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ESDE — Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita — Programa Fundamental

Módulo II — A Codificação Espírita

Roteiro 3


Metodologia e critérios utilizados na Codificação Espírita


Objetivo Geral: Favorecer a compreensão do surgimento da Doutrina Espírita e da missão de Allan Kardec.

Objetivos Específicos: Justificar a importância da aplicação do método experimental para a elaboração da Doutrina Espírita. — Explicar por que a generalidade e a concordância se constituem na garantia dos ensinos dos Espíritos.



CONTEÚDO BÁSICO


  • O Espiritismo e a Ciência se completam reciprocamente. A Ciência, sem o Espiritismo, se acha na impossibilidade de explicar certos fenômenos só pelas leis da matéria; ao Espiritismo, sem a Ciência, faltariam apoio e comprovação. Allan Kardec: A Gênese. Capítulo 1, item 16.

  •  Como meio de elaboração, o Espiritismo procede exatamente da mesma forma que as ciências positivas, aplicando o método experimental. […] Não estabeleceu nenhuma teoria preconcebida; assim, não apresentou como hipóteses a existência e a intervenção dos Espíritos, nem o perispírito, nem a reencarnação, nem qualquer dos princípios da doutrina; concluiu pela existência dos Espíritos, quando essa existência ressaltou evidente da observação dos fatos, procedendo de igual maneira quanto aos outros princípios. […] As ciências só fizeram progressos importantes depois que seus estudos se basearam sobre o método experimental; até então, acreditou-se que esse método também só era aplicável à matéria, ao passo que o é também às coisas metafísicas. Allan Kardec: A Gênese. Capítulo 1, item 14.

  • Uma só garantia séria existe para o ensino dos Espíritos: a concordância que haja entre as revelações que eles façam espontaneamente, servindo-se de grande número de médiuns estranhos uns aos outros e em vários lugares. Allan Kardec: O Evangelho segundo o Espiritismo. Introdução. Item 2.

  • Essa coletividade concordante da opinião dos Espíritos, passada, ao demais, pelo critério da lógica, é que constitui a força da doutrina espírita e lhe assegura a perpetuidade. Para que ela mudasse, fora mister que a universalidade dos Espíritos mudasse de opinião e viesse um dia dizer o contrário do que antes o dissera. Allan Kardec: A Gênese. Introdução.




SUGESTÕES DIDÁTICAS


Introdução:

  • Iniciar a aula escrevendo no quadro-de-giz / quadro branco a seguinte pergunta: Pelo fato de ter a Doutrina Espírita aspecto científico, pode-se deduzir que Allan Kardec seja um cientista?

  • Propor aos alunos — utilizando a técnica explosão de ideias — que respondam à questão, justificando a resposta. Destinar cinco minutos para essa atividade.

  • Esgotado o tempo, expor o conteúdo do primeiro parágrafo dos subsídios, ressaltando as condições indispensáveis ao espírito científico, atribuídas a Kardec.


Desenvolvimento:

  • A seguir, pedir à turma que leia silenciosa e atentamente os subsídios do roteiro (10 minutos).

  • Finda a leitura, afixar em lugar visível a todos um cartaz contendo a síntese do conteúdo do item 1 dos subsídios (Ver anexo 2). Dar tempo necessário para que os alunos leiam a síntese. Em sequência, expor o assunto correspondente, esclarecendo possíveis dúvidas. Dar continuidade à aula, agindo como no passo anterior, conforme orientação a seguir: afixar, ao lado do primeiro cartaz, um segundo, contendo a síntese do conteúdo do item 2; dar tempo para a leitura; expor o assunto correspondente e esclarecer possíveis dúvidas. Agir de igual modo quanto aos terceiro e quarto cartazes, de forma que todos os itens sejam explanados.

  • Em sequência, dividir a turma em quatro grupos para a realização das tarefas que seguem:

    Grupo I: Explicar as palavras de Kardec, com respeito ao método experimental por ele utilizado: Não foram os fatos que vieram a posteriori confirmar a teoria: a teoria é que veio subsequentemente explicar e resumir os fatos. (Veja item 2 dos subsídios)

    Grupo II: Responder à pergunta: Por que foi importante, para a elaboração da Doutrina Espírita, a aplicação do método experimental?

    Grupo III: Explicar por que a generalidade e a concordância se constituem na garantia dos ensinos dos Espíritos.

  • Proceder à apresentação dos resultados do estudo em grupo, prestando esclarecimentos cabíveis.

  • Fazer a integração do assunto, com base nos cartazes que estão afixados, dispostos em ordem, formando um mural.


Conclusão:

  • Encerrar a aula enfatizando a importância da aplicação do método experimental, na investigação e comprovação do fato mediúnico, e da adoção dos critérios de generalidade e concordância dos ensinos dos Espíritos na elaboração da Doutrina Espírita.


Avaliação:

  • O estudo será considerado satisfatório, se os alunos realizarem, de forma correta, o trabalho em grupo.


Técnica(s):

  • Explosão de ideias; exposição; leitura silenciosa; trabalho em grupo.


Recurso(s):

  • Subsídios do roteiro; orientação para o trabalho em grupo; quadro-de-giz / quadro branco; cartazes; mural; lápis / caneta; papel.



 

SUBSÍDIOS


Allan Kardec, como se sabe, não era um cientista no sentido profissional, de especialista neste ou naquele ramo da Ciência, mas tinha cultura científica, espírito científico. A propósito deste assunto, o escritor e jornalista espírita Deolindo Amorim, num de seus artigos dedicados ao Codificador, assim se expressa: Allan Kardec revela-se, em tudo por tudo, um homem de espírito científico pela sua própria natureza… Todas as condições indispensáveis ao espírito científico nele estão, sem tirar nem pôr, como diz o jargão habitual: em primeiro lugar, a serenidade com que encarou os fatos mediúnicos, com equilíbrio imperturbável, sem negar nem afirmar aprioristicamente; em segundo lugar, o domínio próprio a fim de não se entusiasmar com os primeiros resultados; em terceiro lugar, o cuidado na seleção das comunicações; em quarto lugar, a prudência nas declarações, sempre com a preocupação de evitar divulgação precipitada de fatos ainda não de todo examinados e comprovados; em quinto lugar, finalmente, a humildade, que é também uma condição do espírito científico, interessado na procura da verdade, antes e acima de tudo. (12) E foi esse espírito científico que o secundou, todo o tempo, no cumprimento da sua missão de Codificador da Doutrina Espírita.


1. O Espiritismo e a Ciência

1.1 Espiritismo e Ciência se completam

Espírito e matéria, de acordo com a Doutrina Espírita, são duas constantes da realidade universal. Assim, Espiritismo e Ciência não são forças antagônicas, mas, ao contrário, completam-se reciprocamente, segundo o pensamento de Kardec, expresso em A Gênese: Assim como a Ciência propriamente dita tem por objeto o estudo das leis do princípio material, o objeto especial do Espiritismo é o conhecimento das leis do princípio espiritual. Ora, como este último princípio é uma das forças da Natureza, a reagir incessantemente sobre o princípio material e reciprocamente, segue-se que o conhecimento de um não pode estar completo sem o conhecimento do outro. O Espiritismo e a Ciência se completam reciprocamente; a Ciência, sem o Espiritismo, se acha na impossibilidade de explicar certos fenômenos só pelas leis da matéria; ao Espiritismo, sem a Ciência, faltariam apoio e comprovação, O estudo das leis da matéria tinha que preceder o da espiritualidade, porque a matéria é que primeiro fere os sentidos. Se o Espiritismo tivesse vindo antes das descobertas científicas, teria abortado, como tudo quanto surge antes do tempo. (9)


1.2 O Espiritismo não é da alçada da Ciência

O fato de a Ciência oferecer ao Espiritismo apoio e confirmação não garante, no entanto, àquela a competência para se pronunciar em questão de Doutrina Espírita. Eis os argumentos apresentados pelo Codificador, com respeito a este assunto.

As ciências ordinárias assentam nas propriedades da matéria, que se pode experimentar e manipular livremente; os fenômenos espíritas repousam na ação de inteligências dotadas de vontade própria e que nos provam a cada instante não se acharem subordinadas aos nossos caprichos. As observações não podem, portanto, ser feitas da mesma forma; requerem condições especiais e outro ponto de partida. Querer submetê-las aos processos comuns de investigação é estabelecer analogias que não existem. A Ciência, propriamente dita, é, pois, como ciência, incompetente para se pronunciar na questão do Espiritismo: não tem que se ocupar com isso e qualquer que seja o seu julgamento, favorável ou não, nenhum peso poderá ter. (10)

É importante considerar-se que, ao referir-se às ciências ordinárias, Kardec fazia alusão às ciências positivas, classificadas por Augusto Comte em: Matemática, Astronomia, Física, Química, Biologia e Sociologia.


2. O método de investigação científica dos fenômenos espíritas

O método adotado por Allan Kardec na investigação e comprovação do fato mediúnico — instrumento comprobatório da existência e comunicabilidade do Espírito — é o experimental, aplicado às ciências positivas, fundamentado na observação, comparação, análise sistemática e conclusão. São suas palavras: Como meio de elaboração, o Espiritismo procede exatamente da mesma forma que as ciências positivas, aplicando o método experimental. Fatos novos se apresentam, que não podem ser explicados pelas leis conhecidas; ele os observa, compara, analisa e, remontando dos efeitos às causas, chega à lei que os rege; depois, deduz-lhes as consequências e busca as aplicações úteis. Não estabeleceu nenhuma teoria preconcebida; assim, não apresentou como hipóteses a existência e a intervenção dos Espíritos, nem o perispírito, nem a reencarnação, nem qualquer dos princípios da doutrina; concluiu pela existência dos Espíritos, quando essa existência ressaltou evidente da observação dos fatos, procedendo de igual maneira quanto aos outros princípios. Não foram os fatos que vieram a posteriori confirmar a teoria: a teoria é que veio subsequentemente explicar e resumir os fatos. É, pois, rigorosamente exato dizer se que o Espiritismo é uma ciência de observação e não produto da imaginação. As ciências só fizeram progressos importantes depois que seus estudos se basearam sobre o método experimental; até então, acreditou-se que esse método também só era aplicável à matéria, ao passo que o é também às coisas metafísicas. (8) Apliquei a essa nova ciência, como o fizera até então, o método experimental; nunca elaborei teorias preconcebidas; observava cuidadosamente, comparava, deduzia consequências; dos efeitos procurava remontar às causas, por dedução e pelo encadeamento lógico dos fatos, não admitindo por válida uma explicação, senão quando resolvia todas as dificuldades da questão. (11)


3. O Espiritismo e a lógica indutiva

Na indução científica, (v. método indutivo, anexo) chega-se à generalização pela análise das partes. Esse tipo de lógica exige observações repetidas de uma experiência ou de um acontecimento. Da observação de muitos exemplos diferentes [partes] os cientistas podem tirar uma conclusão geral. (13) Foi assim que procedeu Kardec em relação à Doutrina Espírita, colocando-a confortavelmente entre as demais ciências.


A respeito do caminho das induções — percorrido pela Doutrina Espírita — , Herculano Pires, em seu livro O Espírito e o Tempo, infere que é a partir da observação dos fatos positivos que o Espiritismo chega às realidades extrafísicas. (15) Em A Gênese, diz-nos o Codificador: Não foram os fatos que vieram a posteriori confirmara teoria: a teoria é que veio subsequentemente explicar e resumir os fatos. (8) Fica, assim, a estrutura lógica do Espiritismo caracterizada como de natureza indutiva. (14)

No entanto, o processo dedutivo (v. método dedutivo, anexo) está igualmente consagrado na Doutrina Espírita, (14) já que o método científico exige que se combinem indução e dedução. São palavras de Kardec: nunca elaborei teorias preconcebidas; observava cuidadosamente, comparava, deduzia consequências; dos efeitos procurava remontar às causas, por dedução e pelo encadeamento lógico dos fatos, não admitindo por válida uma explicação, senão quando resolvia todas as dificuldades da questão. (11) As ideias do homem estão na razão do que sabe; como todas as descobertas importantes, a da constituição dos mundos [por exemplo] deveria imprimir lhes outro curso; sob a influência desses conhecimentos novos, as crenças se modificaram; o Céu foi deslocado e a região estelar, sendo ilimitada, não mais lhe pode servir. Onde está ele, pois? E ante esta questão emudecem todas as religiões. O Espiritismo vem resolvê-la demonstrando o verdadeiro destino do homem. Tomando-se por base a natureza deste último e os atributos divinos, chega-se a uma conclusão; isto quer dizer que partindo do conhecido atinge-se o desconhecido por uma dedução lógica, sem falar das observações diretas que o Espiritismo faculta. (1)


4. O controle universal dos ensinos dos Espíritos

Dois importantes critérios, igualmente tomados à metodologia científica, foram adotados por Kardec na difícil tarefa de reunir informações para a elaboração da Doutrina Espírita: a generalidade (ou universalidade) e a concordância dos ensinos dos Espíritos. Esses critérios, com o suporte do uso da razão, do bom senso e da lógica rigorosa emprestam à Doutrina Espírita força e autoridade, como podemos constatar na introdução de O Evangelho segundo o Espiritismo: Quis Deus que a nova revelação chegasse aos homens por mais rápido caminho e mais autêntico. Incumbiu, pois, os Espíritos de levá-la de um pólo a outro, manifestando-se por toda a parte, sem conferir a ninguém o privilégio de lhes ouvir a palavra. Um homem pode ser ludibriado, pode enganar se a si mesmo; já não será assim, quando milhões de criaturas veem e ouvem a mesma coisa. Constitui isso uma garantia para cada um e para todos. Ao demais, pode fazer se que desapareça um homem; mas não se pode fazer que desapareçam as coletividades; podem queimar se os livros, mas não se podem queimar os Espíritos. Ora, queimassem-se todos os livros e a fonte da doutrina não deixaria de conservar se inexaurível, pela razão mesma de não estar na Terra, de surgir em todos os lugares e de poderem todos dessedentar se nela. (2) Não será à opinião de um homem que se aliarão os outros, mas à voz unânime dos Espíritos; não será um homem, nem nós, nem qualquer outro que fundará a ortodoxia espírita; tampouco será um Espírito que se venha impor a quem quer que seja: será a universalidade dos Espíritos que se comunicam em toda a Terra, por ordem de Deus. Esse o caráter essencial da Doutrina Espírita; essa a sua força, a sua autoridade. Quis Deus que a sua lei assentasse em base inamovível e por isso não lhe deu por fundamento a cabeça frágil de um só. (6) O primeiro exame comprobativo [das mensagens dos Espíritos] é, pois, sem contradita, o da razão, ao qual cumpre se submeta, sem exceção, tudo o que venha dos Espíritos. Toda teoria em manifesta contradição com o bom senso, com uma lógica rigorosa e com os dados positivos já adquiridos, deve ser rejeitada; por mais respeitável que seja o nome que traga como assinatura. Incompleto, porém, ficará esse exame em muitas casos, por efeito da falta de luzes de certas pessoas e das tendências de não poucas a tomar as próprias opiniões como juízes únicos da verdade. Assim sendo, que hão de fazer aqueles que não depositam confiança absoluta em si mesmos? Buscar o parecer da maioria e tomar por guia a opinião desta. De tal modo é que se deve proceder em face do que digam os Espíritos, que são os primeiros a nos fornecer os meios de consegui-lo. (3) Uma só garantia séria existe para o ensino dos Espíritos: a concordância que haja entre as revelações que eles façam espontaneamente, servindo-se de grande número de médiuns estranhos uns aos outros e em vários lugares. (4)

Essa [concordância] a base em que nos apoiar-nos, quando formulamos um princípio da doutrina. Não é porque esteja de acordo com as nossas ideias que o temos por verdadeiro. Não nos arvoramos, absolutamente, em árbitro supremo da verdade e a ninguém dizemos: “Crede em tal coisa, porque somos nós que vo-lo dizemos.” A nossa opinião não passa, aos nossos próprios olhos, de uma opinião pessoal, que pode ser verdadeira ou falsa, visto não nos considerarmos mais infalível do que qualquer outro. Também não é porque um princípio nos foi ensinado que, para nós, ele exprime a verdade, mas porque recebeu a sanção da concordância.

Na posição em que nos encontramos, a receber comunicações de perto de mil centros espíritas sérios, disseminados pelos mais diversos pontos da Terra, achamo-nos em condições de observar sobre que princípio se estabelece a concordância. Essa observação é que nas tem guiado até hoje e é a que nos guiará em novos campos que o Espiritismo terá de explorar. Porque, estudando atentamente as comunicações vindas tanto da França como do estrangeiro, reconhecemos, pela natureza toda especial das revelações, que ele tende a entrar por um novo caminho e que lhe chegou o momento de dar um passo para diante. Essas revelações, feitas muitas vezes com palavras veladas, hão frequentemente passado despercebidas a muitos dos que as obtiveram. Outros julgaram-se os únicos a possuí-las. Tomadas insuladamente, elas, para nós, nenhum valor teriam; somente a coincidência lhes imprime gravidade. Depois, chegado o momento de serem entregues à publicidade, cada um se lembrará de haver obtido instruções no mesmo sentido. Esse movimento geral, que observamos e estudamos, com a assistência dos nossos guias espirituais, é que nos auxilia a julgar da oportunidade de fazermos ou não alguma coisa.

Essa verificação universal constitui uma garantia para a unidade futura do Espiritismo e anulará todas as teorias contraditórias. Aí é que, no porvir, se encontrará o critério da verdade. O que deu lugar ao êxito da doutrina exposta em O Livro dos Espíritos e em O Livro dos Médiuns foi que em toda a parte todos receberam diretamente dos Espíritos a confirmação do que esses livros contêm. (5)

Retomando, em A Gênese, esse assunto, Kardec assim se expressa: Generalidade e concordância no ensino, esse o caráter essencial da doutrina, a condição mesma da sua existência, donde resulta que todo princípio que ainda não haja recebido a consagração do controle da generalidade não pode ser considerado parte integrante dessa mesma doutrina. Será uma simples opinião isolada, da qual não pode o Espiritismo assumir a responsabilidade. Essa coletividade concordante da opinião dos Espíritos, passada, ao demais, pelo critério da lógica, é que constitui a força da doutrina espírita e lhe assegura a perpetuidade. Para que ela mudasse, fora mister que a universalidade dos Espíritos mudasse de opinião e viesse um dia dizer o contrário do que dissera. Pois que ela tem sua fonte de origem no ensino dos Espíritos, para que sucumbisse seria necessário que os Espíritos deixassem de existir. É também o que fará que prevaleça sobre todos os sistemas pessoais, cujas raízes não se encontram por toda parte, como com ela se dá. (7)



 

ANEXO I


“A Experimentação Científica (16) é um método empregado para testar ideias e descobrir os fatos sobre qualquer coisa que um cientista possa controlar e observar. Os cientistas utilizam-no para estudar os seres vivos ou brutos, em vários campos das ciências físicas e da vida. […] Qualquer experimento científico válido deve ser capaz de ser repetido, não só pelo pesquisador original, mas por outros cientistas. Se eles concordam com as conclusões, atribui-se ao pesquisador original o crédito de ter feito uma importante descoberta.”


Método dedutivo (17) é o processo de raciocínio pelo qual tiramos conclusões por inferência lógica de premissas dadas. Se começamos aceitando as proposições “Todos os gregos têm barba” e “Zenão é grego”, podemos concluir validamente que “Zenão tem barba”. Referimo-nos às conclusões do raciocínio dedutivo como válidas, ao invés de verdadeiras, porque precisamos distinguir claramente entre aquilo que se depreende logicamente de outras afirmações e aquilo que efetivamente é. As premissas iniciais podem ser artigos de fé ou suposições. Antes de podermos considerar as conclusões tiradas dessas premissas como válidas, precisamos demonstrar que elas são coerentes entre si e com a premissa original. A matemática e a lógica são exemplos de disciplinas que utilizam muito o método dedutivo. O método científico exige uma combinação de dedução e indução.”


Método indutivo (17) é o processo de raciocínio pelo qual de uma experiência particular se passa a generalizações. Pode-se começar com “Todas as maçãs que comi são doces”. A partir dessa constatação, conclui-se que “As maçãs são doces”. Mas a maçã seguinte pode não ser doce. O método indutivo leva a probabilidades, não a certezas. É a base do senso comum segundo o qual uma pessoa age. É também empregado na descoberta científica. Os cientistas utilizam a indução e a dedução. Na dedução, o cientista começa com generalizações. Ele deduz afirmativas particulares a partir delas. Pode testar suas suposições pela experimentação, confirmá-las, revisá-las ou rejeitar suas generalizações originais. Usando apenas a dedução, o homem ignora a experiência. Empregando apenas a indução, ignora as relações entre os fatos. Pela combinação destes métodos, a ciência estabelece uma união entre a teoria e a prática.”



 

ANEXO II

Sugestões de sínteses para os cartazes

1. Espírito e matéria, segundo o Espiritismo, são duas constantes da realidade universal. Assim, Espiritismo e Ciência se completam reciprocamente. A Ciência, no entanto, é “incompetente para se pronunciar na questão do Espiritismo”.


2. O método adotado por Kardec na investigação e comprovação do fato mediúnico é o experimental, aplicado às ciências positivas, fundamentado na observação, comparação, análise sistemática e conclusão.


3. A estrutura lógica do Espiritismo é de natureza indutiva, pois é a partir das observações dos fatos positivos que ele chega à realidade extrafísica. No entanto, o processo dedutivo está também consagrado na Doutrina Espírita.


4. Dois importantes critérios científicos foram adotados por Kardec, na tarefa de reunir informações para e elaboração da Doutrina Espírita: a generalidade (universalidade) e a concordância dos ensinos dos Espíritos.



Referências Bibliográficas:

1. KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno. Tradução de Manuel Justiniano Quintão. 58. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. 1ª parte. Capítulo 3, item 4, p. 29.

2. Idem - O Evangelho segundo o Espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro. 124. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Introdução, p. 29.

3. Idem, ibidem - p. 30-31.

4. Idem, ibidem - p. 31.

5. Ide, ibidem - p. 32-33.

6. Idem, ibidem - p. 35.

7. Idem - A Gênese. Tradução de Guillon Ribeiro. 48. ed. Rio de Janeiro: FEB,  2005. Introdução, p. 11.

8. Idem - Capítulo I, item 14, p. 20.

9. Idem - Item 16, p. 21.

10. Idem - O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 86. ed. Rio de Janeiro:  FEB, 2005. Introdução, p. 28-29.

11. Idem - Obras Póstumas. Tradução de Guillon Ribeiro. 38. ed. Rio de Janeiro:  FEB, 2005. Segunda parte. (A minha primeira iniciação no Espiritismo), p.  268.

12. AMORIM, Deolindo. Análises Espíritas. Compilação de Celso Martins. 2. ed. Rio  de Janeiro: FEB, 1995. (Allan Kardec e o espírito científico), p. 133-134.

13. ENCICLOPÉDIA DELTA UNIVERSAL. Ria de Janeiro: Editora Delta S.A., 1980,  vol. 4, p. 2043.

14. PIRES, J. Herculano. O Espírito e o Tempo. 7. ed. Sobradinho: EDICEL, 1995.  3ª Parte. Capítulo 1 (O triângulo de Emmanuel), p. 136.

15. Idem - Capítulo 2 (A Ciência admirável), p. 139.

16. Enciclopédia Delta Universal, vol. 6, p. 3154.

17. Idem - vol. 10, p. 5257.


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