5 Não digas nada inconsideradamente, nem o teu coração se apresse a proferir palavras diante de Deus. Porque Deus está no Céu, e tu sobre a terra; portanto sejam poucas as tuas razões.
2 Aos muitos cuidados seguem-se os sonhos, e no muito falar achar-se-á a estultícia.
3 Se fizeste algum voto a Deus, trata de o cumprir logo; porque lhe desagrada a promessa infiel e imprudente; mas cumpre tudo o que tiveres prometido.
4 E muito melhor é não fazer voto algum, do que depois de o fazer não cumprir o prometido.
5 Não dês com a leveza da tua língua ocasião à tua carne de cair em pecado; nem digas diante do anjo: Não há providência. Porque não suceda talvez que Deus, irado contra as tuas palavras, dissipe todas as obras das tuas mãos.
6 Onde há muitos sonhos, há muitas vaidades, e palavras sem número; mas tu, teme a Deus.
7 Se vires a opressão dos pobres, e a violência que reina nos juízes, e que se atropela inteiramente a justiça nalguma província, não te admires deste procedimento; porque o que está alto tem acima de si outro mais alto, e sobre estes há ainda outros mais elevados,
8 E há de mais a mais um rei que impera sobre toda a terra, que lhe está sujeita.
9 O avarento nunca jamais se fartará de dinheiro; e o que ama as riquezas não tirará fruto delas. Logo também isto é vaidade.
10 Onde há muitos bens, há também muitos que os comam. E de que servem eles a quem os possui, senão de ver com seus olhos muitas riquezas?
11 O sono é doce para o trabalhador, ou ele coma pouco, ou muito; porém a fartura do rico é a mesma que o não deixa dormir.
12 Ainda há outra enfermidade bem má, que eu tenho visto debaixo do sol: As riquezas conservadas para mal do seu dono.
13 Porque elas acabam com suma aflição; ele gerou um filho, que se há de ver reduzido à última pobreza.
14 Do modo que ele saiu nu do ventre de sua mãe, assim mesmo há de voltar e não há de levar nada consigo do seu trabalho.
15 Enfermidade é esta de todo o ponto miserável; do modo que veio, assim voltará. De que lhe serve logo ter trabalhado para o vento?
16 Ele todos os dias da sua vida comeu às escuras, e com muitos cuidados, e em miséria e tristeza.
17 Isto é pois o que me pareceu bem, que um coma e beba, e tire com alegria o fruto do seu trabalho, com que ele mesmo se afadigou debaixo do sol durante o prazo dos dias da sua vida, os quais Deus lhe deu, e esta é a sua parte.
18 E para todo o homem, a quem Deus tem dado riquezas, e fazenda, e lhe tem concedido faculdade para que coma delas, e desfrute a sua parte, e viva alegre do seu trabalho; isto para o tal, digo, é um dom de Deus.
19 Porque não se lembrará muito dos dias da sua vida, visto que Deus ocupa de delícias o seu coração.
Há imagens desse capítulo, visualizadas através do Google - Pesquisa de livros, nas seguintes bíblias: Padre Antonio Pereira de Figueiredo edição de 1828 | Padre João Ferreira A. d’Almeida, edição de 1850 | A bíblia em francês de Isaac-Louis Le Maistre de Sacy, da qual se serviu Allan Kardec na Codificação. Veja também: Hebrew - English Bible — JPS 1917 Edition; La Bible bilingue Hébreu - Français — “Bible du Rabbinat”, selon le texte original de 1899; Parallel Hebrew Old Testament by John Hurt.