O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão | Estudos Espíritas

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EADE — Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita — Religião à luz do Espiritismo

TOMO II — ENSINOS E PARÁBOLAS DE JESUS — PARTE I
Módulo IV — Aprendendo com as curas

Roteiro 4


O homem da mão mirrada


Objetivo: Explicar a cura do homem que tinha a mão mirrada de acordo com as ideias espíritas.



IDEIAS PRINCIPAIS

  • A cura do homem com a mão mirrada é considerada, em diferentes interpretações religiosas, como um milagre. O Espiritismo interpreta de forma diferente, entendendo que o fato foi aceito como milagroso porque era algo excepcional, incomum. Por ignorar o caráter das manifestações espirituais, a teologia acredita que a cura operada por Jesus derroga as leis da Natureza, daí ser vista como um milagre.

  • Jesus como que fazia questão de operar suas curas em dia de sábado, para ter ensejo de protestar contra o rigorismo dos fariseus no tocante à guarda desse dia. Allan Kardec: A gênese, Capítulo 15, item 23.

  • Observemos, todavia, o socorro do Mestre ao paralítico. Jesus determina que ele estenda a mão mirrada e, estendida essa, não lhe confere as bolsas de ouro nem fichas de privilégio. Cura-a. Devolve-lhe a oportunidade de serviço. Emmanuel: Fonte viva, capítulo 174.



 

SUBSÍDIOS


1. Texto evangélico

  • E aconteceu também, em outro sábado, que entrou na sinagoga e estava ensinando; e havia ali um homem que tinha a mão direita mirrada. E os escribas e fariseus atentavam nele, se o curaria no sábado, para acharem de que o acusar. Mas ele, conhecendo bem os seus pensamentos, disse ao homem que tinha a mão mirrada: Levanta-te e fica em pé no meio. E, levantando-se ele, ficou em pé. Então, Jesus lhes disse: Uma coisa vos hei de perguntar. É lícito nos sábados fazer bem ou fazer mal? Salvar a vida ou matar? E, olhando para todos ao redor, disse ao homem: Estende a mão. E ele assim o fez, e a mão lhe foi restituída sã como a outra. E ficaram cheios de furor, e uns com os outros conferenciavam sobre o que fariam a Jesus. Lucas, 6.6-11.

O relato dessa cura, operada por Jesus, é intrigante não por ter sido realizado no dia de sábado que, pela tradição judaica, estava destinado às atividades exclusivamente religiosas, mas pela recuperação física de uma mão paralítica (“mão mirrada”), atrofiada por longo desuso, que ficou completamente sadia (“e a mão lhe foi restituída sã como a outra”).

Os religiosos, em geral, classificariam essa cura como um ato milagroso, uma vez que, para eles, “[…] um milagre implica a ideia de um fato extranatural; no sentido teológico, é uma derrogação das leis da Natureza, por meio do qual Deus manifesta o seu poder. (2)

Kardec esclarece, porém, que o milagre deve ser entendido apenas no sentido etimológico, isto é, de algo admirável, extraordinário, surpreendente, (4) jamais como uma derrogação das leis naturais. Analisa que um “[…] um dos caracteres do milagre propriamente dito é o ser inexplicável […]. Outro caráter do milagre é o de ser insólito, isolado, excepcional.” (3)

O milagre existe porque desconhecemos as leis que regem a manifestação do fenômeno. “[…] Logo que um fenômeno se reproduz, quer espontânea, quer voluntariamente, é que está submetido a uma lei e, desde então, seja ou não seja conhecida a lei, já não pode haver milagres. (3)

Jesus, por efeito da sua poderosa vontade e pelo intenso amor ao próximo, aplicava os seus fluidos altamente purificados no perispírito do doente. Este, por sua vez, secundado pela confiança no Senhor se tornava receptivo à ação curativa.


No que se refere aos poderes curativos, temo-los em Jesus nas mais altas afirmações de grandeza. Cercam-no doentes de variada expressão. Paralíticos estendem-lhe membros mirrados, obtendo socorro. Cegos recuperam a visão. Ulcerados mostram-se limpos. Alienados mentais, notadamente obsidiados diversos, recobram o equilíbrio. É importante considerar, porém, que o Grande Benfeitor a todos convida para a valorização das próprias energias. […] Não salienta a confiança por simples ingrediente de natureza mística, mas sim por recurso de ajustamento aos princípios mentais, na direção da cura. (14)


2. Interpretação do texto evangélico

  • E aconteceu também, em outro sábado, que entrou na sinagoga e estava ensinando; e havia ali um homem que tinha a mão direita mirrada. E os escribas e fariseus atentavam nele, se o curaria no sábado, para acharem de que o acusar. (Lc 6.6,7)

As curas no Evangelho sempre despertaram grande interesse. Não apenas pela natureza desses acontecimentos, mas pelo impacto que provocavam na população e nos agrupamentos religiosos, em especial. Os estudiosos do Evangelho, ainda hoje, analisam os relatos das curas realizadas por Jesus, procurando ter uma resposta racional para algumas questões, quais sejam: Como operava Jesus? Como os fatos se desenvolviam? Qual a metodologia utilizada e como eram trabalhadas e aplicadas as técnicas terapêuticas?


A Ciência resolveu a questão dos milagres que mais particularmente derivam do elemento material, quer explicando-os, quer lhes demonstrando a impossibilidade, em face das leis que regem a matéria. Mas, os fenômenos em que prepondera o elemento espiritual, esses, não podendo ser explicados unicamente por meio das leis da Natureza, escapam às investigações da Ciência. Tal a razão por que eles, mais do que os outros, apresentam os caracteres aparentes do maravilhoso. É, pois, nas leis que regem a vida espiritual que se pode encontrar a explicação dos milagres dessa categoria. (4)


A Doutrina Espírita nos fornece explicações claras e objetivas sobre o assunto, desde que se faça um razoável estudo a respeito dos fluidos e do perispírito, do pensamento e da vontade.


Como se há visto, o fluido universal é o elemento primitivo do corpo carnal e do perispírito, os quais são simples transformaç8es dele. Pela identidade da sua natureza, esse fluido, condensado no perispírito, pode fornecer princípios reparadores ao corpo; o Espírito, encarnado ou desencarnado, é o agente propulsor que infiltra num corpo deteriorado uma parte da substância do seu envoltório fluídico. Acura se opera mediante a substituição de uma molécula malsã por uma molécula sã. O poder curativo estará, pois, na razão direta da pureza da substância inoculada; mas, depende também da energia da vontade que, quanto maior for, tanto mais abundante emissão fluídica provocará e tanto maior força de penetração dará ao fluido. Depende ainda das intenções daquele que deseje realizar a cura, seja homem [encarnado] ou Espírito. (5)


No caso de Jesus, as curas eram realizadas por ele mesmo, sem intermediários, diferentemente do que acontece aos médiuns curadores. “[…] Agia por si mesmo, em virtude do seu poder pessoal, como o podem fazer, [excepcionalmente] os encarnados, na medida de suas forças.” (6) As qualidades fluídicas do Mestre “[…] lhe conferia imensa força magnética, secundada pelo incessante desejo de fazer o bem.” (6)

O texto evangélico, registrado por Lucas, informa que a cura aconteceu no sábado (“E aconteceu também, em outro sábado”). Mostra que Jesus considerava absurda a tradição judaica de que o bem deveria ser realizado em dias específicos, daí ter ele contrariado a norma e provocado reflexões e discussões. Jesus agiu assim como forma de provar que existia uma interpretação literal e equivocada a respeito desta determinação moisaica: “seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra, mas o sétimo dia é o sábado do Senhor, teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu servo, nem tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que neles há e ao sétimo dia descansou; portanto, abençoou o Senhor o dia de sábado e o santificou”. (Ex. 20.9-11)


Jesus como que fazia questão de operar suas curas em dia de sábado, para ter ensejo de protestar contra o rigorismo dos fariseus no tocante à guarda desse dia. Queria mostra-lhes que a verdadeira piedade não consiste na observância das práticas exteriores e das formalidades; que a piedade está nos sentimentos do coração. Justificava-se, declarando: “Meu Pai não cessa de obrar até o presente e eu obro incessantemente.” (Jo 5.17) Quer dizer, Deus não interrompe as suas obras, nem sua ação sobre as coisas da Natureza, em dia de sábado. (7)


A frase: “entrou na sinagoga e estava ensinando. E havia ali um homem que tinha a mão direita mirrada”, nos esclarece que, ao entrar na sinagoga, naquele dia, como costumeiramente fazia, mostrou-nos Jesus que a pregação deveria ser ilustrada com um exemplo que demonstrasse, de forma efetiva, que o bem deve ser realizado, continuamente, em qualquer dia e hora. A sinagoga representava, pois, o local ideal, onde se realizavam as reuniões comunais e onde se estudavam as escrituras e executavam as práticas religiosas, fornecia o ambiente propício à implementação de valores espirituais imorredouros.

O homem com a mão mirrada é o exemplo escolhido por Jesus para evidenciar a natureza atemporal da prática do bem. A deficiência física deveria provocar, nesse homem, sofrimentos, sobretudo por se tratar da mão direita, usualmente a mais utilizada no trabalho, já que a maioria dos seres humanos é destra. O texto evangélico não faz qualquer tipo de referência à profissão desse homem. Entretanto, o destaque dado à sua “mão direita” deve ter algum significado especial. Supomos que essa mão deveria ser de extrema necessidade para ele, para o exercício de suas atividades laborais, da mesma forma que a voz ou a audição o são para outras pessoas.

O versículo sete, do registro de Lucas, informa que “os escribas e fariseus atentavam nele, se o curaria no sábado, para acharem de que o acusar”. Sabemos que os escribas e os fariseus eram conhecedores da lei moisaica. Entretanto, por se encontra­rem excessivamente presos às práticas ritualísticas do culto, não se revelavam muito sensíveis ao sofrimento do próximo. Por esse motivo, preferiram desconsiderar a dor do irmão para vigiar e acusar Jesus, caso o Senhor violasse a tradição imposta pela legislação moisaica.

Não sabiam eles, que “o filho do homem até do sábado é senhor” (Mc 2.28), segundo palavras textuais do próprio Cristo, ditas em outra oportunidade, mas reveladoras de que ele, sendo a expressão máxima do amor manifestada no nosso Orbe, opera além das contingências humanas e acima do jugo austero e fechado dos dispositivos legais.

Os escribas eram considerados, no mundo antigo, como seres eminentes pelo fato de saberem ler, escrever, lavrar documentos legais, alguns atuando no palácio real como ministros de finanças ou secretários de Estado.


Durante a subjugação babilônica, eles se tornaram responsáveis pela preservação e interpretação das Escrituras. Mais tarde, os escribas foram também chamados de “sábios” e descritos como os que possuíam conhecimento especial da Lei. (8)


São descritos, no Novo Testamento, como doutores da lei e juízes, que discutiam matérias legais com Jesus. (8) “Os escribas foram muitas vezes associados a fariseus, mas não eram idênticos. Os escribas […] eram provavelmente conselheiros jurídicos empregados pelos fariseus.” (9)

Ligados ao Sinédrio, por força do trabalho que exerciam, não criavam leis, mas tinham a obrigação de interpretá-las, defendê-las e executá-las. Entretanto, por serem muito apegados à interpretação literal, transformaram-se em pessoas intolerantes, legalistas reacionários, em permanente confronto com os ensinos e as ações do Cristo.

Os fariseus são retratados no Novo Testamento como os principais opositores de Jesus e do movimento cristão primitivo, (10) embora seja de suas fileiras que Paulo veio. Os fariseus perpetuavam a tradição relativa aos conceitos interpretativos da Torá escrita e oral. (10) Sendo assim, exibiam uma postura tradicionalista, legalista e ortodoxa, não se desviando um mínimo que fosse da lei de Moisés. Talvez “[…] seja mais justo dizer que tinham um zelo pelo debate jurídico e por manter viva a tradição de meditação e estudo da Lei.” (9)

É importante nos mantermos atentos a esses dois tipos de personalidades, aqui simbolizadas (escribas e fariseus), que, similarmente, podem estar presentes nos nossos núcleos de trabalho espírita, alimentando contendas, provocando desuniões ou estimulando intrigas pelas imprudentes manifestações do personalismo, da vaidade e da intolerância.

  • Mas ele, conhecendo bem os seus pensamentos, disse ao homem que tinha a mão mirrada: Levanta-te e fica em pé no meio. E, levantando-se ele, ficou em pé. Então, Jesus lhes disse: Uma coisa vos hei de perguntar. É lícito nos sábados fazer bem ou fazer mal? Salvar a vida ou matar? (Lc 6.8,9)

As aguçadas percepções psíquicas de Jesus captaram os pensamentos e sentimentos reprovadores dos escribas e fariseus. Sendo assim, para se tornar mais patente a cura e valorizar a prática do bem, atraiu o homem de mão mirrada para o centro da sinagoga (“levanta-te e fica no meio”) onde, à vista de todos pôde curá-lo e demonstrar o seu amor. Vemos, assim, que Jesus ao deslocar o foco da atenção dos presentes para o doente, relegou a planos secundários as manifestações de culto externo.

Os doutores da Lei ficaram estupefatos, por certo, com a atitude de Jesus. Primeiro porque, a rigor, não demonstraram preocupação pelo sofrimento do homem, segundo porque a caridade não era uma prioridade. Eram religiosos crentes, cumpridores dos seus deveres no templo, tementes a Deus, cuja fé no Criador Supremo estava distanciada da humildade e da solidariedade. Neste sentido, é sempre oportuno lembrar que:

Cumpre não confundir a fé com a presunção. A verdadeira fé se conjuga com a humildade; aquele que a possui deposita mais confiança em Deus do que em si próprio, por saber que, simples instrumento da vontade divina, nada pode sem Deus. (1)

A frase: “Levanta-te, e fica em pé no meio. Levantando-se ele, ficou em pé”, revela a autoridade de Jesus, de quem sabe o que faz, que conhece perfeitamente a situação e as suas implicações. É também uma instrução que coloca o necessitado numa posição de reerguimento, físico e espiritual, favorável à concretização da cura. Sob o influxo da personalidade firme e amorosa de Jesus, o doente prontamente atende a sua instrução: “Levantando-se ele, ficou em pé.”

Antes de qualquer iniciativa por parte dos escribas e dos fariseus, Jesus lança-lhes uma questão, concedendo-lhes a oportunidade de refletir: “Uma coisa vos hei de perguntar: é lícito nos sábados fazer bem, ou fazer mal? Salvar a vida, ou matar?”

As perguntas expressam uma estratégia de Jesus junto àquele grupo, constituído por pessoas legalistas e ortodoxas, mas, em sua maioria, endurecidas e insensíveis. A indagação tinha também o intuito de abrir uma brecha naquelas mentes cristalizadas pelo excesso de zelo religioso. De certa forma, Jesus estava dando um estímulo aos interlocutores para pensar, utilizando o precioso acervo de Verdades espirituais que possuíam e, a partir daí, tirarem conclusões mais sublimadas.

Acreditamos que os representantes da Lei de Moisés tinham alguma condição de entender a situação que Jesus lhes apresentava, em razão do conhecimento espiritual que possuíam, caso contrário, o Mestre simplesmente realizaria a cura sem maiores delongas. Entretanto, eram pessoas que, usualmente, não exercitavam a solidariedade como norma de conduta, apesar de prescrevê-la.


Examinamos aqui tão somente a estranha atitude daqueles que não negam a eficácia da abnegação, entregando-se, porém, ao desvairado egoísmo de quem costuma distribuir cinco moedas, no auxílio aos outros, com a intenção de obter cinco mil. Efetivamente, o mínimo bem vale por luz divina, mas se levado a efeito sem propósitos secundários […]. Precatemo-nos desse modo, contra o sistema do meio-bem, por onde o mal se insinua, envenenando a fonte das boas obras. […] O bem pede doação total para que se realize no mundo o bem de todos. (13)

  • E, olhando para todos ao redor, disse ao homem: Estende a mão. E ele assim o fez, e a mão lhe foi restituída sã como a outra. (Lc 6.10).

Deduzimos que a mão seca era uma atrofia provocada por ação obsessiva, não por manifestação da lei de causa e efeito. Cessada a ação obsessiva, afastada por Jesus, a mão ficou sã.

Os obsessores conhecem inúmeras técnicas obsessivas. Entre elas encontramos a dominação magnética que, pela retirada do fluido vital, nos processos conhecidos como vampirismo, pode lesar um órgão, sistema ou aparelho do corpo humano, reversível ou irreversivelmente. O Espírito Francisco Menezes Dias da Cruz nos fornece alguns elucidativos esclarecimentos, explicando o mecanismo de ação desse tipo de obsessão.


Justapõem-se à aura das criaturas que lhes oferecem passividade e, sugando-lhes as energias, senhoreiam-lhes as zonas motoras e sensórias, inclusive os centros cerebrais, em que o Espírito conserva as suas conquistas de linguagem e sensibilidade, memória e percepção, dominando-as à maneira do artista que controla as teclas de um piano, criando, assim, no instrumento corpóreo dos obsessos [obsidiados] as doenças-fantasmas de todos os tipos que, em se alongando ao tempo, operam a degenerescência dos tecidos orgânicos, estabelecendo o império de moléstias reais, que persistem até a morte. (12)


Existem situações em que a clareza da linguagem e a interação das ideias são condições indispensáveis, especialmente, quando envolvem responsabilidades pessoais. Assim, as expressões imperativas: “levanta-te”, “fica em pé no meio” e “estende a tua mão” expressam atitudes que o interessado precisou atender, de imediato, para que lhe fosse concedida a cura da mão, necessária ao trabalho de subsistência. O Cristo espera que também nós adotemos a mesma postura, pois o levantar, ficar no meio e estender as mãos, refletem o dinamismo da prática da caridade.


Observemos, todavia, o socorro do Mestre ao paralítico. Jesus determina que ele estenda a mão mirrada e, estendida essa, não lhe confere as bolsas de ouro nem fichas de privilégio. Cura-a. Devolve-lhe a oportunidade de serviço. A mão recuperada naquele instante permanece tão vazia quanto antes. É que o Cristo restituía-lhe o ensejo bendito de trabalhar, conquistando sagradas realizações por si mesmo; recambiava-o às lides redentoras do bem, nas quais lhe cabia edificar-se e engrandecer-se. (11)

  • E ficaram cheios de furor, e uns com os outros conferenciavam sobre o que fariam a Jesus. (Lc 6.11)

A oportunidade oferecida por Jesus foi perdida, pois os doutores da Lei não souberam ou não quiseram aproveitar lição. O jogo das conveniências falou mais alto, como demonstra este versículo, o último do texto, ora analisado: “E ficaram cheios de furor, e uns com os outros conferenciavam sobre o que fariam a Jesus”.


Todos os reformadores deparam com objeções por parte dos que comprazem na ignorância e dos que tiram proveito do estado de ignorância em que se encontra a Humanidade. Esses lutam sempre contra os Espíritos nobres que se encarnam na Terra, para melhorarem as condições em que vivem os irmãos menores. Árduo é o trabalho dos que aqui vierem para indicar aos povos novos rumos de progresso, trazendo-lhe novos ensinamentos e revelando-lhes novas leis espirituais. Nesse versículo vemos que os beneficiados pela ignorância em que jazia o povo, percebendo que os ensinamentos de Jesus feriam os seus interesses, começam a conspirar contra ele. (10)


Da mesma forma acontece nas fileiras espíritas, onde encontramos os intransigentes que combatem as boas ideias ou resoluções de almas dedicadas por contrariarem os seus interesses. Nesse particular vem em nosso socorro a assertiva de Jesus: “Olhai, vigiai e orai”. (Mc 13.33)



 

ANEXO


Citação de Mateus 6.34



ORIENTAÇÕES AO MONITOR: Dividir a turma em dois grupos para a realização do exercício indicado em seguida.


EXERCÍCIO

1. Um grupo estuda a mensagem “Cura espiritual”, de André Luiz, existente no livro O Espírito da Verdade, edição FEB; o outro grupo estuda o texto “Doentes e doenças”, de Irmão X (Humberto de Campos), constante do livro Estante da vida, editora FEB.

2. Pedir que apresentem as conclusões do estudo, em plenária.

3. Em seguida, solicitar aos participantes que leiam silenciosa e individualmente os subsídios deste Roteiro.

4. Promover um debate, tendo como base as principais ideias desenvolvidas no texto.



Referências:

1. KARDEC. Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro. 124. ed. Rio de janeiro: FEB, 2005. Capítulo 19, p. 300.

2. Idem - A gênese. Tradução de Guillon Ribeiro. 48. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Capítulo 13, item 1, p. 259.

3. Idem, ibidem - p. 260.

4.  Idem - Capítulo 14, item 1, p. 273.

5. Idem - Item 31, p. 294-295.

6. Idem - Capítulo 15, item 2, p. 311.

7. Idem - Item 23, p. 322.

8. DICIONÁRIO DA BÍBLIA. Coordenação de Bruce M. Metzer e Michael D. Coogan (orgs.). Tradução de Maria Luiza X. de Borges. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002, vol. 1. As pessoas e os lugares, p. 75.

9. Idem, ibidem - p. 89.

10. RIGONATTI, Eliseu. O Evangelho dos humildes. 15. ed. São Paulo: Pensamento-Cultrix, 2003. Capítulo12, item: Jesus é o senhor do sábado, p. 112.

11. XAVIER. Francisco Cândido. Fonte viva. Pelo Espírito Emmanuel. 26. ed.Rio de Janeiro: FEB, 2006. Capítulo 174 (Mãos estendidas), p. 420.

12. Idem - Instruções psicofônicas. Por diversos Espíritos. 8. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Capítulo 51 (Domínio magnético - mensagem de Francisco Menezes Dias da Cruz), p. 228.

13. Idem - Livro da Esperança. Pelo Espírito Emmanuel. 1. ed. Uberaba: CEC, 1964. Capítulo 29 (Meio-bem), p. 72.

14. XAVIER. Francisco C. e VIEIRA, Waldo. Mecanismos da mediunidade. Pelo Espírito André Luiz. 24. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. Capítulo 26 (Jesus e mediunidade), item: Mediunidade curativa, p. 204-205.


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