33 Ai de ti, que roubas, porventura não serás também tu roubado? E tu que desprezas, porventura não serás também tu desprezado? Quando acabares de despojar, serás despojado; quando já cansado deixares de desprezar, serás desprezado.
2 Senhor, tem misericórdia de nós; porque nós te esperamos; sê o nosso braço desde a manhã, e a nossa saúde no tempo da tribulação.
3 A voz do anjo fugiram os povos, e à tua exaltação foram dispersas as gentes.
4 E ajuntar-se-ão os vossos despojos como se apanham os gafanhotos, como quando as covas estiverem cheias deles.
5 O Senhor foi engrandecido, porque habitou no alto; ele encheu a Sião de juízo e de justiça.
6 E a fé reinará nos teus tempos; a sabedoria e a ciência serão as riquezas da salvação; o temor do Senhor esse é o seu tesouro.
7 Eis-aí que os que estiverem vendo clamarão de fora, os anjos da paz chorarão amargamente.
8 Foram dissipados os caminhos, cessou o que passava pela vereda, ficou anulado o pacto, ele rejeitou as cidades, não teve em conta os homens.
9 A terra chorou, e desfaleceu; o Líbano foi posto em confusão e num estado de vilipêndio, e Saron se tornou .como um deserto; e Basan e o Carmelo foram sacudidos;
10 Agora me levantarei eu, diz o Senhor; agora serei exaltado, agora serei posto em alto.
11 Vós concebereis ardor, parireis palhas; o vosso espírito como fogo vos devorará.
12 E serão os povos como a cinza, que fica dum incêndio, como espinhos atados num feixe arderão no fogo.
13 Vós os que estais longe, ouvi o que eu fiz, e os que estais vizinhos conhecei a minha fortaleza.
14 Os pecadores foram aterrados em Sião, o medo se assenhoreou dos hipócritas. Qual de vós poderá habitar com o fogo devorante? Qual de vós habitará com os ardores sempiternos?
15 Aquele que anda em justiça, e fala verdade, o que arremessa longe de si a avareza enriquecida pela calúnia, e sacode as suas mãos de todo o presente, o que tapa os seus ouvidos para não ouvir sangue, e fecha os seus olhos para não ver o mal.
16 Este tal habitará nas alturas, virão a ser as fortificações dum castelo roqueiro a sua elevação; deu-se-lhe o pão, as suas águas são fiéis.
17 Os seus olhos verão o rei no seu esplendor, verão a terra de longe.
18 O teu coração meditará o temor. Onde está o letrado? onde o que pesa as palavras da lei? onde o mestre dos pequeninos?
19 Tu não verás um povo impudente, um povo de alta linguagem; de modo que não possa entender a delicadeza da língua dele, no qual não há sabedoria alguma.
20 Olha para Sião, cidade da nossa solenidade; os teus olhos verão a Jerusalém, aquela habitação opulenta, aquele tabernáculo, que não poderá de modo algum ser transportado; nem serão arrancadas as suas estacas por toda a eternidade, nem corda alguma das suas, se quebrará;
21 Porque somente ali é que nosso Senhor se ostenta na sua magnificência; lugar de rios, canais larguíssimos e patentes; não passará por ele baixel [navio pequeno] a remo, nem galé grande de três ordens de remos o atravessará.
22 Porque o Senhor é o nosso juiz, o Senhor o nosso legislador, o Senhor o nosso rei; ele mesmo nos salvará.
23 As tuas enxárcias afrouxaram, e não aguentarão; estará em tal estado o teu mastro, que não possa estender a bandeira. Então se repartirão os despojos de muitas presas; os coxos arrebatarão cada um sua parte daquele saco.
24 E o vizinho não dirá: Eu já cansei. Quanto ao povo que mora para aqueles arredores, será dele tirada a iniquidade.
Há imagens desse capítulo, visualizadas através do Google - Pesquisa de livros, nas seguintes bíblias: Padre Antonio Pereira de Figueiredo edição de 1828 | Padre João Ferreira A. d’Almeida, edição de 1850 | A bíblia em francês de Isaac-Louis Le Maistre de Sacy, da qual se serviu Allan Kardec na Codificação. Veja também: Hebrew - English Bible — JPS 1917 Edition; La Bible bilingue Hébreu - Français — “Bible du Rabbinat”, selon le texte original de 1899; Parallel Hebrew Old Testament by John Hurt.