O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Viajores da luz — Familiares diversos


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Carmelo Grisi

Viúvo de D. Elvira Abrigatto Grisi, falecida em 1954, pai de 4 filhos: Reodovaldo, Romeu, Rubens e Carmelo Júnior, Carmelo Grisi nasceu no fim do século passado, mais precisamente a 23 de novembro de 1893, na Itália, e faleceu em São José do Rio Preto-SP, a 28 de março de 1980, aos 86 anos de idade.

Chegando ao Brasil, ainda muito jovem, fixou residência em São José do Rio Preto, onde viveu por 7 décadas, desenvolvendo intensa atividade empresarial e participando do movimento espírita dessa cidade e de Votuporanga, dividindo-se, sobretudo, nas atividades beneficentes, entre as duas comunidades vizinhas.

De Votuporanga, o marco maior de sua atenção na área filantrópica é justamente a Creche que leva o nome de sua esposa, a Creche Irmã Elvira, por ele fundada, juntamente com seu filho Romeu Grisi.

Mais de 8 décadas de existência laboriosa, e sua transição lenta para a Vida Maior, sua inabalável convicção espírita, a vida dedicada ao semelhante, através de um sem-número de atuações no campo social, justificam a fácil comunicação e as citações numerosas da mensagem.

Efetivamente, o texto de Carmelo Grisi é um diálogo fácil, sem barreiras, definindo a palavra do companheiro amadurecido nas duras lides, naturalmente facilitada pela firme transmissão mediúnica de Chico Xavier.


MENSAGEM DE CARMELO GRISI n


1 Romeu, querido filho, querida Hilda, querida Cida, bons amigos meus. n

2 É difícil dizer com que alegria regresso ao recinto que sempre foi tão nosso para dizer-lhes que estou bem.

3 Ainda não recobrei todas as minhas forças. É natural que a nossa Elvira n e outros companheiros me apóiem. 4 Lembro-me de que o esquecimento me envolveu devagar… Vivi os meus dias últimos com vocês num clima de sonho. 5 Às vezes me espantava de reconhecer que falava para a nossa Cida os assuntos que não estavam em meus propósitos. 6 O corpo me parecia em muitas ocasiões um violino quase já sem cordas. O arco de minha vontade tangia inutilmente o instrumento da memória que não respondia aos desejos…

7 Sei que não preciso alongar-me em notícias do corpo que puderam registrar muito mais do que eu mesmo. Quero, porém, agradecer a vocês todos pelo carinho e pela paciência com que me presentearam. 8 Não sei o que dizer para a nossa Cida. A nossa Elvira me diz que devemos a ela o que se deve a um coração de mãe que o Céu transformou numa filha ou numa companheira querida. Cida abençoada, vi suas lágrimas, ouvi as suas palavras de bênção, sufocada de dor… Ah! você nunca mais nos deixará, a nós, os amigos, que lhe pertencemos ao coração.

9 Nosso Romeu e nosso Carmelinho, principalmente, me auxiliarão para que você permaneça com as nossas crianças, com as nossas tarefas, sem se retirar de nossa família que é também sua. Deus a recompense por tudo que recebi de sua assistência e de seu carinho.

10 Querida Hilda, muito obrigado por sua dedicação para com a nossa Aparecida, nestes meses últimos em que tantas transformações se verificaram para nós.

11 Querido Romeu, tenho todos os filhos no carinho de sempre. O Valdinho com a Aracy, o Rubens com a Cicina, o Carmelinho com a Henriqueta e você com a nossa Hilda. n Sou agradecido a todos.

12 Peço digam ao Carmelinho para se alegrar. Felizmente, vejo a presença dele e da esposa, onde estive, e compreendo as saudades que são nossas. 13 Estimaria ter podido esperá-lo da viagem para voltar para a Vida nova em que me encontro, mas 14 eu não mantinha mais governo sobre as minhas faculdades e os protetores espirituais julgaram mais oportuno que eu retornasse no justo momento em que passei ou me passaram. n

15 Romeu, a fé, com o Auxílio de Deus, funcionou em meu benefício. Vendo ao meu lado vários amigos, junto de mim, tão-logo abri os olhos, consciente para a realidade, reconheci que era preciso aceitar a minha transferência sem reclamações. 16 A nossa querida Elvira continuou, junto de mim, nos cuidados que a nossa Cida me dispensava e nosso Doutor Orlando me auxiliou com dedicação nos diálogos de cura. 17 Senti-me hospitalizado, como na Terra mesmo, com a diferença de que no tratamento em Rio Preto, o corpo definhava gradativamente, embora o apoio constante que eu recebia, e aqui, à medida que os dias se passaram, experimentei uma certa revitalização e continuo a assinalar essa mesma revitalização que me atinge todas as forças.

18 Notei que os amigos vieram aos poucos para os votos de melhoras e boas vindas. O Doutor Orlando e o Germano n foram dos primeiros a me prestarem auxílio. O irmão Casemiro n até hoje me aplica recursos de amparo espiritual, através de passes e outros companheiros vieram… Foi o Lidaí a encorajar-me, o Dominguinhos n a me trazer otimismo e esperança.

19 De nossos conhecimentos de Rio Preto, tive a presença do nosso amigo Dr. Ugolino Ugolini, n do Dr. Justino, do Dr. Fritz, n do Leão, n do Tessarolo, n do Zini, n do Cavalheiro Romoaldo Negrelli, n do Poletti, n do Monsenhor Gonçalves, n do amigo João Alves Monteiro, de Tanabi, n dos irmãos Buzaid n e Maraldi, de Mirassol n e de muitos outros. O Hilário n vem me trazendo muito amparo e, nos últimos dias, tive a surpresa de receber a visita do irmão Moraes, n de Votuporanga. 20 É muita gente boa a que fico devendo obrigações. Vejo aqui o nosso prezado Wilson, o nosso caro Luiz, e registro o abraço que me foi trazido pelo Januário. n As lágrimas de reconhecimento molham meu espírito em cada reencontro e hoje compreendo que terei tantas saudades de todos vocês, meus filhos, tantas quantas sentia dos nossos que hoje me oferecem presença e carinho.

21 Estou no início de uma grande jornada para a qual estou refazendo a memória, pouco a pouco. 22 Estou muito comovido pela possibilidade de escrever estas impressões e notícias não tenho recursos para transmitir ao papel o que sinto. Reconheço-me na posição de um homem com a alegria de uma criança ao retornar para os seus.

23 Romeu, sabemos que o caso da residência fora de Votuporanga era um problema para você e nossa Hilda, entretanto, os nossos amigos daqui me fazem portador de um pedido: a solicitação para que permaneçam com as nossas tarefas de Votuporanga, onde tantos corações queridos contam conosco. Sei que não estou em condições de aconselhar, mas o nosso caro amigo Dr. Orlando me recomendou seja este tópico um ponto do noticiário que estou trazendo aos entes querido. n

24 Cida, querida, quanto possível, estarei com você no apoio às nossas crianças e peço a você permanecer à vontade. É impossível que os nossos pedidos não sejam considerados por sua adesão. Somos uma família só perante Deus. Falando em crianças, peço ao Romeu dizer ao Valdinho que não me esquecerei de nossa querida Cármem Lúcia. n

25 O desejo de prosseguir com esta carta é muito grande em meu coração, entretanto, ainda me reconheço em refazimento, com a necessidade de disciplina, a fim de melhorar as minhas forças em menos tempo.

26 A todos os nossos, sem me esquecer dos irmãos Domingos e José, n as minhas muitas lembranças.

27 Os amigos que vieram em nossa companhia endereçam muito carinho às irmãs presentes e eu, querido filho Romeu, reunindo você, Hilda e Cida em meu carinho, com todos os meus filhos e noras ausentes num abraço de muita alegria e de muitas saudades, sou o papai muito amigo de sempre que deseja, com o amparo de Deus, fazer-se o servidor de vocês todos.


Carmelo Grisi


NOTAS E COMENTÁRIOS


À mensagem de Carmelo Grisi, recebida 6 meses e meio após sua desencarnação.

O leitor encontrou na página de Carmelo Grisi grande número de citações, sobretudo de nomes de companheiros encarnados e desencarnados. Pela ordem de aparecimento na mensagem, vamos identificá-los:

1 — Romeu Grisi, sua esposa, Hilda Sestini Grisi e Cida — Aparecida Batista Ferreira, abnegada senhora que voluntariamente assistiu o Sr. Carmelo, em seus últimos anos de permanência na Terra, quando a enfermidade exigia, junto dele, a presença de carinhosa irmã. Daí o evidente reconhecimento e o preito de gratidão que lhe é prestado, pelo Espírito do Sr. Carmelo.

2 — Elvira Abrigatto Grisi, a esposa que o antecedeu na passagem para o Plano Espiritual.

3 — Os filhos: Valdinho-Reodovaldo e sua esposa, Aracy Aiello Grisi; Rubens e sua esposa, Tomazina Joana Carrazzone Grisi; Carmelo Júnior e sua esposa, Henriqueta de Oliveira Grisi; Romeu e sua esposa, Hilda Sestini Grisi.

4 — Carmelo Júnior estava ausente, quando do falecimento do pai; com precisão o Sr. Carmelo registra o fato do Além e tranquiliza o filho.

5 — Dr. Orlando Van Erven Filho e Germano Sestini, co-autores espirituais no livro Vida no Além, recente lançamento do GEEM de São Bernardo do Campo.

6 — irmão Casemiro: Pioneiro espírita de Votuporanga, amigo de Carmelo Grisi. Desencarnou no início de 1970.

7 — Lidaí Benini e Domingos Pignatari, co-autores espirituais neste livro.(Caps. 2 e 4)

8 — Engenheiro Ugolino Ugolini, italiano radicado em Rio Preto, desde o início do século; faleceu em 1914.

9 — Dr. Justino de Carvalho e Dr. Fritz Jacobs, já falecidos, médicos muito conceituados em Rio Preto e região.

10 — Leão Manoel Ramires Azevedo, também companheiro de Carmelo Grisi, em Rio Preto.

11 — Vasco Tessarolo, italiano que fixou residência em Rio Preto, tendo aí falecido em 1952.

12 — Etore Zini, amigo pessoal de Carmelo Grisi, argentino de nascimento. Desencarnou em Rio Preto, a 24 de julho de 1978.

13 — Cavalheiro Romoaldo Negrelli, natural de Ribeirão Preto, desde a década dos vinte, em Rio Preto. Faleceu na Itália em 1928.

14 — Poletti, ainda não conseguimos identificar, mas pela nossa experiência no estudo das mensagens psicografadas por Chico Xavier, sabemos que os esclarecimentos estão a caminho.

15 — Monsenhor Gonçalves, sacerdote e educador português, a quem muito deve São José do Rio Preto. Faleceu em 1944.

16 — João Alves Monteiro, amigo de Carmelo Grisi, residente na época em Tanabí-SP, onde faleceu a 27 de novembro de 1949.

17 — Irmãos Buzaid, Alexandre e Baraquete Buzaid, amigos de Mirassol, já falecidos.

18 — Sylvano Maraldi e Américo Maraldi, proprietários da Casa Maraldi em Mirassol. Desencarnados, respectivamente, em 1945 e 1955.

19 — Hilário Sestini, co-autor espiritual no livro Vida no Além.

20 — José de Moraes, pioneiro espírita de Votuporanga, falecido a 8 de setembro de 1980.

21 — Wilson Coelho, sobrinho-neto de Carmelo Grisi, presente à reunião em que Chico Xavier recebeu a mensagem de Carmelo. Luiz é seu pai; ambos residem em São José do Rio Preto. Januário, sogro de Luiz e avô de Wilson, falecido em 1957.

22 — Romeu Grisi, quando da enfermidade do Sr. Carmelo, realmente pensava em mudar-se de Votuporanga, para ficar mais perto do pai.

23 — Cármem Lúcia Grisi, neta de Carmelo Grisi, residente em Jaboticabal.

24 — José Grisi e Domingos Grisi, irmãos de Carmelo. Domingos faleceu recentemente, a 14 de novembro de 1980.


Caio Ramacciotti



[6] A palavra de Carmelo Grisi, obtida por Francisco Cândido Xavier em Uberaba, MG, na noite de 18 de outubro de 1980.


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