6 Job pois respondendo, disse:
2 Oxalá se pesassem numa balança os meus pecados, pelos quais mereci a ira; e a calamidade que padeço.
3 Ver-se-ia que esta era mais pesada que a areia do mar; pelo que as minhas palavras estão também cheias de dor;
4 Porque as setas do Senhor estão em mim cravadas, e a malignidade delas devora o meu espírito, e terrores do Senhor combatem contra mim.
5 Porventura ornejará o asno montês, quando tiver erva? ou mugirá o boi quando tem diante a manjedoura cheia?
6 Ou poderá comer-se a vianda insulsa, que não foi temperada de sal? ou pode alguém gostar o que mata a quem o come?
7 As coisas que antes não queria tocar a minha alma, agora pela aflição são o meu sustento.
8 Quem dera que se cumprisse a minha petição; e que Deus me concedesse o que espero?
9 E aquele que começou, esse mesmo me fizesse em pó; que soltasse a sua mão, e me cortasse pela raiz?
10 E esta seria a minha consolação, que afligindo-me com a dor, não me perdoasse, nem eu contraditaria as palavras do Santo.
11 Pois que fortaleza é a minha para poder sofrer? ou qual o meu fim, para me portar com paciência?
12 Nem a fortaleza das pedras é a minha fortaleza, nem a minha carne é de bronze.
13 Bem vedes que eu não acho socorro em mim, e que até os meus próximos me têm desamparado.
14 Aquele que não tem compaixão de seu amigo, abandona o temor do Senhor.
15 Meus irmãos passaram ao longe de mim, como a torrente que arrebatadamente corre pelos vales.
16 Os que temem a geada, cairá sobre eles neve.
17 No tempo em que forem dissipados, perecerão; e logo que vier o calor, desaparecerão do seu lugar.
18 Embaraçadas são as veredas dos seus passos; andarão sobre o vácuo, e perecerão.
19 Considerai as veredas de Thema, os caminhos de Saba, e esperai um pouco.
20 Eles ficaram confusos, porque esperei; vieram também até perto de mim, e ficaram cobertos de pejo.
21 Agora viestes; e tanto que vistes a minha chaga tivestes medo.
22 Acaso disse-vos eu: Trazei-me, e dai-me dos vossos bens?
23 Ou, livrai-me da mão do inimigo, e tirai-me do poder dos valentes.
24 Ensinai-me, e eu me calarei; e se eu talvez ignorei alguma coisa, instruí-me.
25 Porque murmurastes vós de umas palavras de verdade, não havendo de vós algum que me possa arguir?
26 Compondes discursos somente com o fim de increpar, e proferis palavras ao vento.
27 Arremeteis contra um pupilo, e esforçai-vos por arruinar o vosso amigo.
28 Com tudo isso acabai o que começastes. Aplicai o ouvido, e vede se eu minto.
29 Respondei vos peço sem contenda; e dizendo o que é justo, julgai.
30 E não achareis iniquidade alguma na minha língua, nem na minha boca soará estultícia alguma.
Há imagens desse capítulo, visualizadas através do Google - Pesquisa de livros, nas seguintes bíblias: Padre Antonio Pereira de Figueiredo edição de 1828 | Padre João Ferreira A. d’Almeida, edição de 1850 | A bíblia em francês de Isaac-Louis Le Maistre de Sacy, da qual se serviu Allan Kardec na Codificação. Veja também: Hebrew - English Bible — JPS 1917 Edition; La Bible bilingue Hébreu - Français — “Bible du Rabbinat”, selon le texte original de 1899; Parallel Hebrew Old Testament by John Hurt.