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Livro de Obadias


TEMAS CORRELATOS: Antigo Testamento. | Obadias.

O livro de Obadias é o quarto dos profetas menores. Consiste num capítulo solitário, e prediz a destruição de Edom (1-9) e a razão dele, a saber, é a desairosa atitude de Edom para com os filhos de Jacob (10,11), adverte-o consequentemente, a não exultar sobre a angústia dos filhos de Judá (12-16), e prediz a libertação e ampliação de Israel (17-21). Toda sua profecia retira seu incentivo e força da grande verdade, claramente discernida por outros homens santos de Deus, assim como por Obadias, que o dia de Jeová se aproxima para todas as nações (15) para a destruição de todo inimigo, nativo e estrangeiro, do regime divino na Terra; cujo reino será de Jeová (21; cp. Is 2.12,17,20,21; 10.12-19; Jl 3.12-21; Am 5.18; 9.8-15; Mq 4.11-13). Muita incerteza existe sobre a data da profecia.


I. Ela é geralmente atribuída ao período caldeu, quando Jerusalém esteve alternadamente sujeito ao rei do Egito e ao rei de Babilônia, e capturada finalmente por Nabucodonosor em 587 A. C., destruindo-a completamente, e levando seus habitantes em cativeiro. Esta visão é baseada na descrição da calamidade de Judá (10.15), e o fato é devido a que Edom deu sua condolência para a Babilônia nesta crise (Sl 137.7) e os profetas do tempo denunciaram  severamente Edom (Jr 49.7-22; Ez 25.12-14; cap. 35).


II. A profecia pode, no entanto, ser muito mais antiga: 1. Nenhuma insinuação é feita às notáveis características da queda de Jerusalém, ao incêndio do templo, à destruição dos muros, e à aniquilação da cidade. 2. A relação dos versículos 1-9 com Jeremias 49.7-22. Geralmente se concebe que a unidade de pensamento de Obadias e a natureza geral da semelhança entre as duas passagens indicam uma dependência de Jeremias a Obadias. 3. A atitude hostil de Edom era de longa data (Ez 35.5), e o sentimento contra Edom nas disposições de Obadias foi manifestado por Amós a mais que um século antes da invasão dos caldeus (Am 1.6,9,11,12; 9.12; cp. Jl 3.19). 4. Condições históricas particulares, que são pressupostas pelo profeta, já existiam no reinado de Amazias. Jerusalém tinha sido saqueada pelos egípcios no tempo de Roboão (1Rs 14. 25, 26), por árabes e filisteus no reino de Jorão (2 Cr 21.16,17; cp. Am 1.6); e no reinado de Amazias, que abateu os Edomitas, o rei de Israel entrou em Jerusalém, quebrou o muro do norte da cidade, pilhou o templo e o palácio, e levou reféns (2 Rs 14.14,17; 2 Cr 25.11,12, 23, 24). Estes acontecimentos podem bem terem trazido à tona essas manifestações desairosas de Edom, que Obadias reprova. Neste caso a profecia dataria de aproximadamente 791 A. C, pré-datando Joel (cp. Ob 17 e Jl 2.32. Veja Joel); mas se for assim, sua posição depois de Joel é uma alteração à ordem cronológica prevalecente dos profetas menores.


III. O livro pode, porém, estar aproximadamente no lugar cronológico adequado, e consequentemente datar do tempo de Acaz. Grandes calamidades ocorreram a Judá no reino de Acaz: o rei de Damasco arrancou violentamente Edom de Judá, o rei de Israel arrombou os portões de Jerusalém, os filisteus  tomaram as cidades da planície, e Acaz despojou o templo de seus tesouros para comprar a ajuda do rei da Assíria, homenageando a este estrangeiro, e fazendo de Judá um estado vassalo, israelitas também foram levados em cativeiro (Ob 20; Am 1.6,9; cp. 1 Cr 5.26); então os edomitas fizeram violência a seu irmão Jacob, abstendo-se de estender-lhe ajuda, tornando-se como um dos inimigos de Judá (2 Cr 28.17; 2 Rs 16.6; Ob 10,11) O ano 731 A. C. ou ligeiramente mais cedo, no reinado de Acaz, quando Judá foi  tão profundamente humilhado, demonstrou ser apropriado para Obadias dirigir suas profecias contra os edomitas, repreendendo-os por sua indiferença às adversidades de Judá e por sua hostilidade aberta passadas e presentes, advertindo-os para não se regozijarem com a presente angústia de Judá, porquanto seu tempo de castigo se aproximava.  †  — (Dicionário da Bíblia de John D. Davis©


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