O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Antenas de Luz — Mensagens familiares de Laurinho


Capítulo 1

Começar pelo perdão

“Quando Jesus disse: Ide vos reconciliar com vosso irmão antes de apresentar vossa oferenda ao altar, ele ensina que o sacrifício mais agradável ao Senhor é o do próprio ressentimento; que antes de se apresentar a ele para ser perdoado, é preciso ter perdoado…” (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, Edição IDE, cap. X, item 8).


A princípio, com o golpe inesperado, chegamos ao pranto da revolta, com tudo e com todos, esquecendo que passamos o que merecemos e pagamos débitos de um passado que nem ao menos nos lembramos. Onde fica o perdão que o Senhor nos solicita? E falamos em perdão, porque, na verdade, a revolta nada mais é do que a nossa intransigência em não aceitar os desígnios do Alto.

Mas, para que o Homem entenda essas verdades, é preciso que ele se conscientize de que a vida é eterna e que a morte nada mais é do que uma porta para a verdadeira vida.

Afirmamos, com provas, que a morte é o renascer num mundo que desconhecemos, e temos fartas notícias e advertências para o conquistarmos da melhor maneira.

Quando Sócrates nos diz que “a vida nasce da morte e a morte nasce da vida”, é maravilhoso parar e meditar sobre o que nos aguarda.

A maioria dos seres humanos passou pelo pranto da revolta, pois precisou disso para se aproximar de Deus, pela dor, e todos aqui estamos, nesta escola educativa, cumprindo nosso débito de vidas anteriores, onde toda oportunidade de melhora nos é dada. Mas, será que sempre entendemos esses chamamentos? Uma boa maioria, sim. Outra está enraizada materialmente, tentando acumular bens, usufruir prazeres e viver o dia a dia da violência, esquecidos de que o amanhã lhes pedirá conta de seus atos.

Procuremos nossa evolução espiritual e veremos que vale a pena viver, mesmo com os percalços do caminho.

Tudo se modifica e se transforma, à medida que formos compreendendo os “porquês” que envolvem nossa vida na Terra. E, nessa passagem, vemos as lágrimas, a revolta e os gritos lancinantes. E onde estaria Deus? Deus está presente em toda a nossa vida e se algo nos acontece é por nossa própria culpa, presente ou pretérita, pois que o Pai é infinitamente bom, a inteligência suprema e a causa primária de todas as coisas.

E Jesus nos concede, sempre, renovações de tempo e multiplicações de bênçãos para a continuidade de nossas tarefas. A sabedoria das Leis Divinas é providencial e se revela não só nas grandes como também nas pequenas coisas o que não nos deixa dúvidas de sua bondade e justiça. Mas só chegaremos a compreender a grandeza de Deus, à medida que formos nos elevando sobre a matéria.

Qual a criatura humana que poderia criar o que a Natureza produz? Nenhuma. O que nos prova a existência de uma inteligência superior à Humanidade. Então, quem somos nós para contestar, com desespero, lágrimas de revolta, vingança, aquilo tudo que nós mesmos escolhemos quando tivemos o privilégio desta volta para diminuirmos nossos débitos?

Quando nosso Espírito tiver a felicidade de não se encontrar mais obscurecido e fanatizado pela própria matéria e, quanto mais atingir o grau de perfeição, mais nos aproximaremos dos mistérios da Divindade, e compreenderemos.

Por ora, o que nos resta? Temos que tentar melhorar-nos, aceitando tudo com o coração saudoso e com a razão, sabedores que somos de que a bênção da dor é a nossa chance máxima de burilamento.

Em nossa Doutrina Espírita, está bem claro que o homem deve ter o mérito de suas ações e, acima de tudo, extrema responsabilidade perante o que Deus lhe proporciona.

Façamos do amor e da dor o motivo para amar, cada vez mais, o nosso próximo, pois que ele precisa de nós e nós precisamos, mais ainda, dele.

Vamos procurar aprender, corretamente, o sentido verdadeiro da palavra “AMOR”.

A Doutrina Espírita nos fornece alimento puro no conhecimento das verdades exemplificadas no mundo, por nosso irmão maior, Jesus. Nos dá forças para vencer as vicissitudes da existência; luz para devassar os horizontes da espiritualidade e capacidade de encontrarmos os caminhos da regeneração, do perdão e da aceitação, iluminando-nos os passos para o trabalho honesto. Com tudo isso, nós, pobres peregrinos do orbe terrestre, abriremos os olhos e entenderemos quão importante é o aperfeiçoamento de nosso Espírito.

E é esse o amor que Deus nos legou, cuja semente se desenvolve e cresce à medida que nós a cultivamos, fazendo com que se desencadeie o aperfeiçoamento da raça humana. Portanto, estejamos sempre firmes no propósito: “Não façamos a outrem o que não queremos que nos façam”.

Amar para ser amado é a máxima que o mundo tanto necessita, onde “amar”, no sentido exato da palavra, é ter consciência para agir em relação ao nosso próximo e ser leal para conosco mesmo.

Jesus, em sua jornada, colocou o amor acima de todos os sentimentos, mostrando que, desse mesmo amor resulta a elevação dos instintos.

Só o amor poderá eliminar as misérias da sociedade e feliz daquele que ama, porque está sabendo purificar-se, livrando-se das angústias e compreendendo o sofrimento alheio.

Deixo gravadas, neste volume, cartas de Laurinho, querendo, novamente, dar provas aos que sofrem, ensinando e mostrando de dentro de meu coração, a maneira suave de nos melhorar; ao mesmo tempo em que aliviamos nossa tribulação pela dor. E isto só acontecerá quando todos se conscientizarem de que a verdade sobre a dor, sobre a suposta morte, sobre a dita desgraça, está contida nos ensinamentos de Allan Kardec, o qual nos traz a resposta para tudo.

Nesta missiva de aniversário, de tão profundo conteúdo, temos nosso querido Laurinho grafando sempre a lição do amor ao próximo.

Sinto que, ao se referir às “atividades do Bem”, ele grifa, claramente, o pequenino trabalho que vimos tentando, desde a sua “viagem”: o de fazer pulsar, com alegria e esperança, corações desesperados, desiludidos por descrentes de Deus e da Existência da vida no além-túmulo.

E isso conseguimos através do uso da razão e com fé raciocinada, apegando-nos, cada vez mais, aos ensinamentos que Kardec nos deixou e tentando executar os exemplos maravilhosos da Doutrina contida nos mais tocantes e sublimes volumes psicografados por Chico Xavier.

Perdoem, queridos leitores amigos, se insisto em ressaltar a continuidade da vida; é que são muitas as provas que nos chegam do Além, mais particularmente, na correspondência afetiva que mantenho com meu filho Laurinho e já divulgada em nossos volumes anteriores: “Presença de Laurinho” [Priscilla P. S. Basile, páginas 94/95 da 1ª edição (1978). Nova Mensagem Editorial Ltda. Rua Eng. Ranulfo Pinheiro Lima, 141. São Paulo, SP] e “Gaveta de Esperança”, ambos [atualmente] editados pelo Instituto de Difusão Espírita, Araras, SP.

É verdade que falo com o coração de mãe, mas as palavras de Laurinho, conquanto jovem, devem ser analisadas e pesadas na balança da razão para que possam se converter em orientações para nós, os caminheiros do Plano Físico.


Priscilla Pereira da Silva Basile


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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