O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Vida e caminho — Autores diversos


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Mensagem aos médiuns n

(Mediunidade)

1 Minha irmã, que a Paz do Senhor nos felicite os corações.

2 Mediunidade com Jesus é serviço aos semelhantes.

3 Desenvolver esse recurso é, sobretudo, aprender a servir.

4 Aqui, alguém fala em nome dos Espíritos desencarnados; ali, um companheiro aplica energias curadoras; além, um cooperador ensina o roteiro da verdade; acolá, outrem enxuga as lágrimas do próximo, semeando consolações. Contudo, é o mesmo poder que opera em todos. ( † ) 5 É a divina inspiração do Cristo, dinamizada através de mil modos diferentes por reerguer-nos da condição de inferioridade ou de sofrimento ao título de herdeiros do Eterno Pai.

6 E nessa movimentação bendita de socorro e esclarecimento, não se reclama o título convencional do mundo qualquer que seja, porque a mediunidade cristã, em si, não colide com nenhuma posição social, constituindo fonte do Céu a derramar benefícios na Terra, por intermédio dos corações de boa vontade.

7 Em razão disso, antes de qualquer sondagem das forças psíquicas, no sentido de se lhes apreciar o desdobramento, vale mais a consagração do trabalhador à caridade legítima, em cujo exercício todas as realizações sublimes da alma podem ser encontradas.

8 Quem desejar a verdadeira felicidade, há de improvisar a felicidade dos outros; quem procure a consolação, para encontrá-la, deverá reconfortar os mais desditosos da humana experiência.

9 Dar para receber. Ajudar para ser amparado.

10 Esclarecer para conquistar a sabedoria e devotar-se ao bem do próximo para alcançar a divindade do amor.

11 Eis a lei que impera, igualmente, no campo mediúnico, sem cuja observação, o colaborador da Nova Revelação não atravessa os pórticos das rudimentares noções de vida eterna.

12 Espírito algum construirá a escada de ascensão sem atenção às determinações do auxílio mútuo.

13 Nesse terreno, portanto, há muito que fazer nos círculos da Doutrina Cristã rediviva, porque não basta ser médium para honrar-se alguém com as bênçãos da luz, tanto quanto não vale possuir uma charrua perfeita, sem a sua aplicação no esforço da sementeira.

14 A tarefa pede fortaleza no serviço, com ternura no sentimento.

15 Sem um raciocínio amadurecido para superar a desaprovação provisória da ignorância e da incompreensão e sem as fibras harmoniosas do carinho fraterno para socorrê-las, com espírito de solidariedade real, é quase impraticável a jornada para a frente.

16 Os golpes da sombra martelam o trabalho iluminativo da mente por todos os flancos e imprescindível se torna ao instrumento humano das verdades divinas armar-se convenientemente na fé viva e na boa vontade incessante, a fim de satisfazer aos imperativos do ministério a que foi convocado.

17 Age, assim, com isenção de ânimo, sem desalento e sem inquietação, em teu apostolado de curar.

18 Estende as tuas mãos sobre os doentes que te busquem o concurso de irmã dos infortunados, convicta de que o Senhor é o Manancial de todas as bênçãos.

19 O lavrador semeia, mas é a bondade Divina que faz desabrochar a flor e preparar-se o fruto. É indispensável marchar de alma erguida para o Alto, vigiando, apesar das serpes e dos, espinhos que povoam o chão.

20 Diversos amigos se revelam interessados em tua tarefa de fraternidade e luz e não seria justo que a hesitação te paralisasse os impulsos mais nobres, tão somente porque a opinião do mundo te não entende os propósitos, nem os objetivos da Esfera espiritual, de maneira imediata.

21 Não importa que o templo seja humilde e que os mensageiros compareçam na túnica de extrema simplicidade.

22 O Mestre Divino ensinava a verdade à frente de um lago e costumava ministrar os dons celestiais sob um teto emprestado; além disso, encontrou os companheiros mais abnegados e fiéis entre pescadores anônimos, integrados na vida singela da natureza.

23 Não te apoquentes, minha irmã, e segue com serenidade.

24 Claro está que ainda não temos seguidores leais do Senhor sem a cruz do sacrifício.

25 A mediunidade é um madeiro de espinhos dilacerantes, mas com o avanço da subida, calvário acima, os acúleos se transformaram em flores e os braços da cruz se convertem em asas de luz para a alma livre na eternidade.

26 Não desprezes a tua oportunidade de servir e prossegue de esperança robusta.

27 A carne é uma estrada breve. Aproveitemo-la sempre que possível na sublime sementeira da caridade perfeita.

28 Em suma, ser médium no roteiro cristão é dar de si mesmo em nome do Mestre. E foi Ele que nos descerrou a realidade de que somente alcançam a vida verdadeira aqueles que sabem perder a existência em favor de todos os que se constituem seus tutelados e filhos de Deus na Terra. Segue, pois, para diante, amando e servindo.

29 Não nos deve preocupar a ausência de alheia compreensão. Antes de cogitarmos do problema de sermos amados, busquemos amar, conforme o Amigo Celeste nos ensinou. ( † )

30 Que Ele nos proteja, nos fortifique e abençoe.


Bezerra de Menezes



[1] O título entre parênteses é o mesmo da mensagem original publicada em 1952 pela LAKE e é a 28ª lição da 1ª Parte do livro “Cartas do Coração.” — Esse capítulo foi restaurado: Texto do livro impresso.


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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