104 (Do mesmo David.) Bendize, ó alma minha, ao Senhor; Senhor, Deus meu, tu te tens engrandecido poderosamente; de glória e de formosura te tens vestido.
2 Coberto de lume como de vestidura; que estendes o céu como um pavilhão.
3 Que cobres com águas os seus mais altos lugares; que pões uma nuvem para tua subida; que andas sobre as asas dos ventos.
4 Que fazes aos teus anjos Espíritos; e aos teus ministros fogo queimador.
5 Que fundaste a terra sobre a sua própria estabilidade; não se inclinará pelos séculos dos séculos.
6 O abismo a cinge a ela, como um vestido; sobre os montes estarão as águas.
7 À tua ameaça fugirão; à voz do teu trovão temerão.
8 Sobem os montes, e descem as campinas, ao lugar que lhes estabeleceste.
9 Termo lhes puseste, que não traspassarão, e não voltarão a cobrir a terra.
10 Que fazes sair fontes nos vales; por meio dos montes passarão as águas.
11 Beberão todos os animais do campo; suspirarão por elas os asnos silvestres na sua sede.
12 Sobre elas morarão as aves do céu; as quais do meio dos rochedos darão vozes.
13 Que regas os montes das águas mais altas; do fruto de tuas obras se saciará a terra.
14 Que produzes feno para as alimárias, e erva para o serviço dos homens. Para fazeres sair o pão do seio da terra,
15 E o vinho que alegra o coração do homem; o azeite, para que o homem faça brilhar o seu rosto, e com o pão corrobore o seu coração.
16 Saciar-se-ão as árvores do campo, e os cedros do Líbano que plantou;
17 Ali farão ninho as aves. A casa da cegonha lhes serve de guia a elas.
18 Os montes altos são refúgio aos cervos; os penhascos para os ouriços cacheiros.
19 Fez a lua para designar os tempos; o sol conheceu o seu ocaso.
20 Puseste trevas, e foi feita a noite; nela transitarão todas as alimárias da selva.
21 Os cachorros dos leões rugem em busca da presa, e para pedirem a Deus o seu sustento.
22 Saiu o sol, e recolheram-se, e meter-se-ão nos seus covis.
23 Sairá o homem à sua obra, e aos seus trabalhos até à noite.
24 Quão magníficas são as tuas obras, Senhor! Todas as cousas fizeste com sabedoria; cheia está a terra da tua possessão.
25 Este mar grande e largo de braços: ali existem peixes que não têm número, animais pequenos e grandes.
26 Ali transitarão as naus. Este dragão, que formaste para zombar no mar.
27 Todos esperam de ti que lhes dês de comer a seu tempo.
28 Dando-lho tu, eles recolherão; abrindo tu a tua mão, todos se encherão de bens.
29 Mas se tu apartares o teu rosto, turbar-se-ão; tirar-lhes-ás o Espírito, e deixarão de ser, e tornar-se-ão no seu pó.
30 Enviarás o teu Espírito, e serão criados, e renovarás a face da terra.
31 Seja a glória do Senhor para sempre; alegrar-se-á o Senhor nas suas obras;
32 O que olha para a terra, e a faz estremecer; o que toca os montes, e fumegam.
33 Cantarei ao Senhor em todo o espaço da minha vida; cantarei salmos ao meu Deus enquanto eu subsistir.
34 Sejam-lhe aceites as minhas palavras; eu certamente me deleitarei no Senhor.
35 Feneçam da terra os pecadores e os iníquos, de modo que não subsistam. Bendize, ó alma minha, ao Senhor.
Há imagens desse capítulo, visualizadas através do Google - Pesquisa de livros, nas seguintes bíblias: Padre Antonio Pereira de Figueiredo edição de 1828 | Padre João Ferreira A. d’Almeida, edição de 1850 | A bíblia em francês de Isaac-Louis Le Maistre de Sacy, da qual se serviu Allan Kardec na Codificação. Veja também: Hebrew - English Bible — JPS 1917 Edition; La Bible bilingue Hébreu - Français — “Bible du Rabbinat”, selon le texte original de 1899; Parallel Hebrew Old Testament by John Hurt (Nota importante sobre a enumeração dos salmos)