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EPM — Estudo e Prática da Mediunidade

PROGRAMA I — MÓDULO DE ESTUDO Nº VI
FUNDAMENTAÇÃO ESPÍRITA — A VIDA NO MUNDO ESPIRITUAL

Roteiro 4


As comunidades espirituais devotadas ao bem


Objetivos específicos: Dar as principais características das comunidades espirituais devotadas ao bem, existentes no além-túmulo. — Destacar o trabalho dos benfeitores espirituais em prol dos sofredores.



SUBSÍDIOS


O Espírito São Luís, na questão 1019 de O Livro dos Espíritos nos diz: […] Predita foi a transformação da Humanidade e vos avizinhais do momento em que se dará, momento cuja chegada apressam todos os homens que auxiliam o progresso. Essa transformação se verificará por meio da encarnação de Espíritos melhores, que constituirão na Terra, uma geração nova. (1)

O progresso da Humanidade tem seu princípio na aplicação da lei de justiça, de amor e de caridade, lei que se funda na certeza do futuro. […] Dessa lei derivam todas as outras, porque ela encerra todas as condições da felicidade do homem. Só ela pode curar as chagas da sociedade. (2)


1. AS ESFERAS ESPIRITUAIS


Muitos comunicantes da Vida Espiritual têm afirmado em diversos países, que o Plano imediato à residência dos homens jaz subdividido em várias Esferas. Assim é com efeito, não só do ponto de vista do espaço, mas sim sob o prisma de condições, qual ocorre no globo de matéria mais densa, cujo dorso o homem pisa orgulhosamente. (20)

Uma explicação se faz necessária a essa informação do Espírito André Luiz.

Quando os Espíritos nos informam que o mundo espiritual é formado de Esferas, a ideia que primeiramente captamos é a de que a Espiritualidade é constituída por camadas dispostas verticalmente, ou seja, da superfície da Terra elevando-se para a Atmosfera como se fosse um empilhamento de planos.

Todavia, esclarece André Luiz que essas Esferas realmente existem, mas no mesmo plano horizontal, ou, pelo menos, podendo ser no mesmo nível, variando apenas as condições de vida de um núcleo para o outro. Ficamos, dessa forma, com a ideia de que podemos comparar as várias Esferas espirituais à maneira como estão organizadas nossas cidades, num mesmo plano e não umas sobre as outras. O que vai variar é o tipo de vida em cada núcleo. (3)

Para justificar suas afirmativas, o autor espiritual faz uma comparação com a Terra. […] a crosta terrestre, na maior parte dos elementos que a constituem, é sólida, mas conservando, aqui e ali, vastas cavidades repletas de líquido quente ou de material plástico. Guarda o orbe grande núcleo no seio, e que podemos considerar como sendo plasmado num aço de níquel natural, revestido por grossa camada de rocha basáltica, medindo dois mil quilômetros, aproximadamente, de raio, no tope da qual, ali e acolá, surgem finas superfícies de rocha granítica, entre as quais a face basáltica está recoberta de água. Mais ou menos nessa superfície, reside a zona mais apropriada para indicar o limite do solo que é, consequentemente, o leito do oceano. Temos, desse modo, os continentes do mundo, como ligeira película, com a propriedade de flutuar, à maneira de barcaças imensas, sobre o maciço basáltico, película essa que mantém a espessura de cinquenta quilômetros em média. (20)

Muitas são as atividades encontradas no ar, nas águas e nos continentes.

Encontramos, assim, na constituição material do planeta, desde a barisfera à ionosfera, múltiplos círculos de força e atividade da Terra, na água e no ar, tanto quanto nos continentes identificamos as esferas de civilização e nas civilizações, as esferas de classe, a se totalizarem numa só faixa do espaço. (3)

O grande vidente sueco do passado, Swedenborg, nos informa que […] o outro mundo, para onde vamos após a morte, consiste de várias esferas, representando outros tantos graus de luminosidade e de felicidade; cada um de nós irá para aquela a que se adapta a nossa condição espiritual. (4)

Arthur Conan Doyle entendia que, do outro lado da vida, os Espíritos estariam situados em três níveis, segundo o grau evolutivo de cada um. Há os que se acham presos à Terra e que trocaram os seus corpos mortais por corpos etéricos, mas que são mantidos na superfície deste mundo, ou próximos dela, pela grosseria de sua natureza ou pela intensidade de seu interesse mundano. Tão áspera deve ser a contextura de sua forma extraterrena, que devem ser reconhecidos mesmo por aqueles que não possuem o dom especial da clarividência. Nessa infeliz classe errante está a explicação de todos aqueles fantasmas, espectros e aparições, as casas s assombradas que têm chamado a atenção da Humanidade em todas as épocas. (5)

Estes Espíritos nem conseguem perceber que estão desencarnados, uma vez que se mantêm presos a pessoas, objetos e locais situados no Plano físico. Em consequência, participam ativamente da vida cotidiana dos encarnados, produzindo distúrbios e perturbações variáveis segundo os tipos e graus que os caracterizam.

Essa situação, entretanto, não é permanente. […] Os (Espíritos) que não fizeram um esforço ascensional, entretanto, ficarão aí indefinidamente, enquanto outros que dão ouvidos ao ensino dos Espíritos auxiliadores, […] aprendem a lutar para subir a zonas mais brilhantes. (5)

O segundo nível, ou Esfera de vida dos desencarnados, seria representado pela que Doyle denomina de o além normal. (7)

São localidades onde o ar, as casas, o meio ambiente, as ocupações, o céu seriam uma sublimada e etérea reprodução da Terra e da vida terrena, em condições melhores e mais elevadas. […] No além normal há, de fato, uma sociedade muito complexa, na qual cada um encontra o trabalho a que mais se adapta e que lhe causa maior satisfação. (7)

 O terceiro nível, apesar de não estar claramente especificado pelo autor do livro, foi descrito por um Espírito, em uma reunião familiar, como um Plano em que a felicidade, a beleza, a paz são características básicas. Ninguém se aborrece, porque todos são muito felizes. (8)

O Espírito André Luiz fornece-nos detalhes preciosos nos seus relatos a respeito das comunidades espirituais e dos seus habitantes.

Informa-nos que as comunidades devotadas à prática do bem não estão, necessariamente, situadas em Planos ou regiões mais elevadas. Muitas delas estão encravadas em regiões de sombras e de dor, representando verdadeiros oásis para o viajor cansado e perdido nessas paragens.

Essas comunidades, genericamente denominadas Postos de Auxílio, são pequenos agrupamentos de Espíritos, normalmente vinculados a uma colônia situada em Planos mais elevados, de onde recebem instruções, orientações e cuidados, recebendo trabalhadores que ali estagiam em tarefas de devotamento, sacrifício e amor ao próximo.

Uma dessas colônias chama-se Nosso Lar. É de mediana evolução, visto que seus habitantes, ainda que vinculados ao bem, são portadores de imperfeições. Nosso Lar está situado no limite superior do Umbral, abaixo das regiões evoluídas. É uma colônia de transição.


2. AS COLÔNIAS E OS NÚCLEOS ESPIRITUAIS DEVOTADOS AO BEM


2.1 Características gerais


a) Organizacionais:

  • As pessoas estão reunidas em grupos ou em famílias, ligadas entre si por simpatias mútuas ou interesses comuns;

  • Há hierarquização de poder ou níveis de autoridade, assim estabelecidos por uma ascendência intelecto-moral;

  • É uma sociedade heterogênea em níveis de saber e de moralidade, a partir de um patamar mínimo onde as atividades, os estudos, os trabalhos as atividades estão comprometidos com o bem.

b) Dos seus habitantes:

  • Prática do bem em qualquer atividade;

  • Labor intenso;

  • Livre trânsito às Esferas inferiores e aos limites da colônia;

  • Locomoção por levitação ou motora (pernas e pés). Há locomoção por meio de veículos ou máquinas;

  • Há comunicação mental, mas ainda se utiliza a palavra articulada.

  • Influência sutil sobre os encarnados, havendo a preocupação de se respeitar o livre-arbítrio destes.

c) Do ambiente:

  • A natureza é rica e bela, contendo colorido e luminosidade próprios;

  • Há rios, lagos, oceanos, cascatas d’água, montanhas, campos, planícies;

  • Árvores, plantas, flores, arbustos retratam o equilíbrio mental dos seus habitantes;

  • As edificações primam pelo bom gosto e utilidade;

  • Há escolas, hospitais, ministérios, centros de estudos e pesquisa, bibliotecas, bem como torres, setores de recuperação ou de reequilíbrio (sobretudo nos postos de auxílio), templos religiosos, setores de lazer e recreação etc.

  • Os animais compartilham a companhia dos humanos, sendo por estes estimados, e participam das tarefas beneméritas de, por exemplo, resgate, vigilância etc.

2.2 Exemplos de colônias espirituais


Nosso Lar


Fonte: Livro Nosso Lar, ditado pelo Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, edição FEB. Nas demais obras da série André Luiz, há referências diretas e indiretas a respeito das atividades desta Colônia Espiritual.

Nosso Lar é o exemplo de uma comunidade espiritual, situada na parte superior do Umbral e abaixo das regiões superiores. É, portanto, uma colônia de transição.

Ali ainda existe sofrimento, mas os seus habitantes, sendo de mediana evolução, são mais esclarecidos. Essa posição espiritual favorece a natureza, caracterizada por belezas e harmonias inexistentes nos Planos inferiores.

A colônia possui vastas avenidas, enfeitadas de árvores frondosas. Ar puro, atmosfera de profunda tranquilidade espiritual. Não há, porém, qualquer sinal de inércia ou de ociosidade, visto que as vias públicas estão sempre repletas de entidades numerosas em constantes atividades, indo e vindo. (23)

Há também um bosque, em floração maravilhosa, que embalsama […] o vento fresco de inebriante perfume. Tudo em prodígio de cores e luzes cariciosas. Entre margens bordadas de grama viçosa, toda esmaltada de azulíneas flores, deslizava um rio de grandes proporções. A corrente rolava tranquila, mas tão cristalina que parecia tonalizada em matiz celeste, em vista dos reflexos do firmamento. Estradas largas cortavam a verdura da paisagem. Plantadas a espaços regulares, árvores frondosas ofereciam sombra amiga d maneira de pousos deliciosos na claridade do Sol confortador. Bancos de caprichosos formatos convidavam ao descanso. (27)

A Colônia, que é essencialmente de trabalho e realização, divide-se administrativamente em seis Ministérios, orientados, cada qual, por dozes ministros. São os Ministérios da Regeneração, do Auxílio, da Comunicação, do Esclarecimento, da Elevação e da União Divina. Os quatro primeiros aproximam-se das esferas terrestres, e os dois últimos ligam-se ao plano Superior, visto que a cidade espiritual é zona de transição. Os serviços mais grosseiros localizam-se no Ministério da Regeneração, e os mais sublimes, no da União Divina. (23)

A Colônia é dirigida por um governador e por setenta e dois colaboradores diretos, ou ministros, (23) aos quais estão vinculados cerca de 3.000 funcionários. (24)

A alimentação é algo diferente da que comumente ingerimos na Crosta. Conta-se que, em determinado momento da história de Nosso Lar, […] a pedido do governador, vieram duzentos instrutores de uma esfera muito elevada, a fim de espalharem novos conhecimentos, relativos à ciência da respiração e da absorção de princípios vitais da atmosfera. (25)

 O alimento sacia a fome, ou a sensação desta, mas os seus habitantes se alimentam, basicamente, pela inalação dos princípios vitais contidos na atmosfera, por meio da respiração e da água misturada a elementos solares, elétricos e magnéticos. (26)

No entanto, existe fornecimento de alimentos, semelhantes aos nossos, destinados ao grande número de necessitados, que estão vinculados aos ministérios da Regeneração e do Auxílio. (26)

Vinculados a cada ministério, existem os edifícios — onde os trabalhadores executam os trabalhos que lhes competem — e as unidades residenciais onde habitam. Aí vivem as pessoas que recebem auxílio ou prestam serviços; há instituições e abrigos, ligados à jurisdição ou à área de atuação de cada ministério. (23)

No Ministério do Auxílio há, por exemplo, edificações e moradias que representam a infraestrutura física para o trabalho de atendimento aos doentes; ao serviço de prece; à preparação das reencarnações terrestres; à organização de turmas de socorro aos habitantes do Umbral ou aos encarnados; à solução dos processos que se prendem ao sofrimento em geral. (23)


Alvorada Nova


Fonte: Livro Conversando sobre a mediunidade, ditado pelo Espírito Cairbar Schutel, pela mediunidade de Abel Glaser.

Esta Colônia espiritual abrange, do ponto de vista geográfico, área equivalente às das cidades de Santos, São Vicente, Praia Grande e Cubatão, no litoral do Estado de São Paulo, em cujo ângulo de inclinação se situa, [a Colônia] não obstante a sua abrangência tender a se expandir progressivamente, como consequência direta da higienização das localidades umbralinas que lhe são vizinhas. (9)

É uma colônia devotada ao estudo da Doutrina Espírita, segundo a ótica do Evangelho de Jesus, possuindo, para tanto, centros de estudo e de cultura. O estudo da mediunidade aí merece destaque, por propiciar a preparação de médiuns para futuros trabalhos na crosta, o acompanhamento e o auxílio a encarnados e a formação de trabalhadores que atuarão no campo da desobsessão. (10)


A cidade de Castrel


Fonte: Livro A Vida Além do Véu, ditado por vários Espíritos, recebido pela escrita mediúnica mecânica do reverendo inglês G. Vale Owen, edição FEB, tradução de Carlos Imbassahy.

Esta Colônia espiritual, cujas informações nos chegaram com a primeira edição do livro acima citado (1920), tem como tarefa básica o atendimento à infância.

Recebe Espíritos desencarnados na infância, prepara-os para a nova realidade da vida, reintegra-os aos planos que lhes são destinados após terem retornado à forma adulta, ou prepara Espíritos para reencarnação, acompanhando-os na fase infantil.

Apesar de a linguagem predominante no livro não ser atual, é uma obra de leitura agradável, que muito nos esclarece.

A Colônia, situada entre montanhas, possui uma cúpula dourada no centro, cercada por um terraço cheio de colunas. (12)

Uma longa rua corta a cidade de um extremo ao outro, formando uma alameda, onde estão localizadas as residências dos seus dirigentes.

Há muitos terrenos, espaçosos edifícios e construções para o atendimento à criança. (12)

Vivem aí muitos trabalhadores do campo, dedicados à horticultura, e muitos da cidade, dedicados a tarefas juntos à infância.

É uma localidade muito bela e iluminada; há muitas fontes de água e predominância de ambiente harmônico. O desejo do bem é a nota reinante. (13)


O Lar da Bênção


Fonte: Livro Entre a Terra e o Céu, ditado pelo Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, edição FEB.

É uma […] importante Colônia educativa, misto de escola de mães e domicílio dos pequeninos que regressam da esfera carnal. (18)

Essa Colônia, situada no espaço espiritual correspondente às terras brasileiras, tem como objetivo preparar mães para a maternidade responsável e atender às crianças que desencarnam e encarnam. Tais crianças encontram aí o apoio necessário ao seu reajustamento espiritual. Assim é que, nos primeiros momentos como libertas do corpo físico, ou enquanto lhes dure o equilíbrio, são abençoadas pela assistência superior e amiga dos benfeitores espirituais do Lar da Bênção e pelo afeto inesquecível daquelas que foram suas genitoras, as quais, ainda presas aos liames da carne, são, no entanto, levadas à Colônia para auxiliar e acompanhar o reerguimento dos filhos. (19)


Mansão Paz


Fonte: Livro Ação e reação, ditado pelo Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, edição FEB.

A Mansão Paz é uma escola de reajuste espiritual, sob a jurisdição de Nosso Lar. O Espírito André Luiz assim se expressa sobre ela:

O estabelecimento, situado nas regiões inferiores, era bem uma espécie de “mosteiro São Bernardo”; em zona castigada por natureza hostil, com a diferença de que a neve, quase constante em torno do célebre convento encravado nos desfiladeiros entre a Suíça e a Itália, era ali substituída pela sombra espessa, que […] se adensava, movimentada e terrível, ao redor da instituição, como que se tocada por ventania incessante. (17)

É uma instituição destinada […] a receber Espíritos infelizes ou enfermos, [mas] decididos a trabalhar pela própria regeneração, criaturas essas que se elevam a colônias de aprimoramento na Vida Superior ou que retornam à esfera dos homens para a reencarnação retificadora. (17)


3. OS POSTOS DE AUXÍLIO


Os Postos, ou Núcleos de Auxílio, estão situados nas Esferas inferiores da região espiritual. Representam um campus avançado de uma colônia espiritual.

Segundo nos informa Conan Doyle, os Espíritos esclarecidos e devotados ao bem realizam nessas localidades trabalhos missionários, caracterizados por grandes dificuldades e perigos, semelhantes aos que rodeariam o homem que tentasse evangelizar as mais selvagens raças da Terra. (6)

Os Espíritos missionários travam lutas árduas com os habitantes das regiões tenebrosas, principalmente com os seus dirigentes, verdadeiros príncipes do mal que são formidáveis em seus próprios reinos. […]

Essas Esferas são as salas de espera — hospitais para almas doentes — onde a experiência punitiva é intentada para trazer o sofredor à saúde e à felicidade. (6)

Os postos de auxílio representam a grande expressão de amor ao próximo. Algumas dessas organizações são fixas; outras são móveis, deslocando-se de um local para outro, quando se faz necessário.

Alguns exemplos servirão para ilustrar, ainda que imperfeitamente, a dimensão dos trabalhos realizados pelos obreiros da vida eterna.


Posto de Socorro da colônia Campo da Paz


Fonte: Livro Os Mensageiros, ditado pelo Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, edição FEB.

Campo da Paz, localizada em pleno Umbral, tem como missão receber Espíritos enfermos, mais desequilibrados do que maus, pelo choque da morte física, pelo apego relativo que ainda demonstram ter a pessoas e coisas deixadas na Crosta. (21), (22)

Neste Posto, os desencarnados são recebidos, tratados, reajustados e de- pois encaminhados a outros Planos. Muitos desses Espíritos chegam ao Núcleo de Auxílio completamente dementados, alheios à realidade do lugar onde estão inseridos. (21) Muitos permanecem em estado de profundo sono. (22)


A Casa Transitória de Fabiano


Fonte: Livro Obreiros da Vida Eterna, ditado pelo Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, edição FEB.

A Casa Transitória de Fabiano é um Posto de Auxílio móvel, que se desloca quando se faz necessário, ao longo das regiões umbralinas.

Trata-se de grande instituição piedosa, no campo de sofrimentos mais duros em que se reúnem almas recém-desencarnadas, nas cercanias da Crosta Terrestre, a qual […] fora fundada por Fabiano de Cristo, devotado servo da caridade entre antigos religiosos do Rio de Janeiro, desencarnado há muitos anos. Organizada por ele, era confiada, periodicamente, a outros benfeitores de elevada condição, em tarefa de assistência evangélica, junto aos Espíritos recém-desligados do Plano carnal. (29)

A finalidade essencial da Casa Transitória é prestar auxílio urgente e, devido a sua localização, em plena região trevosa, sofre […] permanente cerco de Espíritos desesperados e sofredores, condenados pela própria consciência à revolta e à dor. (30)

É um asilo móvel que, para garantir suas defesas magnéticas, exige grande número de servidores e de amigos piedosos, que aí permanecem, dia e noite, ao lado do sofrimento. […] Todavia, o trabalho desta Casa é dos mais dignos e edificantes. Neste edifício de benemerência cristã, centralizam-se numerosas expedições de irmãos leais ao bem, que se dirigem à Crosta Planetária ou às esferas escuras, onde se debatem na dor seres angustiados e ignorantes, em trânsito prolongado nos abismos tenebrosos. (31)


Colônia Correcional da Legião dos Servos de Maria


Fonte: Livro Memórias de um suicida, relatado pelo Espírito Camilo Cândido Botelho, pela mediunidade de Yvone A. Pereira.

A Colônia Correcional da Legião dos Servos de Maria é uma obra evangélica assistencial, que atende aos suicidas. Os seus dirigentes e servidores agem em nome de Maria Santíssima, sua mentora e orientadora maior.

A Colônia é representada por uma fortaleza, cercada por um conjunto de muralhas fortificadas, situada em […] região triste e desolada, envolvida em neblinas como se toda a paisagem fora recoberta pelo sudário de continuadas nevadas, conquanto oferecendo possibilidades de visão. (14)

Esta fortaleza lembra os castelos medievais, com fosso, torres e ponte movediça. (15) Dentro da fortaleza há inúmeros edifícios com seus respectivos departamentos de serviços, que se desdobram, constituindo uma verdadeira cidade nas regiões trevosas, oferecendo ao réprobo a assistência necessária ao começo do seu reerguimento moral. (15)


4. OS POSTOS DE TRABALHO


Finalmente, é importante lembrar que os trabalhadores do mundo espiritual contam com outros núcleos de auxílio ou socorro aos Espíritos sofredores encarnados e desencarnados. Estes núcleos ou postos de trabalho são os Centros Espíritas, localizados no plano material e que podem estar vinculados diretamente a Postos de Auxílio Espiritual, ou a uma Colônia. É importante acrescentar que todos os agrupamentos orientados para o bem são postos de trabalho da Espiritualidade Superior aqui na Terra.

O Espírito Cairbar Schutel nos informa que a Colônia Alvorada Nova, a qual dirige, possui na Crosta Terrestre cerca de 1060 Unidades espalhadas pelo Globo, sendo duzentas delas apenas em nosso país. (11) Muitas colônias espirituais devem possuir, igualmente, inúmeras unidades na Terra.

Compreendendo, assim, a importância do Centro Espírita como educandário das almas, lembramos que o […] Espiritismo começou o inapreciável trabalho de positivar a continuação da vida além da morte, fenômeno natural do caminho de ascensão. Esferas múltiplas de atividade espiritual interpenetram-se nos diversos setores da existência. A morte não extingue a colaboração amiga, o amparo mútuo, a intercessão confortadora, o serviço evolutivo. As dimensões vibratórias do Universo são infinitas, como infinitos são os mundos que povoam a Imensidade.

Ninguém morre. O aperfeiçoamento prossegue em toda parte.

A vida renova, purifica e eleva os quadros múltiplos de seus servidores, conduzindo-os, vitoriosa e bela, à União Suprema com a Divindade. (28)




GLOSSÁRIO

Barisfera — (Geologia) Núcleo central rígido do Planeta, formado de rochas.  † 

Ionosfera — Região da alta atmosfera, formada de camadas em que o ar é fortemente ionizado. Ar ionizado: saturado de íons ou de átomos que perderam ou ganharam elétrons adquirindo, respectivamente, carga elétrica positiva ou negativa. O Planeta Terra possui um invólucro gasoso chamado atmosfera. Abaixo da atmosfera, situada logo acima da chamada camada gasosa respirável, está a estratosfera (entre 11 a 70 quilômetros do nível do mar, segundo as condições atmosféricas; a latitude e a estação). A troposfera é a parte da estratosfera em contato com a vida reinante na Terra; representa uma camada de apenas 10 ou 12 quilômetros.  † 

Rocha basáltica — (Geologia) Rocha magmática, efusiva, muito dura, ordinariamente negra ou parda e em cuja composição entram o pirogênio e o feldspato. A decomposição do basalto forma solos férteis, como a chamada terra roxa da Região Sul do Brasil. É chamada pedra de toque pelos ourives porque sobre ela é detectada a pureza do ouro e da prata. Pirogênio: qualquer substância que produz calor. Feldspato: mineral composto de sílica, alumínio e de soda, cal ou potássio.  † 

Rocha magmática — (Geologia) Rocha ígnea (vulcânica) originária do magma terrestre. Magma: material ou pasta ígnea e fluídica que está no interior da crosta terrestre.  † 

Rocha granítica — (Geologia) Rocha granular e cristalina formada de feldspato, quartzo e mica em cristais mais ou menos volumosos e agregados.  † 



Referências Bibliográficas:

1. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 80. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1998. Parte Quarta, questão 1019, p. 476.

2. Idem - Conclusão IV, p. 480-481.

3. BEARZOTI, Paulo. Ciclo de Estudos Sobre a Obra Evolução em Dois Mundos. 3. ed. São Paulo: Associação Médico Espírita de São Paulo, 1997. Capítulo XIII (Evolução em dois mundos), p. 141.

4. DOYLE, Arthur Conan. A História de Swedenborg. História do Espiritismo. Tradução de Júlio Abreu Filho. São Paulo: Pensamento, 1960, p. 38.

5. Idem, ibidem - O depois da morte visto pelos Espíritos, p. 474-475.

6. Idem, ibidem - p. 476.

7. Idem, ibidem - p. 476-477.

8. Idem, ibidem - p. 479.

9. GLASER, Abel. Retratos de Alvorada Nova. Conversando Sobre Mediunidade. Pelo Espírito Cairbar Schutel. Matão [SP]: O Clarim, 1993, p. 28.

10. Idem, ibidem - p. 28-43.

11. Idem, ibidem - Os postos de trabalho, p. 73.

12. OWEN, Vale G. A . cidade e os domínios de Castrel. A Vida Além do Véu. Tradução de Carlos Imbassahy. 6. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1998. Capítulo IV, p. 127.

13. Idem, ibidem - p. 127-142.

14. PEREIRA, Yvone A. No Hospital “Maria de Nazaré”. Memórias de um Suicida. 22. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2000. Capítulo III, p. 54.

15. Idem, ibidem - p. 55.

16. Idem, ibidem - p. 54-82. [Obs. Não existe nesse Roteiro a referência nº 16]

17. XAVIER, Francisco Cândido. Ação e Reação. Pelo Espírito André Luiz. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004 Capítulo 1 (Luz nas sombras), p. 14.

18. Idem - Entre a Terra e o Céu. Pelo Espírito André Luiz. 21. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Capítulo IX (No Lar da Benção), p. 71.

19. Idem - Capítulo IX-XI, p. 71-94.

20. XAVIER, Francisco Cândido & VIEIRA, Waldo. Evolução em Dois Mundos. Pelo Espírito André Luiz. 22. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. Primeira parte, Capítulo XIII (Alma e fluidos), item: Esferas Espirituais, p. 97.

21 Idem - Os Mensageiros. Pelo Espírito André Luiz. 40. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. Capítulo 21 (Espíritos dementados), p. 132.

22. Idem - Capítulo 22, p. 134-138.

23. Idem - Nosso Lar. Pelo Espírito André Luiz. 55. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Capítulo8 (Organização de serviços), p. 55-59.

24. Idem, ibidem - p. 56.

25. Idem - Capítulo 9 (Problema de Alimentação), p. 62.

26. Idem, ibidem - p. 65.

27.  Idem - Capítulo 10 (No Bosque das águas), p. 68.

28. Idem - Obreiros da Vida Eterna. Pelo Espírito André Luiz. 29. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005 (Rasgando véus — palavras introdutórias de Emmanuel), p. 9.

29. Idem - Capítulo IV (A Casa Transitória), p. 63.

30. Idem, ibidem - p. 64-65.

31.  Idem, ibidem - p. 65.


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