimo, para a chance de nossa evolução.
Isso aplica-se, também, àqueles que nos vem como filhos que, na realidade, nos são confiados para que cumpramos nossos deveres da maternidade, dos quais resultará nossa recompensa se conseguirmos executá-los em sua plenitude.
Outro comentário que gostaríamos de fazer é, também, sobre a mensagem que virá em seguida, no que diz respeito à querida Mãe Nena. Laurinho não a esquece, pois ficou anos sob seus cuidados, na cidade de Mococa,SP. E, à mãe Nena, apresentamos o nosso eterno agradecimento por tantos exemplos bons que legou ao seu discípulo, encaminhando-o para o bem.
Está aí, um exemplo de mãe, que soube sofrer, soube amar e soube doar-se por um filho que lhe pertenceu, não pelas entranhas, mas sim, pelo coração.
Priscilla Pereira da Silva Basile