50 O que vendo José, lançou-se sobre o rosto de seu pai, chorando e beijando-o.
2 E mandou aos médicos, que o serviam, que embalsamassem o corpo de seu pai.
3 Os quais cumprindo com a ordem, que José lhes tinha dado, se passaram quarenta dias, porque este era o costume praticado com os cadáveres embalsamados; e o Egito chorou a Jacob setenta dias.
4 Acabado que foi o tempo do luto, disse José à família de Faraó: Se eu achei graça diante de vós, rogo-vos, que representeis ao rei,
5 Que meu pai me conjurou, dizendo: Tu vês que eu morro; promete-me pois que me hás de sepultar no jazigo, que eu fiz abrir para mim na terra de Canaã. Tenho pois de ir sepultar meu pai, e isto feito voltarei.
6 Faraó lhe disse: Vai e sepulta teu pai como juraste.
7 Partindo ele, o acompanharam todos os anciãos da casa de Faraó, e todos os anciãos da terra do Egito,
8 A casa de José com seus irmãos, à exceção dos pequeninos e dos rebanhos e dos armentios, os quais tinham deixado na terra de Gessen.
9 Teve também José na sua comitiva carruagens, e cavaleiros; e houve um concurso não pequeno.
10 E vieram à Eira de Atad, que está situada além do Jordão, onde celebrando as exéquias com um grande e forte pranto, completaram sete dias.
11 O que tendo visto os habitantes da terra do Canaã, disseram: Grande pranto é este dos egípcios. E por isso se ficou chamando aquele lugar o Pranto do Egito.
12 Cumpriram pois os filhos de Jacob o que ele lhes tinha mandado;
13 E tendo-o levado à terra de Canaã, o sepultaram na cova de dois repartimentos, que Abraão tinha comprado a Efron Hetheu, com o campo, que olha para Mambre, para dela fazer o seu jazigo.
14 Tanto que José sepultou seu pai, tornou a vir para o Egito com seus irmãos, e toda a comitiva.
15 Depois da morte de Jacob, temendo seus irmãos, e falando entre si, disseram: Não se dê caso, que José se lembre agora da injúria que padeceu, e nos faça pagar todo o mal, que lhe fizemos,
16 Mandaram eles pois dizer-lhe: Teu pai antes de morrer ordenou-nos,
17 Que da sua parte te disséssemos: Eu te conjuro, que te esqueças do crime de teus irmãos, e do pecado e da maldade que usaram contra ti; nós te suplicamos também, que perdoes esta iniquidade aos servos do Deus de teu pai. O que ouvido chorou José.
18 E seus irmãos o vieram buscar, e adorando-o prostrados por terra, disseram: Nós somos teus servos.
19 Aos quais ele respondeu: Não tenhais medo; acaso podemos nós resistir à vontade de Deus?
20 Vós intentaste fazer-me mal, mas Deus converteu este mal em bem, para me exaltar a mim, como vós presentemente vedes, e para salvar a muitos povos.
21 Não temais logo; eu vos sustentarei a vós e a vossos filhinhos. E consolou-os, falando-lhes com muita brandura e carinho.
22 Assistiu José no Egito com toda a casa de seu pai e viveu cento e dez anos. E viu os filhos de Efraim até à terceira geração. Os filhos também de Maquir, filho de Manassés, nasceram sobre os joelhos de José.
23 Passado isto, disse a seus irmãos: Deus vos há de visitar depois da minha morte, e vos há de fazer passar desta terra para a que ele jurou que havia de dar a Abraão, a Isaac e a Jacob.
24 E como os obrigasse com juramento e dissesse: Deus vos há de visitar; transportai os meus ossos convosco fora deste lugar,
25 Morreu, tendo completos cento e dez anos. E embalsamado com aromas, foi depositado num caixão no Egito.
Há imagens desse capítulo, visualizadas através do Google - Pesquisa de livros, nas seguintes bíblias: Padre Antonio Pereira de Figueiredo edição de 1828 | Padre João Ferreira A. d’Almeida, edição de 1850 | A bíblia em francês de Isaac-Louis Le Maistre de Sacy, da qual se serviu Allan Kardec na Codificação. Veja também: Hebrew - English Bible — JPS 1917 Edition; La Bible bilingue Hébreu - Français — “Bible du Rabbinat”, selon le texte original de 1899; Parallel Hebrew Old Testament by John Hurt.