6 Filho meu, se ficares por fiador do teu amigo, deste por ele a tua mão a um estranho,
2 Com as palavras da tua boca te metestes no laço, e ficaste preso pelas tuas próprias expressões.
3 Faze pois, filho meu, o que te digo, e livra-te a ti mesmo; pois que caíste nas mãos do teu próximo. Discorre duma para outra parte, apressa-te, desperta ao teu amigo.
4 Não deixes entregarem-se ao sono os teus olhos, nem dormirem as tuas pálpebras.
5 Salva-te como uma corçazinha que escapa da mão e como um pássaro que foge dentre as mãos do armador.
6 Vai ter, ó preguiçoso, com a formiga e considera os teus caminhos, e aprende dela a sabedoria;
7 A qual não tendo condutor, nem mestre, nem príncipe,
8 Faz o seu provimento no estio, e ajunta no tempo da ceifa de que se sustentar.
9 Até quando dormirás tu, ó preguiçoso? Quando te levantarás do teu sono?
10 Um pouquinho dormirás, outro pouquinho dormitarás, outro pouquinho cruzarás as mãos para dormires;
11 E virá sobre ti a indigência, como um caminheiro, e a pobreza, como um homem armado. Se tu porém fores diligente, virá a tua messe como uma fonte, e a indigência fugirá longe de ti.
12 O homem apóstata é um homem inútil, caminha com boca perversa,
13 Ele faz sinais com os olhos, bate com o pé, fala com os dedos,
14 Com depravado coração maquina o mal, e em todo o tempo semeia distúrbios.
15 A este tal virá de repente a sua perdição, e de improviso será quebrantado, e não terá mais daí por diante remédio.
16 Seis são as coisas que o Senhor aborrece, e a sua alma detesta a sétima;
17 Olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente,
18 Coração que maquina malvadíssimos projetos, pés prontos para correr ao mal,
19 Testemunha que profere mentiras e o que semeia discórdias entre seus irmãos.
20 Conserva, filho meu, preceitos de teu pai, e não largues a lei de tua mãe.
21 Traze-os incessantemente atados ao teu coração, e põe-nos à roda da tua garganta.
22 Quando andares, eles te acompanhem; quando dormires, eles te guardem, e em acordando fala com eles;
23 Porque o mandamento é uma candeia, e a lei uma luz e a repreensão da disciplina o caminho da vida;
24 Para que te guardem da má mulher, e da língua lisonjeira da estranha.
25 Não cobice o teu coração a sua formosura, nem te deixes prender dos seus acenos;
26 Porque o preço da meretriz apenas é de um pão; mas a mulher cativa a alma do homem, a qual não tem preço.
27 Acaso pode o homem esconder o fogo no seu seio, sem que ardam os seus vestidos?
28 Ou pode ele andar por cima das brasas, sem que se queime a planta dos seus pés?
29 Assim o que se chega à mulher de seu próximo, não ficará limpo depois de a tocar.
30 Não é grande culpa, quando algum furtar; porque furta para saciar a sua esfaimada alma;
31 Também depois de colhido às mãos, pagará sete vezes em dobro, e entregará todos os bens da sua casa.
32 Porém o que é adultero perderá a sua alma por causa da loucura do seu coração;
33 Ele ajunta para si a infâmia e a ignomínia e não se apagará o seu opróbrio;
34 Porque o ciúme e o furor do marido não lhe perdoará no dia da vingança,
35 Nem ele se dobrará aos rogos de nenhum, nem receberá em satisfação presentes, ainda que sejam em mui grande número.
Há imagens desse capítulo, visualizadas através do Google - Pesquisa de livros, nas seguintes bíblias: Padre Antonio Pereira de Figueiredo edição de 1828 | Padre João Ferreira A. d’Almeida, edição de 1850 | A bíblia em francês de Isaac-Louis Le Maistre de Sacy, da qual se serviu Allan Kardec na Codificação. Veja também: Hebrew - English Bible — JPS 1917 Edition; La Bible bilingue Hébreu - Français — “Bible du Rabbinat”, selon le texte original de 1899; Parallel Hebrew Old Testament by John Hurt.