Plantão da paz — Emmanuel


10


Escrever na Terra n

(Como falas? Como escreves?)

“E, tornando a inclinar, escrevia na terra.” — (João, 8.8)


Quanta gente não abusará dos recursos da escrita, para veicular imposições e difundir enganos na Terra?

Quantos Espíritos, mesmo desencarnados, valem-se dessa oportunidade para atender a venenosos caprichos individuais?

Aqui, escreve-se para a consecução de determinados objetivos inferiores; além, aproveitam-se publicações para o mercado de propósitos subalternos.

Quantas vezes nós mesmos teremos movimentado o jornal ou o livro, pretendendo impor nossa interpretação individual?


Quem escreve precisará lutar contra numerosos monstros que ameaçam o espírito.

É indispensável guardar-se todos os dias.

E, nessa vigilância justa, será razoável lembrar a posição de Jesus, que não nos deixou livros ou pergaminhos, legando-nos, apesar disso, os tesouros da vida imperecível.


Importa considerar, no entanto, que o Mestre Divino escreveu na terra. ( † )


Nunca encontraste o simbolismo profundo desse gesto de Cristo?

Quem poderá passar no planeta sem grafar alguma coisa nos caminhos do mundo?

Nem todo homem gravará páginas, mas todos escreverão na Terra a história de sua passagem comum.


No campo, traçará leiras, plantará árvores, modificará paisagens; nas cidades, construirá oficinas, instituirá universidades, levantará edifícios.


A Terra é o grande livro que o Senhor nos deu aos serviços de formação espiritual.

Ainda que não percebas, estás escrevendo diariamente.

Se já não és a criança de entendimento frágil, se tens o contato [com os ensinamentos] do Cristo, não te descuides da escrita diária.

Vê o que gravas nas páginas da vida.

Tuas mãos e atitudes gravam sempre, a todo minuto, com as tintas luminosas ou escuras do coração.


A Terra está registrando o que fazes. Não manches o livro que o Pai nos confiou.


Emmanuel



[1] O título entre parênteses é o mesmo da mensagem original e seu conteúdo, diferindo nas palavras marcadas e [entre colchetes], foi publicado em 1985 pelo CEU e é a 18ª lição do livro “Nós.” — Esse capítulo foi restaurado: Texto restaurado.


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

Abrir